tag:blogger.com,1999:blog-6401900359424768662024-03-05T07:41:58.618-08:00Para Conhecer a Obra de Nildo VianaPara Conhecer a Obra de Nildo Viana
-
Blog voltado para divulgar e comentar a produção do sociólogo e filósofo Nildo Viana.Transformaçãohttp://www.blogger.com/profile/02804020169328221189noreply@blogger.comBlogger24125tag:blogger.com,1999:blog-640190035942476866.post-51466351495083525832011-03-26T06:48:00.000-07:002011-03-26T06:48:48.666-07:00Livros de Nildo Viana disponibilizados gratuitamente na internet<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBBCgaWGKy1edJmKpg57D-tOyySqtDTZ3Gpu-S43baZWy0Ojqmsg0mQB-TyaT9ZCBNHSzD8u-kUYKMQCEkmnKlQf1WochrHncBAgJmrBoA8H2WcnL7dLsA1HLb_QVgEhx42t32kJ6aHPPL/s1600/Projeto+Capas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="221" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBBCgaWGKy1edJmKpg57D-tOyySqtDTZ3Gpu-S43baZWy0Ojqmsg0mQB-TyaT9ZCBNHSzD8u-kUYKMQCEkmnKlQf1WochrHncBAgJmrBoA8H2WcnL7dLsA1HLb_QVgEhx42t32kJ6aHPPL/s320/Projeto+Capas.jpg" width="320" /></a></div><div style="text-align: center;"><br />
</div>Clique no endereço abaixo e leia gratuitamente livros de Nildo Viana:<br />
<br />
<a href="http://informecritica.blogspot.com/2011/02/livros-disponibilizados-na-internet.html">http://informecritica.blogspot.com/2011/02/livros-disponibilizados-na-internet.html</a></div>Transformaçãohttp://www.blogger.com/profile/02804020169328221189noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-640190035942476866.post-22770046369506999802011-03-12T05:43:00.000-08:002011-03-12T05:43:56.165-08:00Professor da UEG lança livro sobre fim do marxismo<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on"><div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on"><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial; font-size: x-small;"><b class="forte">Professor da UEG lança livro sobre fim do marxismo</b></span></div><span style="font-family: arial; font-size: x-small;"> <br />
<br />
<br />
<br />
</span><br />
<table align="right" border="0" cellpadding="0" cellspacing="0" style="width: 127px;"><tbody>
<tr> <td><img border="1" src="http://www.jornalopcao2.com.br/imagensdb/ueg2_1682.jpg" /></td> </tr>
<tr> <td align="center" bgcolor="#000000"><span style="color: white; font-family: arial; font-size: xx-small;"><br />
Nildo Viana, professor da Unidade Universitária de<br />
Ciências Socioeconômicas e Humanas da UEG (Anápolis)<br />
</span></td> </tr>
</tbody> </table><br />
<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: x-small;">A Giz Editorial, de São Paulo, está lançando O Fim do Marxismo e Outros Ensaios, de Nildo Viana, professor da Unidade Universitária de Ciências Socioeconômicas e Humanas da UEG (Anápolis). Segundo o professor, o livro é um conjunto de ensaios que tem como tema comum o marxismo. O primeiro ensaio, que dá título à obra, é “O Fim do Marxismo”. Nele o autor aborda algumas das principais teses sobre a crise do marxismo. “Desde o início doséculo XX se fala em crise do marxismo, e tal discussão perdura até os dias</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: x-small;">de hoje”, pondera.</span></div><span style="font-family: arial; font-size: x-small;"> <div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O ensaio aborda criticamente as teses da crise do marxismo de Rosa Luxemburgo (1903), Karl Korsch (1931), Isaac Deutscher (1965), Agnes Heller (1980), André Gorz (1980), Ernesto Laclau (década de 1980), Perry Anderson (1984 e 1991). No livro as teses são expostas e refutadas. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Na avaliação do professor Nildo Viana, as teses de Rosa Luxemburgo e Karl Korsch seriam as mais próximas da realidade. Ele explica que o marxismo, enquanto teoria revolucionária, naturalmente deveria ser uma concepção marginal na sociedade capitalista. O sucesso do marxismo no início do século (a emergência e força dos partidos social-democratas na Europa e do partido bolchevique) significou uma deformação do pensamento marxista, transformando-o em uma ideologia, em um pseudomarxismo. O verdadeiro marxismo teria ficado oculto e marginalizado, e em contradição e conflito com o pseudomarxismo. </div></span><br />
<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: x-small;"><br />
</span></div><br />
<div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial; font-size: x-small;">“Assim, o que está em crise realmente é o pseudomarxismo (socialdemocracia e bolchevismo), que, com as mudanças históricas recentes (crise do Estado de Bem-Estar Social e do Capitalismo de Estado da União Soviética), entra em colapso. Porém, o marxismo autêntico continua existindo e produzindo teorias e explicações da realidade contemporânea, mas, como sempre, de forma marginal”, ressalta o professor.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial; font-size: x-small;"><br />
</span></div><span style="font-family: arial; font-size: x-small;"><div style="text-align: justify;"> A tese apresentada, de acordo com o autor, é a de que não há nenhuma crise do marxismo e sim uma aproximação do seu fim. O fim do marxismo significa, tal como colocava Marx a respeito da filosofia, a sua realização. A possibilidade de constituição de uma nova sociedade está posta, e sua tendência vem se fortalecendo, tornando cada vez mais próximo um processo de transformação social. Neste sentido, a teoria marxista tende a se realizar — o que significa o seu fim —, tornando-se parte integrante da cultura humana, sem distinções, numa nova sociedade, fundada em relações sociais igualitárias.</div><br />
</span><br />
<br />
<div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial; font-size: x-small;">Ensaios — Os demais ensaios do livro abordam outros temas importantes para a compreensão do marxismo. “O Jovem Marx e o Marxismo” é um texto que polemiza com a tese do filósofo Louis Althusser — segundo a qual teria ocorrido uma ruptura no pensamento de Marx —, afirmando a inexistência dessa ruptura e fundamentando essa afirmação nos escritos do autor. O ensaio sobre o filósofo tcheco Karel Kosik reconstitui a visão deste autor em sua obra Dialética do Concreto e demonstra suas limitações, marcadas por uma visão equivocada de </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial; font-size: x-small;">marxismo, pela imprecisão conceitual, pela idolatria da ciência e da filosofia, entre outros pontos. Já o último ensaio, sobre Mao Tsé-Tung, traz uma crítica ao caráter normativo do pensamento do líder do Partido </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial; font-size: x-small;">Comunista Chinês e de sua concepção de dialética, uma mera réplica da estratégia do seu partido, que justifica e legitima as práticas partidárias, não tendo nada a ver com o marxismo e a dialética materialista, sendo mais uma ideologia da burocracia partidária, ou seja, um pseudomarxismo, segundo o professor.</span></div><span style="font-family: arial; font-size: x-small;"> <div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> </div></span><br />
<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: x-small;"></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial; font-size: x-small;">O autor — Nildo Viana é professor da Universidade Estadual de </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial; font-size: x-small;">Goiás e doutor em Sociologia pela Universidade de </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial; font-size: x-small;">Brasília. É autor de </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial; font-size: x-small;">vários livros, entre os quais Escritos Metodológicos de </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial; font-size: x-small;">Marx (Goiânia, </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: arial; font-size: x-small;">Alternativa, 2007); Introdução à Sociologia (Belo Horizonte, Autêntica, 2006); Heróis e Super-Heróis no Mundo dos Quadrinhos (Rio de Janeiro, Achiamé, 2005); A Dinâmica da Violência Juvenil (Rio de Janeiro, Booklink, 2004); Estado, Democracia e Cidadania (Rio de Janeiro, Achiamé, 2003); O Que São Partidos Políticos (Goiânia, Edições Germinal, 2003). Nildo Viana é colunista e colaborador da revista Sociologia, Ciência e Vida, da Editora Escala. Também é autor de diversos artigos publicados em revistas acadêmicas.</span></div><br />
http://www.jornalopcao2.com.br/index.asp?secao=Reportagens&idjornal=257&idrep=2417</div>Transformaçãohttp://www.blogger.com/profile/02804020169328221189noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-640190035942476866.post-115416020193538262011-02-17T04:16:00.000-08:002011-02-17T04:24:22.949-08:00Prefácio ao livro "A Concepção materialista da história do cinema"<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on"><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi84I5SY_9TiNcwPb6mVaMMrYZ3tWPxcLkKqxW09oDgwjTZCl5vn1mLurRfCMudW4RqePQwJseFTn3jXyMG_xS_Vk0_RlOg5j2RVHY4FLV1vfxgY164aB77Su0i3fxlNBgRB1xbt7KoQDZ5/s1600/concepcaomathistcinema.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi84I5SY_9TiNcwPb6mVaMMrYZ3tWPxcLkKqxW09oDgwjTZCl5vn1mLurRfCMudW4RqePQwJseFTn3jXyMG_xS_Vk0_RlOg5j2RVHY4FLV1vfxgY164aB77Su0i3fxlNBgRB1xbt7KoQDZ5/s400/concepcaomathistcinema.jpg" width="283" /></a></div><div style="text-align: center;"><b><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><br />
</span></b></div><div style="text-align: center;"><b><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Prefácio:</span></b></div><div style="text-align: center;"><b><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Repensando a história do cinema</span></b></div><b><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><br />
</span></b><br />
<div style="text-align: right;"><b><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Jean Isídio dos Santos</span></b></div><br />
<div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">As produções bibliográficas e as análises no campo da historiografia cinematográfica de maneira geral apresentam inúmeras contradições, superficialidades e incoerências. As inúmeras obras específicas sobre o cinema apresentam problemas conceituais e teóricometodológicos e por isso não abarcam a realidade concreta, pois muitas vezes as análises são descontextualizadas, sendo alheias ao momento histórico e realidade social. Estas análises simplistas partem de uma visão de mundo limitada, pois procuram analisar a realidade social de forma fragmentada.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">No interior do campo de estudo das Ciências Humanas, existe uma limitação conservadora que dá pouca importância à contribuição histórico-social das imagens. Este fato explica-se pelo pouco avanço das análises críticas e pelo limitado e inadequado tratamento metodológico no campo cinematográfico. Em outras palavras, as diversas obras bibliográficas que se dedicaram a estudar o cinema não procuraram romper com o superficialismo, com a linguagem técnica, com a análise anacrônica e a-histórica. Nesse sentido, o cinema foi, em muitos momentos, compreendido como uma criação artística individual tal como defenderam diversos cineastas da historiografia cinematográfica, ou da chamada política dos autores, dentre eles, Truffaut, Chabrond, Godard. Mas como analisar o cinema? Como romper com o tratamento superficial e limitado? De que forma a concepção materialista da história possibilita a superação da historiografia ideológica cinematográfica desvinculada da realidade social? Qual é o papel da crítica social com relação à historiografia cinematográfica tradicional? </span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Estas e outras questões instigantes de extrema relevância são fatores que inquietarão o leitor no decorrer deste livro. Este não é um livro qualquer, é uma obra diferenciada, pois a perspectiva analítica do autor procura romper e ir além das limitações existentes na historiografia tradicional. A abordagem marxista do cinema é o ponto de partida do autor. Nildo Viana utiliza o materialismo histórico para analisar a realidade </span><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">social de forma totalizante e não de forma fragmentária comumente utilizada na historiografia tradicional. Uma questão de extrema relevância nesta obra é a perspectiva crítica do autor com relação à influência da concepção marxista-leninista em inúmeras teses sobre a obra de arte. Os pseudomarxistas partiram da teoria do reflexo de Lênin para conceberem as suas ideologias cinematográficas, tal como é o caso, por exemplo, de diversos cineastas russos: Eisenstein, Vertov, dentre outros. </span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Para o autor, “as ideologias cinematográficas nascem com a própria origem do cinema”. Uma vez que o cinema se desenvolve tecnologicamente, emerge do seu interior diversas teses tecnicistas, metódicas e formalistas, que são produzidas pelos agentes envolvidos no processo da produção cinematográfica.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><br />
</span></div><br />
<div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Mas quem são estes agentes que elaboram o discurso ideológico “competente” da análise cinematográfica? Para Nildo Viana, “são os agentes envolvidos no processo de produção e reprodução de determinada forma artística, que criam o valor da obra de arte...”. Além do discurso competente materializado na linguagem tecnicista e elitista, os ideólogos do cinema se autointitulam como pseudointelectuais pertencentes a um universo intelectual restrito e seleto para poucos membros que dominam a linguagem técnica e teórica da </span><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">cinematografia. Nesse sentido, os ideólogos partem de uma linguagem elitista, egoística, reforçando e criando uma separação preconceituosa entre aqueles que são os detentores do conhecimento cinematográfico e </span><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">os “ignorantes” não entendidos.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">A questão do fetichismo no cinema é abordada de forma inovadora nesta obra. A perspectiva crítica do autor visa desmistificar e apontar as limitações teórico-metodológicas da ideologia fetichista criada em torno da produção cinematográfica pelos ideólogos conservadores da historiografia cinematográfica tradicional. O </span><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">fetichismo tem diversas consequências, dentre elas a idolatria criada em torno da produção cinematográfica, que coloca o cinema num patamar elevado e grandioso, bem como a reprodução dos valores dominantes </span><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">produzidos pelos agentes de produção. Ambos aspectos são analisados de forma coerente nesta obra.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Uma produção fílmica é uma produção social e coletiva, portanto, esta produção não está dissociada das relações sociais. O filme reproduz valores e ideologemas que atingirão de forma direta ou indireta o público que o assiste. Já que a produção fílmica é uma produção coletiva, ela é marcada pela luta de classes, pelos </span><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">antagonismos divergentes no momento da produção do filme, pois os agentes que o produzem possuem perspectivas ideológicas diferenciadas.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Viana é enfático na sua crítica com relação ao fetichismo do cinema, pois, para ele, “o filme é uma produção social”, “nada tem de sublime e os produtores nada têm de genial, são seres humanos comuns...”. As diferenças entre as produções fílmicas consistem no capital cultural cumulativo de um diretor para outro, pois alguns cineastas, além de possuírem o capital cultural acumulado devido à sua condição de vida, possuem o capital cinematográfico que possibilita uma produção fílmica mais estruturada que outras.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">As questões do fetichismo no cinema e do capital cinematográfico estão diretamente relacionadas à perspectiva marxista enfatizada pelo autor no decorrer da obra. A preocupação de Viana não é fazer um revisionismo teórico-crítico simplista da historiografia cinematográfica. Esta obra vai além, pois aponta os limites dos pseudomarxistas indo ao cerne do problema que muitas vezes está relacionado à mera descritividade, a linguagem técnica e superficial das produções cinematográficas. O materialismo histórico é um recurso metodológico fundamental para a compreensão aprofundada da história social do cinema; sendo assim, ele possibilita um rompimento com o fetichismo, com a ideologia cinematográfica criada pelos seus agentes de produção. A ideologia cinematográfica é perpassada por um conjunto de valores, construídos socialmente pelos ideólogos desde o momento em que o cinema foi criado. O materialismo histórico procura compreender o cinema a partir das relações sociais em que ele foi produzido, pois o cinema é constituído socialmente. Nesse sentido, a perspectiva marxista vai além das concepções fragmentárias que procuram isolar o cinema da realidade social e histórica.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><br />
</span></div><br />
<div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">A aplicabilidade da análise marxista é realizada pelo autor ao retratar o significado original do expressionismo alemão. Neste livro, Viana demonstra as deformações, as incoerências e o tratamento equivocado dos ideólogos que abordaram o expressionismo, dentre eles, Kracauer (1988), Eisner (2002), entre outros. A abordagem de Viana sobre este período específico do expressionismo alemão é inovadora, pois ele situa este período contextualizando-o num momento históricosocial marcado pela ascensão das lutas operárias na Alemanha. Esta obra possui uma escrita clara direcionada não apenas a um público específico elitista e intelectualizado, uma vez que é justamente este fetichismo ideológico que o autor procura superar.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">O presente livro é um marco no que diz respeito à abordagem marxista da história do cinema, pois possui diversas concepções inovadoras que ainda não haviam sido desenvolvidas dentro da historiografia cinematográfica. A riqueza da escrita e do tratamento teórico-metodológico desenvolvido pelo autor é um convite para todos aqueles que desejam aprofundar o seu conhecimento no campo da historiografia cinematográfica a partir de uma perspectiva crítica marxista revolucionária. A concepção marxista compreende a produção fílmica como uma criação coletiva desenvolvida no conjunto das relações sociais e neste sentido esta obra propicia uma compreensão aprofundada e pioneira no que se refere ao tratamento metodológico adequado para a análise da produção cinematográfica.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Jean Isidio dos Santos</span></div><br />
Observação: o autor do livro, Nildo Viana, tem um blog sobre cinema e sociedade, confira: <a href="http://cinemamanifestacaosocial.blogspot.com/">http://cinemamanifestacaosocial.blogspot.com/</a><br />
<br />
<br />
<br />
</div><br />
<a href="http://cinemamanifestacaosocial.blogspot.com/feeds/posts/default">http://cinemamanifestacaosocial.blogspot.com/feeds/posts/default</a>Transformaçãohttp://www.blogger.com/profile/02804020169328221189noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-640190035942476866.post-87378516554460760862011-01-30T11:02:00.000-08:002011-01-30T11:02:39.935-08:00Prefácio ao Livro "Cérebro e Ideologia"<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on"><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgibYfPhiGrfLf9QN71nF8EYZcNzyf-cituaTMQaubF2Qteg0P4P-Y8JbndwVMfnxRcHfWZLiNDQYi0jf1P_7GTd6-V2i4bbiod-d3Pk58n__VkhJQ5PtFXJm-Y1WwHqOjF99Z_4dhEgOle/s1600/cerebro.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgibYfPhiGrfLf9QN71nF8EYZcNzyf-cituaTMQaubF2Qteg0P4P-Y8JbndwVMfnxRcHfWZLiNDQYi0jf1P_7GTd6-V2i4bbiod-d3Pk58n__VkhJQ5PtFXJm-Y1WwHqOjF99Z_4dhEgOle/s1600/cerebro.jpg" /></a></div><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;">PREFÁCIO</span><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">É muito comum, na nossa sociedade, a procura por pílulas ou soluções mágicas para aflições e dores cuja causa aquelas pílulas e soluções mágicas jamais alcançarão: o Prozac para os angustiados e depressivos, o Viagra para impotência sexual (qualquer que seja sua causa), o medicamento ou até a cirurgia para emagrecer (qualquer que seja a causa da obesidade), sem falarmos na enxurrada de drogas para quase todo tipo de problema mental. Existe um sem fim de exemplos desse tipo, em que o diagnóstico e a abordagem </div><div style="text-align: justify;">adotam perspectiva reducionista ou meramente técnica e evasiva do problema. Alguns dirão também cientificista.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Existe, portanto, uma tendência corrente de parte dos médicos e de parte do público que se materializa na medicalização de problemas que raramente são medicalizáveis. De fatiar problemas cuja solução jamais será encontrada no fatiamento, na tendência a arrancar o problema do contexto ou das suas verdadeiras raízes. Ou na tendência a procurar saídas na esfera da neurologia, da psiquiatria, da ciência do cérebro, da bioquímica cerebral e assim por diante, para problemas cuja origem não é molecular e cujas soluções são </div><div style="text-align: justify;">reais e muito frequentemente de origem e natureza social, isto é, procedem de distúrbios e patologias sociais próprias de relações de classe e, particularmente, resultam dos antagonismos e da destrutividade próprios da sociedade capitalista decadente. Mediações bioquímicas são o que o nome diz (mediações) e sobre elas se assentam as determinações sociais; a estas a bioquímica está subsumida, não tem condição de ser jamais um substituto nem explicativo e muito menos curativo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Este livro aborda essa problemática procurando desvelar e reorientar o raciocínio usual em direção a uma concepção mais crítica e dialética. Por essa razão - e ao recorrer a essa metodologia os argumentos nele apresentados permitem colocar em discussão e apresentar ao leitor outra abordagem para os problemas vinculados ao cérebro e à totalidade complexa mente-cérebro-corpo-sociedade, neste caso tomando como base as relações sociais, a formação social capitalista e sua ideologia. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Com muita propriedade, o autor, estudioso do assunto, vai mostrar a força da ideologia que encobre e termina de terminando a abordagem dos problemas comportamentais, mentais e médicos, os quais, normalmente, são tratados de uma forma reducionista, seja pelas chamadas ciências do cérebro, pelas ciências da mente (psicologia, etc.) ou pelo mundo das ciências humanas em geral. Várias explicações e vários enfoques parciais e questionáveis do comportamento mental serão objeto da crítica deste autor: a ideologia do volume cerebral, a das localizações cerebrais, a do cérebro como substância química, a ideologia do cérebro triuno (cérebro réptil, cérebro de mamífero pouco evoluído e cérebro de mamífero evoluído), a dos dois hemisférios cerebrais (em sua pretensa assimetria funcional), a ideologia do paralelismo psicofisiológico e, finalmente, a do cérebro como computador. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ao final da sua leitura e de acordo com a ótica adotada pelo autor, iremos perceber que esse processo de mistificação dos problemas mente-cérebro (e corpo-e-alma) vem historicamente sendo posto e reposto por meio de uma dinâmica que deriva da necessidade absoluta de autorreprodução da sociedade do capital, de autopreservação das classes dominantes. A lógica dessa dinâmica, sua necessidade é a de que as pessoas </div><div style="text-align: justify;"> sobretudo a classe trabalhadora acreditem que suas vidas precisam ser controladas de fora, seus problemas vêm de fora, podem ser resolvidos pela droga, pelo bisturi, pela douta ciência, enfim, por todo e qualquer tipo de ferramenta científica ou de xamanismo que venha de algum lugar desde que este lugar não seja as relações sociais, de classe. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ou seja, a finalidade não-dita, sistemática e mais profunda de toda essa ideologização dos problemas do cérebro, da mente, é a de que não se altere a estrutura de poder social do capital sobre o trabalho, de alienação do trabalhador e que prevaleça o poder das grandes corporações e do imperialismo sobre a vida das pessoas e dos povos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Conforme a época, conforme a moda, conforme o nível dos conhecimentos médicos, bioquímicos, afloram visões médicas, bioquímicas, cirúrgicas determinadas, que dominam a cena acadêmica, midiática, arrastam multidões para crenças como, por exemplo, a da separação entre o cérebro emocional e o racional, a das moléculas da felicidade (no cérebro como um mundo determinado em si mesmo pelas reações químicas), enfim, cria-se toda uma escola de pensamento que passa a substituir a necessidade imperiosa de mudanças sociais profundas por soluções ou paliativos químicos e cirúrgicos. Tais soluções, além de evitarem tocar </div><div style="text-align: justify;">na origem dessas aflições, são portadores de mutilações, intoxicações e efeitos colaterais que infernizam a vida de quem aceita essa ideologia imediatista e por sua própria natureza fraudulenta.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">As chamadas ciências da mente, assim como as do cérebro não são e não podem ser neutras em uma sociedade de classes. Carregadas de valores dominantes a ideologia da classe dominante as abordagens científicas costumam padecer de várias deformações que terminam formatando as técnicas, as aplicações práticas daquele conhecimento que, já em sua origem, já na condição de pesquisa científica, é de natureza sociomorfa. Isto é, estamos diante de conhecimentos ideologicamente formatados pelos valores da sociedade </div><div style="text-align: justify;">do capital, distorcidos. O reducionismo é apenas um desses males trabalhados pelo autor.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Viana explica muito bem esse processo cujo ponto de partida está em destacar a parte do todo, consiste em postular a existência de um objeto de estudo e, posteriormente, conferir-lhe autonomia e importância e, finalmente, aliená-lo das relações sociais, resvalando para o plano mágico, metafísico, fenomenológico, no qual reinam as pílulas mágicas, no qual prevalece no caso dos problemas mentais e cerebrais a medicalização, o fatiamento. A bioquímica do cérebro tem sua razão de ser, a cirurgia neurológica tem sua razão de ser, são ferramentas do conhecimento e de sua aplicação, mas não podem e metodologicamente não devem representar a chave e nem o ponto de partida para se abordar problemas mentais ou comportamentais. Antes, bem antes da medicalização, do processo de reducionismo científico encontra-se a totalidade: antes de se abordar um problema comportamental e/ou psíquico cirurgicamente ou com drogas, é puro reducionismo (sob manto de ciência) deixar de levar em conta carências alimentares, afetivas, angústias e ansiedades cuja gênese é social, decorrente das privações absurdas às quais as pessoas estão submetidas, cuja origem tem a ver com a alienação social, com o vazio existencial da sociedade alienada de classes, com</div><div style="text-align: justify;">o desestímulo social, profissional, enfim, com a ausência da comunidade social autêntica, não mercantil, não fundada nas trocas econômicas. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Nesta sociedade, no entanto, é assim que as coisas acontecem, é assim que a ciência costuma ser produzida (de forma marcadamente ideológica, deformada pelas relações sociais do capitalismo) e é por isso mesmo que, por conta de tais determinações sociais que, ao final de contas, o imediatismo e o reducionismo terminam marca da cultura científica dominante. Terminam sendo a base e o alimento da indústria da doença, do mercado de cirurgias e medicamentos, para doenças mentais, por exemplo, cuja solução implicaria necessariamente em mudanças escolares, ambientais e sociais de fundo. E cujo substrato de origem são relações sociais economicamente fundadas cujo antagonismo com as necessidades humanas, autenticamente humanas, é flagrante para quem enxergue com o olhar crítico. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A grande contribuição deste livro é ampliar esse olhar crítico, provocar e desafiar o leitor na perspectiva de outro olhar que não seja o da falsa consciência sistematizada. </div><br />
Gilson Dantas<br />
Brasília, 13/08/2008<br />
</div>Transformaçãohttp://www.blogger.com/profile/02804020169328221189noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-640190035942476866.post-5389212243910856882011-01-11T04:17:00.000-08:002011-01-11T04:17:46.552-08:00Prefácio do livro "O que é o marxismo?"<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgah-3bbkxEO9no6dA3pUClAB431Wj0bZ4cd3vURyp-9Tflch6edTER1h2Cu06tQJ4HxirrTO62XtaPQGLH49pEvemNdUlDl3Nk-K6rZ-fMP-lJGEb3IcyQBvsW0O76rWn3fkLTionBqI1Q/s1600/Marxismo+Vivo+-+Nildo+Viana.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgah-3bbkxEO9no6dA3pUClAB431Wj0bZ4cd3vURyp-9Tflch6edTER1h2Cu06tQJ4HxirrTO62XtaPQGLH49pEvemNdUlDl3Nk-K6rZ-fMP-lJGEb3IcyQBvsW0O76rWn3fkLTionBqI1Q/s640/Marxismo+Vivo+-+Nildo+Viana.jpg" width="452" /></a></div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;">PREFÁCIO</div><br />
<div style="text-align: justify;">A “superação do marxismo” é uma cantilena que vem sendo repetida há mais de um século por intelectuais e políticos representantes da burguesia. Em 1920 o filósofo austríaco Georg Lukács em um pequeno artigo, “A última superação do marxismo”1, afirmava: “É difícil que se passe um ano sem que Marx seja ‘superado’ por algum solícito livredocente ou por algum filósofo da moda”. Nestes tempos “pós-modernos”, segundo alguns intérpretes apressados, a mesma enxurrada dos acontecimentos que arrastou as experiências do dito socialismo real” para o fundo do vale da história teria levado junto a teoria marxista. Se assim ocorreu, então que dizer do resultado de uma pesquisa de opinião pública realizada pela Rádio BBC de Londres em 2005, quando seus ouvintes escolheram Marx como o mais importante filósofo de todos os tempos? Seria por acaso que até mesmo alguns economistas burgueses mais perspicazes reconheçam, neste início de século XXI, a atualidade da teoria do capitalismo formulada por Marx?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Os arautos da “pós-modernidade” adotam uma postura burocrática perfeitamente conjugada com uma visão idealista de mundo, típica da ideologia burguesa, que quer fazer crer que a história é produto de sentenças ditadas pelos donos do poder de plantão. Os críticos da modernidade, mas não necessariamente dos fundamentos da sociedade moderna, mais apropriadamente capitalista, não conseguem perceber que foi Marx quem submeteu, de forma inigualável, tanto o pensamento moderno quanto a realidade histórica de onde se originou e sobre a qual atua como legitimador. Esses pensadores “pós-modernos” são incapazes de perceber que o seu próprio pensamento é um dos produtos do seu tempo, diga-se de passagem, numa versão bastante vulgar. Um dos sinais da incapacidade desses intelectuais de ultrapassar os condicionamentos da ideologia burguesa está no seu apego a especialidades com recortes cada vez mais limitados, negligenciando a insuspeitável relação entre todas as dimensões da vida humana. É essa incapacidade de perceber que qualquer fenômeno humano não pode ser compreendido e explicado isoladamente que leva esses ideólogos, por exemplo, a negarem o papel fundamental das relações sociais e da luta de classes como condicionantes da produção das idéias. Preferem acreditar na autonomia dos pensadores ante a ordem social estabelecida, seja legitimando-a ou negandoa.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Acreditam tanto nessa independência que chegam a afirmar que a única realidade existente é a representação. Certa vez, ouvi de um historiador que “o passado não existe”, o que existiria seriam as representações que construímos acerca do passado. Seria o caso de perguntarmos: se o passado não existe, do que trata o historiador, visto que o presente também não poderia existir, já que tudo não passa de representação? </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Certamente, para esses intelectuais, a tese de Marx de que “O modo de produção da vida material condiciona o processo em geral de vida social, político e espiritual”, arrematada com a afirmação de que “Não é a consciência dos homens que determina o seu ser, mas, ao contrário, é o seu ser social que determina sua consciência”2, careceria de fundamentos. Por vezes, chamam a isto de determinismo mecanicista ou economicismo ou, ainda, reducionismo. Não há dúvidas de que ignoram o real significado do materialismo histórico-dialético. Mais do que isso, desconhecem a obra de Marx no seu conjunto. Na verdade, leram muito mais as obras de alguns ditos “continuadores” do marxismo do que os textos do próprio Marx. O lado cômico dessa história é ouvir grande parte desses indivíduos se autoproclamarem “ex-marxistas”. As universidades e os partidos políticos ditos de “esquerda”, convertidos à social-democracia, estão repletos dessa subespécie, aqui e em muitas outras partes do mundo. A postura desses ideólogos teria efeitos menos danosos, não fosse o fato de muitos deles contarem com um numeroso público juvenil obrigado a ouvi-los cotidianamente, durante horas a fio, nos bancos das universidades, por determinações burocráticas.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Admitamos, entretanto que, embora tenhamos de apontar as limitações das críticas dos políticos e pensadores burgueses, é necessário reconhecer a responsabilidade de muitos vulgarizadores (no duplo sentido) da obra de Marx. O próprio Friedrich Engels, o maior colaborador intelectual de Marx, é considerado por alguns marxistas, dentre eles o autor desta obra, Nildo Viana, como um dos primeiros a distorcerem algumas das teses fundamentais do marxismo. Todavia, ninguém mais do que os intelectuais bolcheviques, cujos principais expoentes são Vladimir Lênin, Leon Trotsky e Joseph Stálin, teriam produzido interpretações equivocadas do pensamento de Marx. Tanto mais quanto se verificou a partir da vitória da Revolução Russa de 1917. A influência exercida pelo bolchevismo se estendeu aos mais diversos rincões do planeta, e dura ainda hoje. Por isso, não é estranho que se encontrem inúmeros continuadores dos equívocos</div><div style="text-align: justify;">produzidos pelos seus criadores. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">As diferentes “leituras” e (in)compreensões dos escritos de Marx realizadas em contextos históricos – sociais, culturais, econômicos e políticos – diversos deram origem a uma multiplicidade de “marxismos”. Para um não marxista como Bobbio (1991), essa pluralidade não é propriamente “um escândalo”, inclusive a existência de ‘neomarxismos’, embora lamente que haja “um certo desperdício de energia intelectual na controvérsia entre os vários caminhos”. Energia que, segundo ele, “seria melhor empregada ao estudar com maior empenho os campos do saber que ficaram fora dos confins dos interesses dos fundadores e de seus discípulos mais diretos, bem como de seus seguidores e, o mais importante, a realidade sempre mais complexa do mundo que nos circunda” (p. 15).3 Bobbio parece não entender que a crítica ao oportunismo dos marxistas de ocasião é imprescindível para assegurar clareza na compreensão da teoria formulada por Marx. Além do mais, dá a entender que o simples fato de ser adjetivada como “marxista” uma corrente de pensamento é tão coerente com sua autodeclarada filiação quanto outra qualquer.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">É por se colocar na contramão desse tipo de entendimento, que Nildo Viana continua produzindo trabalhos como este O que é o marxismo? Ao mesmo tempo em que rejeita esse “relativismo” de tipo bobbiano, que considera uma “manifestação da dispepsia dos intelectuais por motivos bastante questionáveis”, Viana dispensa também o emprego do adjetivo “marxiano”, bem ao gosto de Hobsbawm, que o utiliza para distinguir o pensamento de Marx da produção dos marxistas. Ele prefere a expressão “marxismo original”, entendido como “as idéias de Marx”, assumindo-se como marxista, mas não como “marxólogo”, qualificativo atribuído a estudiosos da obra de Marx como Raymond Aron. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Como um crítico das mais diversas formas de ideologia, apresentem-se elas sob o rótulo de filosofia ou ciência, Nildo Viana tem dado importante contribuição ao esforço de recuperação do marxismo autêntico. Coerente com a sua opção teórica não se esquece de que “a arma da crítica não pode substituir a crítica das armas, que o poder material tem de ser derrubado pelo poder material, mas a teoria converte-se em força material quando penetra nas massas. A teoria é capaz de se apossar das massas ao demonstrar-se ad hominem, e demonstra-se ad hominem logo que se torna radical. Ser radical é agarrar as coisas pela raiz. Mas, para o homem, a raiz é o próprio homem”.4</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Nildo Viana é um dos mais prolíficos escritores marxistas da atualidade no Brasil. Além de publicar treze obras individuais em uma década (algumas já na segunda ou terceira edição), organizou várias outras, sem contar os inúmeros artigos publicados em revistas e capítulos de livros organizados por outros autores. Neste livro O que é o marxismo? o autor se coloca a tarefa de “apresentar uma definição do marxismo que dê conta de explicar, inclusive, o motivo da existência de vários ‘marxismos’”. Para tanto, submete o marxismo a uma análise na perspectiva do próprio materialismo histórico-dialético e procura explicitar o seu caráter ontológico, com vistas a chegar à definição da sua essência: expressão teórica do proletariado. Portanto, não se restringe a apresentar apenas uma descrição do marxismo, ultrapassa os limites da sua aparência e delineia a sua essência. Talvez, nesse ponto nesse ponto se encontra o maior mérito e la raison d’être deste livro. Certamente, é mais um importante trabalho que se soma aos demais, escrito em linguagem acessível, inclusive para leitores iniciantes. Alguma lacuna por ventura existente, não diminui o seu valor.</div><div style="text-align: justify;">Aos que tiverem o privilégio de lê-lo, bom proveito.</div><br />
1 Lukács se referia às sentenças de Oswald Spengler contra Marx, na obra Prussianismo e Socialismo. O artigo de Lukács está disponível em: http://www.marxists.org/portugues/lukacs/1920/misc/superacao-marxismo.htm Tradução de Nildo Viana.<br />
<br />
<br />
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;">2 MARX, Karl. “Prefácio”. In: Para a crítica da economia política; salário, preço e lucro; o rendimento e suas fontes: a economia vulgar. 2ª ed. – São Paulo: Nova Cultural, 1986. p. 25.</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><br />
</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"></div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;">3 BOBBIO, Norberto et al. O Marxismo e o Estado. Rio de Janeiro: Graal, 1979.</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><br />
</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;">4 MARX, Karl. Crítica da filosofia do direito de Hegel. São Paulo: Boitempo, 2005.</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;">p. 151.</div><div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><br />
</div><br />
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><br />
</div><br />
José Santana da Silva<br />
Prefácio ao livro “O Que é Marxismo?”, de Nildo Viana (Rio de Janeiro, Elos, 2008).Transformaçãohttp://www.blogger.com/profile/02804020169328221189noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-640190035942476866.post-46874390965167715522011-01-11T03:48:00.000-08:002011-01-11T03:48:54.112-08:00Prefácio - Livro Os Valores na sociedade moderna<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg05D_oz-Al3ElwDsWTMeitLCcL9wPvJzsd-PhR3XfVs4lXPUqUDZXbhyphenhyphenEI5STcdUlZUoxok14St5TKM_vykbpCgE33YvlrfViKeKkOGhZDbVsSn0qd8TcSnCaZxpPA_aUXwVuhUzVFshz0/s1600/Nildo-selo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="258" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg05D_oz-Al3ElwDsWTMeitLCcL9wPvJzsd-PhR3XfVs4lXPUqUDZXbhyphenhyphenEI5STcdUlZUoxok14St5TKM_vykbpCgE33YvlrfViKeKkOGhZDbVsSn0qd8TcSnCaZxpPA_aUXwVuhUzVFshz0/s320/Nildo-selo.jpg" width="320" /></a></div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;">PREFÁCIO</div><br />
<div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Nada mais pertinente e atual do que um livro sobre Os Valores na Sociedade Moderna. Muitos autores contemporâneos incluíram em seus debates esta temática que abarca estudos cujo foco investigativo diz respeito à condição da mulher, da família, da criança e do jovem, incluindo, quase sempre, mesmo que secundariamente, a questão dos valores.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Contudo, sempre acabava por prevalecer uma lacuna relacionada com a produção de um conhecimento sistematizado sobre o conceito e a concepção dos Valores. Nesta obra, Nildo Viana, se propõe a preencher esse espaço de uma forma bastante enriquecedora esclarecendo desde o início sua opção por um conjunto de valores e desvalores. Por isso, oferece a nós, leitores, uma importante produção que, ao tomar como referencial a teoria social de Marx, constrói conceitos como axionomia em contraposição ao de axiologia, discute a relação entre valores, sentimentos e consciência; entre ciência, técnica e axiologia, ao mesmo tempo em que aprofunda criticamente várias questões, dentre as quais o processo de formação dos valores na sociedade capitalista.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Marx, desde o Manifesto Comunista, nos alerta para a questão dos valores, mostrando que, ao converter toda a dignidade e honra pessoais em valor de troca, a burguesia estabeleceu como valor fundamental não mais a liberdade mas a livre troca. Assim, o mercado tornou-se elemento central na esfera de infl uência da vida interior dos indivíduos, marcando defi nitivamente, na sociedade moderna, a relação entre valor econômico e honra. Conseqüentemente, a noção de indivíduo pautada nos valores de igualdade, liberdade e fraternidade, herdada do iluminismo do século XVIII extinguiu-se antes mesmo de ser concretizada. Como sociólogo e professor universitário em tempos de “ilusões pós-modernas”, nosso autor, convive cotidianamente, no meio acadêmico ou fora dele, com debates, concepções e leituras que acreditam numa superação da modernidade. Estaríamos, como lembrou Terry Eagleton, vivendo em meio a uma espécie de relativismo tolerante. Todavia, a leitura deste livro deixa claro uma opção política do autor, cuja tradição marxista concebe o trabalho como algo diretamente ligado à existência humana e, portanto, produtor de objetos valorativos.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Enfi m, a importância de um estudo dessa natureza reside principalmente no fato de que a modernidade provoca a fragmentação da realidade e nos oferece uma falsa perspectiva de autonomização dos objetos devido a reifi cação no mundo do capitalismo. É preciso, então, retomar o caráter social das coisas, da arte, de tudo aquilo que é socialmente produzido para compreendermos os valores como parte do universo dos homens, os quais mesmo desvalorizados pela sociedade da mercadoria, mesmo que transformados eles</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">próprios em mercadoria, insistem em constituir-se como sujeitos de sua história. Esta é a contribuição deste livro.</span></div><br />
Veralúcia Pinheiro<br />
<br />
Prefácio do livro:<br />
<br />
Viana, Nildo. Os Valores na sociedade moderna. Brasília: Thesaurus, 2007.Transformaçãohttp://www.blogger.com/profile/02804020169328221189noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-640190035942476866.post-47209846503747151642011-01-11T03:31:00.000-08:002011-01-11T04:44:21.848-08:00Prefácio do livro "Escritos metodológicos de Marx"<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjz-B-jc4Ractht1xsE7Cl3ej2qkDN3ljW4k4gSVXqr_T2NUB8IkxhCsl5FOJrz9ln-VJM0umrELn64XIhqG6pVlkch1YmpfosjiwahHAGPsDrnKvIB0g3FBYd3J4msVby9T1Gi2-OsPcyr/s1600/escritosmarx.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjz-B-jc4Ractht1xsE7Cl3ej2qkDN3ljW4k4gSVXqr_T2NUB8IkxhCsl5FOJrz9ln-VJM0umrELn64XIhqG6pVlkch1YmpfosjiwahHAGPsDrnKvIB0g3FBYd3J4msVby9T1Gi2-OsPcyr/s640/escritosmarx.gif" width="428" /></a></div><div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;"><b><span style="line-height: 150%;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;"><br />
</span></span></b></div><div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;"><b><span style="line-height: 150%;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;">Um vigoroso estudo sobre </span></span></b></div><div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;"><b><span style="line-height: 150%;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;">o método em Karl Marx</span><o:p></o:p></span></b></div><div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;"><br />
</div><div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: right;"><i><span style="line-height: 150%;"><b><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">João Alberto da Costa Pinto</span></b><o:p></o:p></span></i></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-size: 11pt; line-height: 150%;"> <span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">A obra de Nildo Viana afirma-se a cada livro publicado como uma das mais instigantes do marxismo brasileiro e o leitor terá a prova desse fato inconteste com a leitura desta notável introdução aos “escritos metodológicos de Marx”, que agora aparece na sua terceira edição. O jovem autor, que é professor de Sociologia na Universidade Estadual de Goiás, é responsável por um já expressivo conjunto de estudos marxistas com temas e problemáticas interdisciplinares em livros como </span><i><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Introdução à Sociologia </span></i><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">(2006),</span><i><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"> A Dinâmica da Violência Juvenil </span></i><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">(2004),</span><i><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"> Estado, Democracia e Cidadania </span></i><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">(2004), entre outros títulos e dezenas de capítulos de livros e artigos em periódicos nacionais e internacionais. E a marca mais substantiva desse conjunto de obra é a reflexão teórica sobre a obra de Karl Marx, no qual este livro é o seu melhor exemplo.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="line-height: 150%;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"> Nildo Viana compõe sua trajetória política e intelectual nos quadros do marxismo brasileiro a partir de sua prática na universidade, ressalvando-se de modo enfático que a sua perspectiva rompe radicalmente com os cânones que sempre fundamentaram essa cultura: o marxismo pecebista, o marxismo fenomenologista acadêmico e o marxismo de tintas politicistas de matriz gramsciana. Seu projeto marxista insere-se de modo intransigente e radical na cultura dissidente anti-capitalista, naquilo que a ortodoxia leninista-stalinista sempre convencionou chamar pejorativamente de “esquerdismo”. Exceto pela obra de Maurício Tragtenberg não há no Brasil uma tradição consolidada de heterodoxias marxistas pautadas fundamentalmente por posições anti-leninistas, propositora, portanto, da radicalidade política anti-capitalista de bases autogestionárias. Em língua portuguesa, oriunda das contradições sociais do processo da Revolução dos Cravos (Portugal, 1974 – 1978), apresenta-se também a obra e análise marxista de João Bernardo. Junto a esses nomes, coloca-se agora o de Nildo Viana, ressalvando-se, contudo, as substantivas diferenças teóricas que agregam entre si. Existe, portanto, em língua portuguesa e na historicidade do marxismo brasileiro um marxismo radicalmente heterodoxo porque fundamentalmente ortodoxo com a obra de Marx, ortodoxia afirmada pela necessidade contínua de se justificar teoricamente no confronto com a obra marxiana original, ao contrário, por exemplo, das práticas tão comuns da ortodoxia marxista brasileira que com poucas exceções sempre preteriu a obra de Karl Marx pela dos clássicos marxista-leninistas.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="line-height: 150%;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"> É possível falar-se em “marxismo brasileiro” pela larga historicidade de trabalhos aparecidos ao longo dos últimos oitenta anos. O marxismo brasileiro, se pensarmos num dos seus principais cânones, a obra de Caio Prado Júnior publicada nas décadas de 1930 – 1970, sempre esteve envolvido com o sentido de se explicarem os significados do Brasil no mundo, os significados estruturais do Brasil na lógica da reprodução capitalista internacional. No entanto, práticas intelectuais que visassem à interpretação da obra original de Karl Marx, nunca foram uma marca estrutural dos clássicos do marxismo nacional. Poucos trabalhos de intelectuais brasileiros reuniram esforços nessa direção. Ressalve-se, no entanto, que o próprio Caio Prado Júnior foi um dos pioneiros nesse tipo de investigação, com a publicação na década de 1950 de dois extensos estudos sobre o modelo teórico de Marx e do marxismo em geral: </span><i><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Dialética do Conhecimento </span></i><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">(02 volumes – 1952) e </span><i><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Notas Introdutórias à Lógica Dialética </span></i><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">(1959)</span><i><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">.</span></i><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"> Estes trabalhos afirmaram uma das marcas indeléveis do marxismo brasileiro: o positivismo stalinista. As divergências políticas de Caio Prado Júnior com o Partido Comunista Brasileiro no que é demonstrado por estes dois trabalhos afirmavam o historiador paulista num campo stalinista ultra-ortodoxo, e nesse sentido, a programática do stalinismo pecebista era inquestionavelmente mais heterodoxa, por mais paradoxal que seja tal assertiva.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="line-height: 150%;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"> É na cultura política pecebista que o marxismo brasileiro deitou suas raízes. O pioneiro foi Octávio Brandão, que além de ter elaborado a primeira tradução do </span><i><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Manifesto do Partido Comunista</span></i><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"> de Marx e Engels, em 1924 (tradução feita do francês), foi também o primeiro intérprete marxista da processualidade histórica brasileira, com o seu livro </span><i><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Agrarismo e Industrialismo</span></i><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"> (1926). O esforço pioneiro de Octávio Brandão trazia a marca do autodidatismo militante dentro de um ambiente fortemente marcado pelo positivismo e pelas estruturas programáticas do marxismo-leninismo reproduzidas internacionalmente pelas agências de propaganda stalinista do </span><i><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Comintern</span></i><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"> soviético, onde esse modelo teórico – político disseminou-se sob a produção </span><i><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">stakhanovista</span></i><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"> de manuais de autores soviéticos como Lapidus e Ostrovitianov (autores de um manual de “economia política marxista” de muitas edições em português e que sempre foi vivamente recomendado por Caio Prado Júnior como leitura obrigatória para a formação do militante comunista brasileiro).<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="line-height: 150%;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"> O fato é que apesar de todas as dificuldades teóricas, instituiu-se no Brasil uma cultura marxista que mesmo não tendo na obra de Karl Marx o seu centro afirmador, forjou interpretações do Brasil radicalmente originais. Além dos trabalhos de Octávio Brandão e Caio Prado Júnior, até a década de 1960, as obras de Nelson Werneck Sodré e Alberto Passos Guimarães foram os melhores exemplos justificadores dessa assertiva, apesar das inúmeras diferenças teóricas que portavam entre si. Nelson Werneck Sodré, por exemplo, que foi a expressão cimeira dessa cultura pecebista tem uma obra de profunda e heterodoxa originalidade heurístico-interpretativa da realidade brasileira, marca que o distingue, dentro dessa cultura, como a mais fecunda e expressiva reflexão marxista brasileira do período.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="line-height: 150%;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"> No Rio de Janeiro, nas páginas da revista pecebista </span><i><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Estudos Sociais </span></i><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">(1958 – 1964) apareceram os primeiros estudos dedicados à obra de Karl Marx, geralmente em trabalhos traduzidos para o português de autores como Georg Lukács. Jovens marxistas brasileiros responsabilizaram-se por essas traduções e afirmariam-se logo a seguir, também como pioneiros no Brasil, de estudos sistemáticos sobre a obra de Marx, foi o caso, por exemplo, dos trabalhos de Leandro Konder. </span><st1:personname productid="Em S ̄o Paulo" w:st="on"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Em São Paulo</span></st1:personname><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">, no mesmo período, nas páginas da </span><i><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Revista Brasiliense</span></i><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"> (1955 – 1964), editada por Caio Prado Júnior, aparecem os primeiros trabalhos marxistas de autores como José Chasin e Michel Lowy (que depois demarcariam carreiras no campo da heterodoxia marxista contemporânea, centrada principalmente no nome de Georg Lukács). Gravitando em torno dessa revista e dos trabalhos de Caio Prado Júnior, dentro da Universidade de São Paulo (USP), um grupo de jovens professores a partir de 1958 desenvolveu por vários anos uma experiência de leituras e estudos sistemáticos sobre a obra magna de Marx – </span><i><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">O Capital.</span></i><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"> Essa experiência ficou conhecida como “Seminário Marx”. Do grupo, vários intelectuais projetaram-se posteriormente como responsáveis por algumas das mais fecundas investigações do marxismo brasileiro, principalmente, os trabalhos historiográficos de Fernando Novaes e os de cunho filosófico de José Artur Giannotti e Rui Fausto. A universidade passava a ser o segundo espaço institucional mais importante de realização de trabalhos marxistas no Brasil e essa projeção teórico-institucional teve vida até meados da década de 1980. <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="line-height: 150%;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"> Da década de 1980 aos atuais dias, o marxismo brasileiro sofreu a marca indelével do abandono, da abjuração teórica. Só os trabalhos de Jacob Gorender é que poderiam afirmar uma sobrevida ao marxismo como projeto teórico político de análise global. Da década de 1980 ao presente momento o marxismo tem sido sistematicamente rejeitado como modelo explicativo e como perspectiva política. Se o marxismo brasileiro nasceu nos quadros do pecebismo político, com a experiência acadêmica da década de 1980, viu-se derrotado politicamente em nome de um rigor formal de investigação. Nas práticas do marxismo acadêmico do período anunciava-se a derrota hoje tão visível. No entanto, de outras práticas acadêmicas é que aos poucos renasce o marxismo como perspectiva proletária, como perspectiva de estudantes proletários que não podem mais compactuar com a simples perspectiva de um dia tornarem-se gestores intermediários do capital transnacionalizado, dessas práticas de novo tipo nascidas nas frestas da universidade tecnocrática entre alguns professores e alunos é que aos poucos vão-se delineando relações sociais fecundamente anticapitalistas e é dentro de tais práticas que o livro de Nildo Viana se justifica historicamente.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="line-height: 150%;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"> Nildo Viana apresenta-nos a questão do método em Marx sob uma perspectiva totalizante, isto é, apresenta-nos o conjunto da obra marxiana como um todo metodologicamente coerente, dissipando assim, certos relativismos que poderiam insistir ainda na presença de diferentes “perspectivas” (o Marx “romântico” dos escritos de juventude; o Marx “científico” dos escritos de maturidade). Essa atitude para com a obra marxiana justifica-se pelo fato de que a perspectiva política de Marx sempre se radicou nas lutas políticas, nos conflitos sociais de seu tempo, sempre esteve envolvido junto ao proletariado no confronto de classes imanentes na experiência capitalista, lutas essas </span><st1:personname productid="em que Karl Marx" w:st="on"><st1:personname productid="em que Karl" w:st="on"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">em que Karl</span></st1:personname><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"> Marx</span></st1:personname><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"> como intelectual se determinava como sujeito histórico concreto. Sendo assim, o que nos ensina Nildo Viana é que o método de Marx deve ser percebido não como um instrumento apenas determinado à investigação histórico – sociológica de cariz acadêmico, por exemplo, mas fundamentalmente como um instrumento de combate às ferramentas ideológico-científicas do modo de pensar tecnocrático capitalista, ferramentas essas que no caso brasileiro em específico dão a sustentabilidade às funcionalidades da produção acadêmica na reprodutibilidade das práticas organizatórias da exploração capitalista.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="line-height: 150%;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"> O método em Marx é um instrumento de ciência e é também um instrumento ideológico, mas não a ciência ou a ideologia convencionalmente vistas como expressões de pretensas verdades ou falsas consciências a desvelar, o método em Marx, afirma-nos Nildo Viana, é a expressão dos instrumentos abstratos de codificação das contradições da realidade concreta no capitalismo, expressão desveladora de um real sempre apresentado como fragmentado, como por exemplo, o apresenta a irracionalidade dos reacionarismos culturalistas apresentados como práticas de investigação científica no esteio da universidade capitalista, onde os “atores” sociais do concreto histórico na sua locução como objetos de investigação são pensados como entidades autoreferentes sem qualquer determinação de classe, surgindo como objeto apenas pela vontade de sua palavra ou imaginários narcisistas. Práticas de investigação acadêmica que na infâmia de sua covardia moral, não se conseguem perceber na função formadora de quadros gestoriais para a organização da exploração nas relações sociais capitalistas, sendo capaz unicamente de sustentar seus bovarismos intelectuais dentro de pequenas salas departamentais nas internas divisões fordistas da instituição. O teoreticismo acadêmico que trata o modelo marxiano como vã ideologia, que na sua arrogância pueril chuta Marx como um cão morto para assim, na bovina alegria dos puros e inocentes direcionarem seus ofertórios explicativos à miséria conceitual dos multiculturalismos e dos pós-colonialismos, a expressão máxima da covardia de intelectuais panglossianos satisfeitos consigo mesmos nas suas rotinas empresariais capitalistas no interior da universidade.<o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="line-height: 150%;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"> O mérito do livro de Nildo Viana está justamente em retomar a radicalidade da perspectiva marxiana, por entender o método dialético como expressão política do proletariado, isto é, daqueles que se multiplicam aos bilhões como força de trabalho globalmente explorada pelo capitalismo. Enfim, o livro tem o extraordinário mérito de entender e apresentar a unidade da obra marxiana como expressão abstrata da verdade concreta das lutas de classe na história, como expressão teórico-conceitual transitória da própria transitoriedade da realidade histórica, por entender que o método na sua processualidade justificatória é apenas um elemento heurístico para atingir-se o concreto determinado dos fatos, as relações sociais nas suas determinações conflitivas da realidade histórica do capitalismo contemporâneo. <o:p></o:p></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="line-height: 150%;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"> Com os trabalhos de Nildo Viana desenham-se as possibilidades concretas de na tradição do marxismo brasileiro afirmar-se como definitivo o diálogo com a obra marxiana e apontarem-se assim as possibilidades de outras práticas intelectuais para o combate que pouco a pouco se vai instaurando na universidade brasileira contra os racionalismos positivistas tecnocráticos e/ou os irracionalismos culturalistas. </span><o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="line-height: 150%;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><br />
</span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="line-height: 150%;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">Prefácio do livro: </span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="line-height: 150%;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">Viana, Nildo. "Escritos metodológicos de Marx", Goiânia: Alternativa, 2006.</span></span></div>Transformaçãohttp://www.blogger.com/profile/02804020169328221189noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-640190035942476866.post-25400840256223631272011-01-07T02:00:00.000-08:002011-01-11T03:57:17.788-08:00Valores e Hegemonia, Uma crítica desbravadora da axiologia<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZSDbi6olrBp9_FpmtaaoGgWBi5Ap2hm0utAzESfEzlhGPGXFoprs82sxH6FlCfz6sIEUwDcD9tcvrUJAL7D3QAhxQ2hktEFs0V7-KfVzU4i-Mr_j63fjtgeQqXZKSnYBmhpz5UUZqqqxr/s1600/1707.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" n4="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZSDbi6olrBp9_FpmtaaoGgWBi5Ap2hm0utAzESfEzlhGPGXFoprs82sxH6FlCfz6sIEUwDcD9tcvrUJAL7D3QAhxQ2hktEFs0V7-KfVzU4i-Mr_j63fjtgeQqXZKSnYBmhpz5UUZqqqxr/s400/1707.jpg" width="266" /></a></div><div align="left" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;"><br />
</div><div align="left" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;"><b><span style="color: black; font-family: TrebuchetMS, Bold; font-size: 18pt;">Valores e Hegemonia, </span></b><b><span style="color: black; font-family: TrebuchetMS, Bold; font-size: 18pt;">uma Crítica Desbravadora da Axiologia</span></b></div><div align="left" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;"><br />
</div><div align="left" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;"><div style="text-align: right;"><b><span style="color: black; font-family: TrebuchetMS, Bold; font-size: 14pt;">Fabrício Arruda Santos</span></b></div></div><div align="left" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none;"><div style="text-align: justify;"><span style="color: black;">Um dos mais poderosos sustentáculos da sociedade burguesa é a cultura. Esta é </span>o cimento da dominação burguesa, como já dizia Gramsci. A hegemonia burguesa na sociedade civil é tão forte que até os setores oposicionistas são reprodutores dela, mesmo quando fazem oposição. Isto está presente na razão instrumental, analisada por Horkheimer, no domínio da ideologia dominante, como já apresentado por Marx, mas há algo mais aí. O que é? Eis a pergunta. A resposta pode ser encontrada em um livro recentemente publicado por um dos grandes desbravadores da sociologia brasileira, Nildo Viana, a obra “Os valores na sociedade Moderna”. Nesta obra, Viana desenvolve elementos fundamentais para se pensar a reprodução da sociedade moderna, capitalista.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none;"><div style="text-align: justify;"><span style="color: black;">Uma das bases da ideologia e da razão instrumental, é a axiologia. </span>Por isso a axiologia é mais forte e importante para explicar a dominação cultural burguesa do que a ideologia e a razão instrumental. Não se trata aqui de axiologia como "ciência dos valores", "ramo da filosofia" e sim tal como definida e analisada por Nildo Viana em sua obra Os Valores na Sociedade Moderna. Axiologia significa, neste caso, uma determinada configuração do padrão dominante de valores. Em outras palavras, são os valores dominantes em uma determinada sociedade, que podem assumir várias formas ou combinações (uma determinada configuração). Tais valores são produzidos socialmente, inculcados nos indivíduos desde a infância e o processo de socialização primária, expresso na família, escola, meios de comunicação, brinquedos, etc. Esse processo social de produção de valores está de acordo com as relações sociais existentes, reproduzindo-as e valorandoas. Elas expressam os interesses de reprodução das relações de produção capitalistas e se espalham por toda a vida social, engolindo os indivíduos. As escolhas, decisões, atitudes, idéias, dos indivíduos são condicionadas por seus valores e por isso a base da ideologia dominante e do conservadorismo, mesmo de setores dominados, é a axiologia.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none;"><div style="text-align: justify;"><span style="color: black;">Assim, os valores dominantes formam, nos indivíduos, valores fundamentais que </span>eles reproduzem e internalizam, tornando-se dificilmente removíveis. A busca de ascensão social, sucesso, fama, poder, riqueza, ou seja, o mundo da competição está entranhado nas pessoas, bem como a importância da autoridade, dos dirigentes, dos governantes, dos diretores, e a mercantilização de tudo, no qual o ter predomina sobre o <span style="color: black;">ser, e tudo vale pelo quanto custa. Estes elementos típicos das relações sociais </span>burguesas se reproduzem na esfera dos valores. Trata-se da sociabilidade burguesa fundada na competição, burocratização e mercantilização que produz os valores dominantes e estes, por sua vez, reproduz tal sociabilidade.</div></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none;"><div style="text-align: justify;"><span style="color: black;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: black;">Todos os indivíduos possuem valores fundamentais e valores derivados e a </span>sociedade moderna molda os valores fundamentais, que são os correspondentes aos interesses dominantes. Os valores fundamentais são aqueles que ligados à valoração primária e se torna critérios para a valoração secundária, ligada aos valores derivados, <span style="color: black;">ou seja, são meios de escolhas que determinam os demais valores. Isto se revela no </span>nosso cotidiano, escola, ciência, arte, mundo dos objetos. Os filmes, as obras de arte, as produções intelectuais e científicas, são, predominantemente, axiológicos. Os programas de TV, brinquedos, objetos em geral (uma pessoa troca de mesa para ter uma mesa melhor, no sentido de lhe fornecer mais status e lhe colocar um minúsculo degrau acima na escala social) são predominantemente axiológicos. A ideologia tem como base a axiologia. A ideologia, no significado marxista, é uma falsa consciência. Essa falsidade não surge apenas das limitações intelectuais dos indivíduos. Ela surge por outro motivo, o não-querer ver, determinada pelos valores.</div></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none;"><div style="text-align: justify;"><span style="color: black;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: black;">Um economista que apela para números para esconder a realidade da exploração, da </span>miséria, do fracasso da qualidade de vida e do bem estar dos indivíduos, não está apenas sendo limitado intelectualmente devido a ideologia dominante na ciência econômica, mas também pelos valores que ele compartilha, a nível geral – predominantes em todos os grupos sociais, tal como a competição, e que se reproduz entre os economistas que, para realizar o valor do sucesso e ascensão social, precisa estar na moda e agradar, para ganhar financiamento, vender livros, etc. – e a nível particular – como economista e portanto indivíduo ressocializado para valorar os números, as estatísticas, dos resultados, em detrimento dos seres humanos. Uma das principais fontes da ideologia, da falsa consciência, é a axiologia.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Depois de perceber essas questões, vem a pergunta: qual a saída? Ou não há saída? Se existem valores dominantes, existem valores não-dominantes. A existência da dominação só pode ser pensada num processo no qual existam dominantes e dominados. A existência de valores dominantes mostra que existem outros valores, pois caso contrário haveria apenas valores, não seriam dominantes e seriam de todos e para todos. <span style="color: black;">É por isso que existem valores divergentes, valores autênticos. Eles são autênticos por </span>expressarem valores correspondentes à natureza humana, ou seja, que estão ligados aos princípios do trabalho não alienado – ou seja, da criatividade – e da cooperação – a sociabilidade entre iguais. Para explicitar estes valores, Viana cunha o neologismo “axionomia”, expressão de determinada configuração de valores autênticos.</div></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none;"><div style="text-align: justify;"><br />
</div></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none;"><div style="text-align: justify;"><span style="color: black;">A axionomia existe marginalmente na sociedade moderna, em grupos </span>explorados e oprimidos, no proletariado, e outros lugares. Também existe em muitos indivíduos em contradição com outros valores que são portadores. Um indivíduo possui uma escala de valores e conflitos internos entre valores e por isso há uma luta interna dentro do indivíduo, assim como há uma luta social em torno dos valores. Uma das <span style="color: black;">formas de corroer a hegemonia burguesa, afirma Viana, é buscar a transformação dos </span>valores, realizar a crítica da axiologia e a defesa da axionomia. E a consciência tem um papel importante nesse processo, pois há uma influência recíproca entre consciência e valores e os conflitos internos dos indivíduos podem ter uma resolução positiva caso tenham consciência que grande parte dos seus valores são produtos sociais e axiológicos.</div></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none;"><div style="text-align: justify;"><span style="color: black;"><br />
</span></div></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none;"><div style="text-align: justify;"><span style="color: black;">Assim, há uma luz no fim do túnel. E não poderia deixar de ser, pois Viana se </span>destaca por ser um dos poucos sociólogos brasileiros originais e que não se rende ao conservadorismo, modismo, colonialismo cultural e que é um desbravador, no sentido que desbrava, abre novos caminhos, inova. Nada mais normal, portanto, que produza mais esta obra desbravadora.</div></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: left;"><div style="text-align: justify;"><br />
</div></div><div align="left" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;"><b><span style="color: black;">Referência Bibliográfica </span></b><span style="color: white;">18</span></div><div align="left" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;"><span style="color: black;"><br />
</span><br />
<span style="color: black;">VIANA, Nildo. <em>Os Valores na Sociedade Moderna</em>. Brasília: Thesaurus, 2007.</span></div><div align="left" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;"><br />
</div><div align="left" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;"><span style="color: black; font-size: 13.5pt;">Fabrício Arruda Santos</span></div><div align="left" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: left;"><span style="color: black; font-size: 10pt;">Graduado em ciências sociais pela UFPE – </span><span class="Apple-style-span" style="font-size: 13px;">Universidade Federal de Pernambuco.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><b><span style="font-family: CenturyGothic, Bold;">Revista Es paço Livre, Vol. 5, num. 09, jan-jun./2010</span></b></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><b><span style="font-family: CenturyGothic, Bold;"><a href="http://api.ning.com/files/3tv-4iUMh61HHFNtKss0w8THPScCr5oSqg-Lpcmh5o2BNVwT5oj6b1A10IqJ55ZKxMsiL0Cx2qjWrPVuz90*VZL3vDNMhFCs/EspaoLivre9.pdf">Link para Revista Espaço Livre</a></span></b></div>Transformaçãohttp://www.blogger.com/profile/02804020169328221189noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-640190035942476866.post-7281425338306469832011-01-04T09:45:00.000-08:002011-01-04T09:45:45.451-08:00Resenha do Livro “O Capitalismo na Era da Acumulação Integral”<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVk8TZOI9yH0_e4NuKoaCixhNtOvScNZH_KZHZE_2JaVg9T1zlbFeCE4y9y1hXmgIBh53M2g4zFmYBriyPdqE4zF3eJGwNcmnUCO9CPpFX1xWuDT0lANjlENnDHUejBNr0KKlBQn8t-kb4/s1600/Resenhas+Nildo+Viana.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVk8TZOI9yH0_e4NuKoaCixhNtOvScNZH_KZHZE_2JaVg9T1zlbFeCE4y9y1hXmgIBh53M2g4zFmYBriyPdqE4zF3eJGwNcmnUCO9CPpFX1xWuDT0lANjlENnDHUejBNr0KKlBQn8t-kb4/s400/Resenhas+Nildo+Viana.jpg" width="400" /></a></div><div class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;">Para Compreender o Capitalismo Contemporâneo</span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;">Resenha do Livro “O Capitalismo na Era da Acumulação Integral”*</span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: right;"><b>Marcos Lopes**</b></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">A sociologia e as ciências humanas na contemporaneidade possuem um grave problema: a falta de referenciais teóricos abrangentes que forneçam uma base explicativa da realidade do capitalismo contemporâneo. Sem dúvida, existem muitas obras (sociológicas e de outras áreas) sobre a realidade contemporânea, a “modernidade”, e outros temas. Isso não deve ocultar a visão de que é necessário reconhecer uma limitação grave na grande maioria destas obras, seja por sua base teórico-metodológica, seja por suas deficiências analíticas próprias. Grande parte da produção sociológica sobre o mundo contemporâneo se fundamenta em teorias e métodos limitados, que, obviamente, irão promover uma limitação na explicação da realidade contemporânea. Muitos caem num factualismo ou empiricismo que compromete a percepção da realidade concreta, outros caem em especulações e abstrações que não colaboram no processo de compreensão da realidade contemporânea, sendo mais ficções do que realidade.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Isso, em parte, é derivado do mundo cultural que nos cerca, os modismos, as representações cotidianas e a ideologia dominante, acaba sendo um obstáculo para uma visão mais ampla da realidade. Por outro lado, a própria complexidade das relações sociais e seu caráter mutável, é outro obstáculo. Assim, para o indivíduo conseguir perceber as relações sociais em que vive e como elas se formaram, é algo extremamente difícil.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">A obra recém lançada de Nildo Viana, <i>O Capitalismo na Era da Acumulação Integral</i>, é uma exceção. O autor oferece uma grande contribuição para se pensar o capitalismo contemporâneo. Para tanto, a obra conta com uma forte base teóricometodológica, já desenvolvida pelo autor em outras obras, o que é um diferencial em relação a vários outros livros sobre o mundo contemporâneo. O autor não cai no empiricismo em momento algum, e isso o permite mostrar as mudanças sociais e históricas, a continuidade e descontinuidade. Também não fica preso num processo de criação de categorias abstratas que pouco acrescentam numa análise crítica e por isso contribui com o processo de revelar os problemas e questões sociais que hoje enfrentamos. Também não cede ao processo fácil e recorrente de ficar citando sempre os mesmos autores para explicar a realidade social contemporânea, num “eterno retorno do mesmo discurso”, onde a ousadia intelectual e criatividade ficam ausentes e aí vem os repetidores dos “grandes nomes” para dizer sempre o mesmo, tal como os grandes nomes fazem.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">A obra de Viana não se limita a repetir o jargão e o discurso corrente de uma determinada ala acadêmica que se diz marxista e que estão sempre dispostos a cultuar autores da moda e salvadores da pátria da esquerda tradicional ou supostas alternativas e, assim, não se encontrará em tal obra a referência a autores como Kurz, Mészáros e Chesnais. Também não se rende a uma necessidade de subordinação aos modismos e autores consagrados pelos grandes nomes da sociologia contemporânea (Giddens, Bauman), tanto pelo fato do autor não ser apenas sociólogo, sendo também filósofo, quanto pelo fato de principalmente não se restringir a um mundo especializado e unilateral. Para aqueles que conhecem suas outras obras, sabem que o autor não só questiona a especialização do trabalho intelectual como adentra em inúmeras temáticas e disciplinas, o que o torna uma pessoa mais do que indicada para realizar uma abordagem da totalidade das relações sociais sob o capitalismo contemporâneo. É por isso que o autor consegue, dialeticamente, trabalhar a categoria de totalidade e entender o capitalismo como tal – indo além da mera análise chamada “econômica”, mas mostrando as relações recíprocas entre as mutações do processo de produção e as políticas estatais, as relações internacionais, as manifestações culturais.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">O autor faz uma análise do capitalismo contemporâneo e realiza sua periodização, dando conta de explicar não somente o processo histórico do capitalismo, como suas mutações e características específicas em cada período. Através da noção de regime de acumulação, retomada e ressignificada a partir da escola da regulação e Benakouche, dotando o termo de caráter social e não economicista, incluindo o Estado, a organização do trabalho e as relações internacionais, apresenta o desenvolvimento histórico do capitalismo e focaliza o modo atual, o regime de acumulação integral, marcado pelo neoliberalismo, toyotismo, e neo-imperialismo (globalização, termo amplamente criticado em uma parte da obra). O autor, no primeiro capítulo, apresenta as suas bases teóricas ao discutir a teoria dos regimes de acumulação. Além de discutir algumas das várias propostas de periodização do capitalismo, mostrando seus limites, o autor esclarece o conceito de regime de acumulação e oferece sua periodização que aponta para o entendimento de que a história do capitalismo é marcada por uma “sucessão de regimes de acumulação”, tal como Marx já havia percebido que a história da humanidade é marcada por uma sucessão de modos de produção.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Na seqüência, o autor passa a tratar, o que é objeto de sua obra, do atual regime de acumulação. O regime de acumulação integral tem como elementos básicos e definidores a organização do trabalho comandada pelo toyotismo, a formação estatal de caráter neoliberal e por novas relações internacionais que instituem um neoimperialismo. Ele dedica a cada um destes elementos componentes do regime de acumulação integral um texto específico.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">O texto sobre neoliberalismo é excepcional, inclusive com críticas precisas e corretas a Perry Anderson e outros intérpretes. O autor mostra que o neoliberalismo não é mera aplicação de uma doutrina (surgida na década de 1940) e sim produto de necessidades do capital e são estas que constrangem a retomada de ideologias produzidas em outras épocas, bem como a criação de novas e misturas ideológicas que a realidade concreta da organização estatal produz. Assim, dizer que determinado governo não é neoliberal porque não se encaixa na ideologia de um determinado autor é um equívoco que a partir destas reflexões perde razão de ser.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">O texto sobre toyotismo é revelador e crítico. Além de discutir a gênese do toyotismo e recuperar o significado do processo de trabalho no capitalismo, que é processo de valorização, e questionar o “léxico dominante” (o que fará em vários outros momentos do livro no que se refere a várias palavras e supostos conceitos da moda), especialmente a falácia da suposta “flexibilidade” (um eufemismo que é aplicado a tudo e não explica nada, escondendo o caráter nada flexível das mudanças do mundo do trabalho). O objetivo do toyotismo e tudo que se relaciona com a chamada “reestruturação produtiva” é aumentar a extração de mais-valor absoluto e relativo, que, para se realizar, precisa do Estado Neoliberal, seu complemento necessário.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">O texto sobre neo-imperialismo é esclarecedor, inclusive mostrando as especificidades dos Estados Unidos. Mostra a necessidade contemporânea do capitalismo de aumentar o processo de exploração a nível nacional e mundial, tanto nos países de capitalismo subordinado quando nos países imperialistas e a ampliação da exploração internacional.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">O autor não se limita a analisar a base real das mutações contemporâneas, ou seja, a mudança nas relações de trabalho, políticas estatais e relações internacionais, e, na segunda parte da obra faz uma análise crítica e extremamente útil de determinadas ideologias contemporâneas. Além da crítica de Toni Negri e da ideologia da crise da sociedade do trabalho, há dois textos que se destacam: a crítica ao pós-modernismo e à ideologia da globalização. A análise do pós-modernismo, além de mostrar que é uma “armadilha ideológica” e que não se deve tomar o discurso pelo o que ele diz ser, retoma as origens históricas de um conjunto de ideologias que emergem a partir do novo regime de acumulação e servindo aos interesses de reprodução deste. Ao analisar a gênese do que o autor denomina “pós-vanguardismo”, a manifestação da ideologia “pós-moderna” na esfera artística, e do “pós-estruturalismo”, a sua expressão na esfera científica, coloca em evidência sua razão de ser e sua ligação indissolúvel com as mudanças sociais e históricas do capitalismo. A crítica da ideologia da globalização, que retoma os questionamentos de Bourdieu, Bauman e Forrester, indo além delas, coloca em evidência mais uma produção ideológica que cria fantasmagorias ideológicas para obscurecer uma real compreensão do mundo contemporâneo. Neste ponto, para quem não leu o livro, se daria por contente e entenderia que o autor faz uma introdução teórica que abre espaço para analisar o modo de produção capitalista em sua atualidade e sua íntima relação com a formação estatal e exploração internacional e também o mundo das ideologias, fornecendo um quadro geral da sociedade contemporânea. Porém, o autor não para por aí. Se desde o início as conseqüências sociais (aumento da pobreza, desemprego, entre outras) estão presentes,<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">a última parte do livro focaliza as lutas sociais e as mutações que ocorrem neste contexto. Uma discussão crítica sobre a ideologia da exclusão social e a análise do processo de lumpemproletarização é realizada e seguida por uma análise das lutas sociais contemporâneas, lutas no México, Argentina, Europa, ação da classe dominante e das classes exploradas, indo até as lutas culturais, da auto-ajuda até o microrreformismo e retomada de autores e concepções marginais (anarquismo, conselhismo, situacionismo) e pela necessidade capitalista de reprodução ampliada do mercado consumidor. O exemplo dos animais domésticos transformados em mercadoria que constrangem os indivíduos a comprarem outras mercadorias (ração, remédios, etc.) e o caso do computador que realiza o mesmo constrangimento, é útil para muitas pessoas refletirem sobre as ideologias da liberdade absoluta do indivíduo.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Assim, as lutas sociais no México, o chamado “movimento antiglobalização”, a rebelião na Argentina, são colocados no interior de um quadro teórico e analítico que supera a mera descrição e mostra as bases e tendências das lutas sociais. Sem um grande aprofundamento nestes casos específicos, já que não era o objetivo do trabalho uma análise pormenorizada e profunda de cada caso específico e sim a inserção destas lutas num movimento tendencial, revela o que gera tais lutas e como elas reconfiguram as manifestações culturais, ao mesmo tempo que são atingidas por estas. A ação estatal e o processo de violência e aumento da repressão, por um lado, e novas políticas estatais marcadas por um microrreformismo, são apresentados não como produto do acaso e sim como resultado de lutas sociais no interior de um novo regime de acumulação. A conclusão final do livro é surpreendente: enquanto muitos acham (e declaram) que o capitalismo está em crise, que as lutas na Argentina e México são os grandes exemplos a serem seguidos, que as revoltas na França ou o movimento antiglobalização é um novo movimento que veio para ficar, o autor afirma que, no fundo, não há nenhuma crise do capitalismo atualmente e que este continua se reproduzindo normalmente, assim como as lutas sociais contemporâneas (revoltas na Europa, rebeliões, etc.) são apenas as novas lutas cotidianas e ainda limitadas que tendem a se radicalizar com o continuidade do regime de acumulação integral, que tal como os outros regimes de acumulação anterior, não é eterno e também entrará em crise e que, todas as vezes que um regime de acumulação entra em crise, abre-se a possibilidade de sua transformação em crise do capitalismo, e, assim, torna-se possível a libertação humana e a autogestão social.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Enfim, é uma obra que aborda um conjunto de questões e numa concepção totalizante. A categoria de totalidade, defendida e explicitada pelo autor em outras obras, se corporifica neste livro e oferece uma rara contribuição para se repensar o mundo contemporâneo. E acaba se revelando uma obra como poucas produzidas na sociologia brasileira, tornando-se leitura fundamental para todos os cientistas sociais e pessoas preocupados com o destino da humanidade.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-autospace: none;"><span style="font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">* VIANA, Nildo. <i>O Capitalismo na era da acumulação integral</i>. São Paulo, Idéias e Letras, 2009.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-autospace: none;"><span style="font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">* * Doutor em Sociologia Política/UFSC. Professor do Instituto Federal de Goiás/IFG.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-autospace: none;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-autospace: none;"><i><span style="font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Revista Sociologia em Rede, vol. 1, num. 1, Jan./Jul. 2010.<o:p></o:p></span></i></div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-autospace: none;"><br />
</div><div class="MsoNormal"><span style="font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><a href="http://api.ning.com/files/AQBMy1T4WxUpczrAkMMsaUOkjLoQL98hnOueDzmi2gvpNGT1fGlcfvBPA7j0I1vjf3NBBEIw1aMxqXdYYii8aHmrhLtSW4Li/SR1.pdf">http://api.ning.com/files/AQBMy1T4WxUpczrAkMMsaUOkjLoQL98hnOueDzmi2gvpNGT1fGlcfvBPA7j0I1vjf3NBBEIw1aMxqXdYYii8aHmrhLtSW4Li/SR1.pdf</a><o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal"><br />
</div>Transformaçãohttp://www.blogger.com/profile/02804020169328221189noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-640190035942476866.post-16611306746703449392011-01-04T05:47:00.000-08:002011-01-04T09:21:24.634-08:00Resenha do livro "A Questão da mulher"<span class="Apple-style-span" style="color: white; font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 19px;"></span><br />
<div class="xg_headline xg_headline-img xg_headline-2l" style="clear: left; line-height: 1.5em; margin-bottom: 1em; margin-left: 5px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><div class="tb" style="line-height: 1.5em; margin-bottom: 0px; margin-left: 76px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgH2B-onssBpn2dtAA07_CtxHaTfWvVNO4_9DBiexn1tMIFfM1PI6W4FViE4EeeNu53HFNkUHUpiDKxQ7ogC4vG9Vk690z-b7kbrnw0fdY4wel1X0pYTuWQE-DZywsCdHSQpss-QYvkk6oX/s1600/entrevistasocarteyoutube.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="150" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgH2B-onssBpn2dtAA07_CtxHaTfWvVNO4_9DBiexn1tMIFfM1PI6W4FViE4EeeNu53HFNkUHUpiDKxQ7ogC4vG9Vk690z-b7kbrnw0fdY4wel1X0pYTuWQE-DZywsCdHSQpss-QYvkk6oX/s200/entrevistasocarteyoutube.jpg" width="200" /></a></div><h1 style="clear: none; font-family: 'Arial Black', sans-serif; font-size: 2.4em; font-weight: normal; line-height: 1.2em; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; overflow-x: hidden; overflow-y: hidden; padding-bottom: 0px !important; padding-left: 0px !important; padding-right: 0px !important; padding-top: 0px !important; text-overflow: ellipsis;"><span class="Apple-style-span" style="color: black;"><br />
</span></h1><h1 style="clear: none; font-family: 'Arial Black', sans-serif; font-size: 2.4em; font-weight: normal; line-height: 1.2em; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; overflow-x: hidden; overflow-y: hidden; padding-bottom: 0px !important; padding-left: 0px !important; padding-right: 0px !important; padding-top: 0px !important; text-overflow: ellipsis;"><span class="Apple-style-span" style="color: black;">A Questão da Mulher: Uma análise crítica e uma esperança*</span></h1><div><span class="Apple-style-span" style="color: black;"><br />
</span></div><div style="text-align: right;"><span class="Apple-style-span" style="color: black;"><b>FABRÍCIO ARRUDA SANTOS</b></span></div><div><br />
<span class="Apple-style-span" style="color: white; font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 13px; line-height: 19px;"><u></u></span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="color: white; font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 13px; line-height: 19px;"><u><div class="MsoNormal"><span class="apple-style-span"><span style="font-family: 'Agency FB', sans-serif; font-size: 14pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: black;">O livro A questão da mulher (1) tem como grande mérito não estar preso ao pensamento acrítico hoje dominante. Trata-se de uma coletânea de artigos sobre a questão da mulher que abarca a questão da opressão feminina, da violência contra a mulher e do trabalho feminino, além de conter também reflexões epistemológicas e sobre a ideologia do gênero, que, sem dúvida, estão relacionadas com as questões anteriormente colocadas.<o:p></o:p></span></span></span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: 'Agency FB', sans-serif; font-size: 14pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: black;"><br />
</span> <span class="apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="color: black;">O organizador Nildo Viana, autor de três ensaios, bem como Maria Angélica Peixoto, Veralúcia Pinheiro e Edmilson Marques, nos oferecem uma excelente análise da questão feminina. Esta obra aborda algumas questões de forma original, principalmente a crítica ao termo gênero, uma posição de extrema coragem e ousadia. Isto tudo no interior de uma abordagem que pode ser considerada multidisciplinar, envolvendo a sociologia, a história, a economia, a filosofia e outras ciências humanas.<o:p></o:p></span></span></span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: 'Agency FB', sans-serif; font-size: 14pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: black;"><br />
</span> <span class="apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="color: black;">A apresentação é muito boa e expõe que os autores do livro não possuem a mesma posição, embora o referencial teórico-metodológico praticamente seja o mesmo. Os textos são de boa qualidade, relacionam a questão da mulher com o movimento operário e o trabalho, apresentam a realidade da opressão feminina e da violência, a questão da mulher na comunicação, na política, no trabalho e discute conceitos, termos e métodos.<o:p></o:p></span></span></span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: 'Agency FB', sans-serif; font-size: 14pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: black;"><br />
</span> <span class="apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="color: black;">Enfim, é uma abordagem da questão feminina ao mesmo tempo geral, ampla, crítica e bem trabalhada. Os dois textos de destaque são Método Dialético e Questão da Mulher e Gênero e Ideologia, ambos de Nildo Viana. O primeiro explicita uma visão que ultrapassa as limitações metodológicas apresentadas por várias tendências contemporâneas, que é o isolamento da questão feminina das demais relações sociais, retomando a categoria de totalidade. A questão da mulher só pode ser compreendida se inserida na totalidade das relações sociais e não de forma isolada, o que faz cair no maniqueísmo ou no essencialismo. O segundo mostra as origens históricas e vinculações ideológicas do construto (falso conceito, unidade de um discurso ideológico, segundo explica o autor) gênero e ainda realiza a crítica da ''ideologia do gênero''.<o:p></o:p></span></span></span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: 'Agency FB', sans-serif; font-size: 14pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: black;"><br />
</span> <span class="apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="color: black;">Precisamos de livros assim, críticos, engajados, desmistificadores. O papel deste tipo de obra é questionar, romper com o discurso banal que povoam os nossos ouvidos, uma eterna repetição de lugares comuns recentemente produzidos e logo descartados. Assim, este livro tem o mérito de não ser mais um discurso banal e descartável sobre a questão da mulher, sendo uma obra de referência duradoura e que deveria ser inspirador de novas obras com o mesmo caráter.<o:p></o:p></span></span></span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: 'Agency FB', sans-serif; font-size: 14pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: black;"><br />
</span> <span class="apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="color: black;">1 - VIANA, Nildo. org. A Questão da mulher. Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2006.</span></span><span class="Apple-style-span" style="color: black;"><br />
</span> <span class="apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="color: black;"><o:p></o:p></span></span></span></div><div class="MsoNormal"><span class="apple-style-span"><span style="font-family: 'Agency FB', sans-serif; font-size: 14pt;"><span class="Apple-style-span" style="color: black;">* Publicado em: www.csonline.ufjf.br/artigos/arquivos/edicao2/.../CSO_Fabricio_res</span></span></span><span style="font-family: 'Agency FB', sans-serif; font-size: 14pt;"><o:p></o:p></span></div></u></span></span></div></div></div>Transformaçãohttp://www.blogger.com/profile/02804020169328221189noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-640190035942476866.post-81523310302575020282011-01-04T04:55:00.000-08:002011-01-04T05:04:55.177-08:00Resenha do livro "Universo psíquico e reprodução do capital - Ensaios freudomarxistas"<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTFqlZQa6n9_W5WytBObMRtN5pZiT-v8kWIF1riK7Tn8so3xexW5pzQ2rcmQ_4kAm6Mwv6zqj0h0Qj_zwDFCE-uHT1AuCNtMfl5L0c4-jLcJw6IFgrFMVhSAMOGDRw_yNL4aVWnn0AtoiQ/s1600/Nildo-Freud.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="363" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTFqlZQa6n9_W5WytBObMRtN5pZiT-v8kWIF1riK7Tn8so3xexW5pzQ2rcmQ_4kAm6Mwv6zqj0h0Qj_zwDFCE-uHT1AuCNtMfl5L0c4-jLcJw6IFgrFMVhSAMOGDRw_yNL4aVWnn0AtoiQ/s400/Nildo-Freud.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><br />
</span></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Universo Psíquico e Reprodução do Capital: </span></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Ensaios freudo-marxistas</span></div><br />
<div style="text-align: right;"><b>Renato Dias de Souza 1</b></div><br />
<br />
<br />
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;"><span class="apple-converted-space"><span style="color: black; font-size: 13.5pt;">No </span></span><span style="color: black; font-size: 13.5pt;">livro “Universo Psíquico e Reprodução do Capital: Ensaios Freudo-Marxistas”2, publicado pela editora Escuta, 2008, de autoria de Nildo Viana, foram reunidos quatro ensaios. Nestes destacamos a preocupação do autor em historicizar os diversos temas e sistematizar conhecimento sob as lentes da “crítica impiedosa do existente”, como propunha Marx. O professor da Universidade Estadual de Goiás realizou uma síntese entre marxismo e psicanálise. Não constituiu um conjunto homogêneo a partir de partes distintas ou justapondo essas duas perspectivas de explicação do universo psíquico e da<o:p></o:p></span></div><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: black; font-size: 13.5pt;">sociedade.<o:p></o:p></span></div><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: black; font-size: 13.5pt;">Ao contrário, repensou a psicanálise com as categorias do marxismo. Reconhecendo os avanços e limites desta na compreensão do processo de reprodução do capital, a partir da análise do universo psíquico. Utilizando o materialismo histórico-dialético, como método heurístico de perspectiva totalizante, foi possível que apresentasse críticas as idéias acerca do “princípio de realidade” e “princípio de prazer”, por exemplo. Pois, essas apresentam-se em muitas reflexões mediados pela dicotomia entre o interno (o inconsciente) e o externo (o consciente). Nos ensaios podemos verificar uma explicação totalizante das questões que se colocam acerca das relações sociais e o universo psíquico.<o:p></o:p></span></div><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: black; font-size: 13.5pt;">A perspectiva historicizante destes os situam na crítica a naturalização, com que alguns conceitos da psicanálise, são utilizados e tratam das relações sociais. Entre eles, as questões referentes ao “instinto de morte”, da psicanálise freudiana, e o conservadorismo que o associa a necessidade da repressão. Desse modo, Nildo Viana, não incorreu no esvaziamento da subjetividade das suas determinantes histórico-concretas. O universo psíquico, em especial a mentalidade dominante, é um dos elementos que possibilitam a reprodução do capital. Portanto é fundamental situarmos a constituição da psicanálise na história e explicarmos o universo psíquico na totalidade das relações sociais.<o:p></o:p></span></div><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: black; font-size: 13.5pt;">Afirma a necessidade de uma história crítica da psicanálise, que demonstre como o universo psíquico, constitui-se na sociedade moderna sob condições colocadas pelo processo de crescente mercantilização e burocratização das relações sociais. Oriundo da expansão e universalização do capitalismo intensificada após a Segunda Guerra Mundial. De modo que, as demais esferas da vida social, estejam condicionadas pelo modo de produção existente. O que nos possibilita explicarmos a simultaneidade entre o crescimento das “necessidades fabricadas” e os interesses da classe dominante.<o:p></o:p></span></div><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: black; font-size: 13.5pt;">No entanto, o autor, que é um crítico das concepções pseudomarxistas e seus mecanicismos, não oculta na sua análise, as lutas sociais que se opõem a exploração capitalista. A preocupação em apontar saídas onde tudo parece perdido, coincide com a crítica de Henri Lefebvre a Herbert Marcuse, que, também é questionado por Nildo Viana. Daí, a preocupação com que resgata as fantasias, sonhos e utopias como elementos que resistem à repressão e voltam ao consciente. Constituindo-se em manifestações de resistência à sociabilidade restritiva impostas pelo realismo político e o pragmatismo dos partidos e sindicatos, por exemplo.<o:p></o:p></span></div><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: black; font-size: 13.5pt;">A compreensão de que a consciência do indivíduo se constitui socialmente retoma a possibilidade de que o caráter teleológico dessa contribua na superação das condições dadas. Daí, podermos classificar as questões sobre o “instinto de morte” e o “Complexo de Édipo” como ficções freudianas. Pois estão circunscritas à naturalização do que é criado socialmente. Resultado de uma análise que faz a abjuração dos sentimentos, reconhecidos mas tornados obscuros na análise freudiana, em favor da paixão deste pelos instintos. Em resumo, a naturalização e o idealismo de análises que elaboram um modelo ideal e o tornam uma idéia fixa. Ao qual, a realidade, deverá se curvar.<o:p></o:p></span></div><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: black; font-size: 13.5pt;">Nildo Viana resgata a importância dos sentimentos e apresenta o amar como uma necessidade humana. Interessante observarmos que na sociedade em que vivemos, os desejos são reprimidos, mas as necessidades não deixam de existir. No livro “A Sagrada Família” de Marx e Engels, o amor também está associado ao humano, ao imediato, a experiência sensual, real, e, portanto, não metafísico. A emancipação humana passa por considerar os sentimentos ao invés da naturalização dos instintos. Não incorrendo, assim como alguns freudo-marxistas, como Erich Fromm, na proposição de saídas individualistas ou legitimação em determinada medida da repressão.<o:p></o:p></span></div><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: black; font-size: 13.5pt;">No entanto, reconhece a insuficiência com que o marxismo se preocupou com o universo mental dos indivíduos e a contribuição conseqüente de freudo-marxistas como Reich. Que situa-se na crítica a naturalização da repressão e não incorre na racionalização desta na sociedade, como faz Marcuse, que, ao afastar-se da teoria da revolução do marxismo, preocupa-se em constituir uma filosofia da psicanálise, com uma análise abstrata que desconsidera a existência de classes sociais antagônicas.<o:p></o:p></span></div><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: black; font-size: 13.5pt;">No último ensaio, “Marcuse e a crítica ao neofreudismo”, o autor reafirma a necessidade de compreendermos os temas colocados pela psicanálise não em sentenças abstratas ou empiricistas, mas em suas múltiplas determinações. De modo que a natureza humana não seja vista como imutável.<o:p></o:p></span></div><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: black; font-size: 13.5pt;">O livro é uma grande contribuição na compreensão da dinâmica da sociedade </span><span class="Apple-style-span" style="font-size: 18px;">capitalista. Retomando a importância da descoberta do inconsciente realizada por Freud e associando-a as afirmações de Marx de como os homens e mulheres agem a partir das condições objetivas dadas. Oxalá possamos ler outros trabalhos que objetivem afastar a névoa do complexo processo de constituição do universo psíquico. Desvendando os conflitos sociais encobertos pelas explicações naturalizantes. Tendo como condição indispensável, a constituição de uma sociedade, onde os seres humanos realizem-se nas suas potencialidades.</span></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: black; font-size: 13.5pt;">1 - Mestre em História/UFG; Professor da UEG – Universidade Estadual de Goiás.<o:p></o:p></span></div><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: black; font-size: 13.5pt;">2 VIANA, Nildo. Universo Psíquico e Reprodução do Capital. Ensaios Freudo-Marxistas. São Paulo, Escuta, 2008.<o:p></o:p></span></div><br />
<div style="text-align: justify;"><br />
</div>Transformaçãohttp://www.blogger.com/profile/02804020169328221189noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-640190035942476866.post-76047620107783594402011-01-04T04:23:00.000-08:002011-01-04T04:23:00.204-08:00Vídeo sobre o livro Manifesto Autogestionário<object width="480" height="385"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/yYYxSkN-9XY?fs=1&hl=pt_PT"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/yYYxSkN-9XY?fs=1&hl=pt_PT" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="480" height="385"></embed></object>Transformaçãohttp://www.blogger.com/profile/02804020169328221189noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-640190035942476866.post-76553015741525607832011-01-04T04:18:00.000-08:002011-01-04T04:20:16.113-08:00Vídeo sobre capítulo sobre classes sociais em Introdução à Sociologia<object width="480" height="385"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/xQm-8QEi6Go?fs=1&hl=pt_PT"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/xQm-8QEi6Go?fs=1&hl=pt_PT" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="480" height="385"></embed></object>Transformaçãohttp://www.blogger.com/profile/02804020169328221189noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-640190035942476866.post-84209013921446738442011-01-04T04:16:00.000-08:002011-01-04T04:34:28.330-08:00Nova resenha do livro "Introdução à sociologia"<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0px; margin-top: 0px;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZd5_PDIQ-LWibLkWHs-ZVfxNMt0r8JU_SigNv_OwoCUdGTV4VyFUU6Xlbf07Nbv9c5ybCxTzbt_UsuBVydnULfMxpu2xNCW5otDx6YdjcPOuVeiV3xcgS_dTgxIAKCBEqYZzoAA-i3TB2/s1600/entrevistaautogestaoyoutube.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="211" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZd5_PDIQ-LWibLkWHs-ZVfxNMt0r8JU_SigNv_OwoCUdGTV4VyFUU6Xlbf07Nbv9c5ybCxTzbt_UsuBVydnULfMxpu2xNCW5otDx6YdjcPOuVeiV3xcgS_dTgxIAKCBEqYZzoAA-i3TB2/s400/entrevistaautogestaoyoutube.jpg" width="400" /></a></div><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small;"><br />
</span></b><br />
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small;">RESENHA</span></b><span style="font-size: x-small;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><o:p> </o:p></b></span></div><div style="border-bottom: windowtext 1.5pt solid; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; padding-bottom: 1pt; padding-left: 0cm; padding-right: 0cm; padding-top: 0cm;"><div align="center" class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px; mso-border-bottom-alt: solid windowtext 1.5pt; mso-padding-alt: 0cm 0cm 1.0pt 0cm; padding-bottom: 0cm; padding-left: 0cm; padding-right: 0cm; padding-top: 0cm;"><span style="font-size: x-small;">VIANA, Nildo. <i>Introdução à Sociologia</i>. Belo Horizonte: Autêntica, 2006<o:p> </o:p></span></div></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-size: x-small;"> <o:p> </o:p></span></i></div><h2 align="center" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px;"><span style="color: #336666;">Uma introdução à sociologia em grande estilo<span style="font-size: x-small;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><o:p> </o:p></i></span></span></h2><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px;"><span style="font-size: x-small;"> <o:p> </o:p></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px;"><span style="font-size: x-small;">A obra de Nildo Viana afirma-se a cada livro publicado como uma das mais instigantes do marxismo brasileiro e o leitor terá a prova desse fato inconteste com a leitura deste livro, esta excelente <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Introdução à Sociologia</i>, recentemente publicada pela Editora Autêntica (Belo Horizonte), na Série Ciências Humanas, coordenada pelo autor. Nildo Viana que é professor de Sociologia na Universidade Estadual de Goiás (UEG) é responsável por um já expressivo conjunto de estudos marxistas com temas e problemáticas interdisciplinares em livros como<i style="mso-bidi-font-style: normal;"> A Dinâmica da Violência Juvenil </i>(2004),<i style="mso-bidi-font-style: normal;"> Estado, Democracia e Cidadania </i>(2004), <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Escritos Metodológicos de Marx </i>(2001), entre outros títulos e dezenas de capítulos de livros e artigos em periódicos nacionais e internacionais. Nildo Viana compõe sua trajetória política e intelectual nos quadros do marxismo brasileiro a partir de sua prática na universidade, ressalvando-se de modo enfático que a sua perspectiva rompe radicalmente com os cânones que sempre fundamentaram a cultura marxista brasileira: o marxismo pecebista, o marxismo fenomenologista acadêmico e o marxismo de tintas politicistas de matriz gramsciana. Seu projeto marxista insere-se de modo intransigente e radical na cultura dissidente anticapitalista, naquilo que a ortodoxia leninista-stalinista sempre convencionou chamar pejorativamente de “esquerdismo”. Exceto pela obra de Maurício Tragtenberg não há no Brasil uma tradição consolidada de heterodoxias marxistas pautada fundamentalmente por posições antileninistas, propositora, portanto, da radicalidade política anticapitalista de bases autogestionárias.</span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px;"><span style="font-size: x-small;">O mercado editorial brasileiro tem inúmeros exemplos de estudos introdutórios à Sociologia. O que distingue o trabalho de Nildo Viana desses outros trabalhos é a sua perspectiva analítica originalíssima: uma perspectiva marxista radicalmente ortodoxa com a matriz marxiana, com a obra original de Karl Marx. Esse aspecto está admiravelmente exposto no paradigmático capítulo cinco – “Temas fundamentais da Sociologia” – onde o autor apresenta reflexão sobre quatro questões fundamentais à análise sociológica: a relação <i style="mso-bidi-font-style: normal;">indivíduo – sociedade</i> (percebida através do conceito de <i style="mso-bidi-font-style: normal;">socialização</i>), o problema da divisão da <i style="mso-bidi-font-style: normal;">divisão social do trabalho</i> (vista através do conceito de <i style="mso-bidi-font-style: normal;">classes sociais</i>), a questão da <i style="mso-bidi-font-style: normal;">cultura </i>e da <i style="mso-bidi-font-style: normal;">ideologia</i> e, por fim, a questão da <i style="mso-bidi-font-style: normal;">mudança social</i>.</span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px;"><span style="font-size: x-small;">Para o autor o processo de socialização do indivíduo na sociedade capitalista está marcado pela <i style="mso-bidi-font-style: normal;">competição</i>, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">mercantilização</i> e <i style="mso-bidi-font-style: normal;">burocratização</i>. Tais marcas estruturais são oriundas do processo histórico da divisão social do trabalho intrínseco às determinações fundamentais do modo de produção capitalista, determinações essas, projetadas nas práticas interrelacionais das classes sociais.</span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px;"><span style="font-size: x-small;">Nildo Viana afirma que no <i style="mso-bidi-font-style: normal;">modo de produção</i> capitalista existem fundamentalmente duas classes sociais – a burguesia e o proletariado. A relação destas classes determina estruturalmente na <i style="mso-bidi-font-style: normal;">sociedade</i> capitalista a existência de outras classes sociais que têm sua existência determinada relacionalmente a formas secundárias de exploração, formas realizadas na ação institucional do Estado, do capital comercial e do capital bancário. Nessas configurações institucionais da sociedade capitalista estão reproduzidas formas de exploração outras que reproduzem de modo ampliado a relação de exploração central do modo de produção capitalista: a expropriação da mais-valia no ato da exploração burguesa da força de trabalho proletária. Exemplos dessa prática societal são o campesinato e a burocracia. O campesinato que não reproduz mais-valia é explorado pela classe dominante e a burocracia como classe aliada da classe dominante tendo no Estado o seu aparelho de ação fundamental. Como corolário desse modelo, o fato de que a ideologia com suas bases reais (nas classes sociais) teria de ser entendida de modo determinante como uma forma de pensamento sistemático que, no entanto, reproduz a deformação da realidade social por causa de sua origem determinada pela divisão social do trabalho. A ideologia como pensamento sistemático nasce das práticas do trabalho intelectual vinculado historicamente no capitalismo, enquanto modo de produção, às classes “auxiliares” ligadas à classe dominante (a burguesia), caso, por exemplo, dos intelectuais nas burocracias estatais.</span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px;"><span style="font-size: x-small;">A cultura na sociedade capitalista seria a expressão da consciência concreta de determinada classe social, a cultura, ao contrário da ideologia, é parte constituidora da totalidade histórica porque é a consciência própria de cada classe, que é sempre afirmada relacionalmente no confronto com as outras classes. Conforme o autor, a cultura seria então parte constituinte das práticas de classe, logo, elemento estrutural da realidade histórica. A ideologia seria então forma específica de pensamento complexo, uma falsa consciência sistematizada que pode “assumir a forma de Filosofia, Teologia, Ciência, etc.” (p. 127).</span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px;"><span style="font-size: x-small;">Do conjunto dessas questões aquela referente à <i style="mso-bidi-font-style: normal;">mudança social</i> fica de imediato subentendida como um processo social, nunca como uma lei natural ou qualquer outro teleologismo histórico. A mudança social seria então imanente aos conflitos sociais originados pelas práticas interrelacionais das classes sociais.</span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px;"><span style="font-size: x-small;">No livro, para chegar a este quadro analítico radicalmente centrado na perspectiva marxiana, o autor, nos quatro primeiros capítulos, desenvolve extensa e detalhada análise dos significados próprios do que é presentemente a Sociologia como ciência acadêmica na sua condição histórica de ciência intrinsecamente vinculada à afirmação da sociedade capitalista, considerando-se, principalmente, o quadro de suas referências clássicas em Max Weber e Emile Durkheim que procuraram afirmar a Sociologia no seu estatuto de ciência. Mesmo sendo considerado uma referência clássica fundacional, o projeto teórico de Karl Marx, ao contrário, jamais se tentou propor, afirma o autor, com qualquer premissa de cientificidade sociológica para a realidade capitalista.</span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px;"><span style="font-size: x-small;">O leitor obtém desta extraordinária <i style="mso-bidi-font-style: normal;">introdução</i> uma extensa e detalhada apresentação do desenvolvimento institucional da Sociologia ao longo do século 20, assim como o desenvolvimento institucional imanente à crescente complexificação das práticas capitalistas, com o autor, privilegiando nessa exposição, as marcas nacionais da cultura sociológica contemporânea, destacando-se com esse propósito, os percursos institucionais da sociologia alemã, francesa, norte-americana e a do “resto do mundo”, incluindo-se aí, a sociologia brasileira. Na sociologia alemã, o autor comenta de modo sucinto, mas objetivo, os percursos clássicos de autores-instituições como Max Weber, Ferdinand Tönnies, Georges Simmel, Karl Mannheim, Norbert Elias, Robert Michels, a Escola de Frankfurt, e ainda, os estudos sobre a indústria cultural elaborados por Dietr Prokop. Na sociologia francesa apresenta-se a escola <i style="mso-bidi-font-style: normal;">durkheimiana</i> (Marcel Mauss, François Simiand, Paul Fauconnet, entre outros) e as escolas rivais ao modelo durkheimiano centradas em nomes como os de Frédéric Le Play e o de René Worms em conjunto com Gabriel Tarde. Da experiência francesa apresentam-se ainda as trajetórias marxistas de Henri Lefebvre e Lucien Goldmann e a escola “sócio-objetivista” de Pierre Bourdieu e seus colaboradores como Passeron, Chaboredon, Boltanski e Wacquant, grupo que Bourdieu reuniu em torno da revista <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Atas de Pesquisa em Ciências Sociais</i>. No caso norte-americano, os destaques são dados a Tornstein Veblen, ao <i style="mso-bidi-font-style: normal;">funcionalismo</i> de Talcott Parsons e Robert Merton, como também as críticas a esse modelo elaboradas por Wright Mills; considera-se ainda, a sociologia industrial de Elton Mayo, o <i style="mso-bidi-font-style: normal;">empiricismo</i> da Escola de Chicago em nomes como o do urbanista Louis Wirth e o <i style="mso-bidi-font-style: normal;">interacionismo simbólico</i> de G. H. Mead. No quadro amplo da sociologia do “resto do mundo”, o autor ressalva com muita razão, na sociologia britânica, apesar de ser um nome de projeção internacional, a <i style="mso-bidi-font-style: normal;">“sociologia sem grande importância”</i> de Anthony Giddens.</span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px;"><span style="font-size: x-small;">Enfim, desse amplo quadro objetivo, o que se destaca é que, na sua condição de livro introdutório, mas portador de uma perspectiva teórico-política marxista apresenta-se como peça profundamente inovadora aos estudos sociológicos universitários, trata-se, portanto de um livro de divulgação fundamental a qualquer bibliografia nos cursos de ciências sociais.</span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px;"><span style="font-size: x-small;">Da década de 1980 aos dias atuais, o marxismo brasileiro sofreu a marca indelével do abandono, da abjuração teórica, o marxismo tem sido sistematicamente rejeitado como modelo explicativo e como perspectiva política. Com as práticas acadêmicas colossalmente reacionárias que pululam no esteio universitário nestas últimas décadas, os vértices heurísticos do marxismo foram sistematicamente derrotados pelas práticas dos rigores formais de investigação que os gestores da cultura acadêmica impõem aos seus próprios campos de atuação numa escalada fratricida de lutas e locupletações entre camarilhas universitárias que absolutamente nada têm a dizer à realidade histórica da exploração capitalista que lhes faculta – na expropriação da mais valia – a sua miserável existência nos pálidos contracheques mensais. Entretanto, nessa mesma universidade, mas com outras práticas acadêmicas aos poucos renasce o marxismo como perspectiva proletária, como perspectiva de estudantes proletários que não podem mais compactuar com a simples perspectiva de um dia tornarem-se gestores intermediários do capital transnacionalizado, dessas práticas de novo tipo nascidas nas frestas da universidade tecnocrática entre alguns professores e alunos é que aos poucos se vão delineando relações sociais fecundamente anticapitalistas e é dentro de tais práticas que o livro de Nildo Viana se justifica historicamente. Com os trabalhos de Nildo Viana, e em especial com este estudo introdutório a uma das principais balizas científicas do conhecimento da sociedade capitalista, desenham-se as possibilidades concretas de na tradição do marxismo brasileiro afirmar-se como definitivo o diálogo com a obra marxiana e apontarem-se assim as possibilidades de outras práticas intelectuais para o combate que pouco a pouco se vai instaurando na universidade brasileira contra os racionalismos positivistas tecnocráticos e/ou contra os irracionalismos culturalistas.</span></div><div align="justify" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px;"><br />
</div><div align="right" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px;"><span style="font-size: x-small;">por<b> </b></span><span style="font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: x-small;"><b><a href="mailto:joaoacpinto@yahoo.com.br">JOÃO ALBERTO DA COSTA PINTO</a></b></span></div>Transformaçãohttp://www.blogger.com/profile/02804020169328221189noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-640190035942476866.post-64112836779084704892011-01-03T05:07:00.000-08:002011-01-03T05:07:34.285-08:00Seja um colaborador deste blog!!!Caso você queira postar comentários, resenhas, análises, sobre a obra de Nildo Viana, torne-se um colaborador deste blog.<br />
<br />
Para tanto, basta colocar nos comentários a este post seu email e vontade de colaborar.<br />
<br />
Ajude na luta cultura por uma nova sociedade!Transformaçãohttp://www.blogger.com/profile/02804020169328221189noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-640190035942476866.post-83230566307185448062011-01-02T09:15:00.000-08:002011-01-02T09:15:38.094-08:00Resenha do livro "Introdução à Sociologia"<span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 0px; -webkit-border-vertical-spacing: 0px; -webkit-text-decorations-in-effect: none; -webkit-text-size-adjust: auto; -webkit-text-stroke-width: 0px; border-collapse: separate; color: black; font: small "Times New Roman"; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"> <br />
<blockquote><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg24xkG4EtMihU_y3IlA_lPdM-8v_Vq0dqmc5gQzpe-eYn0PKy75kmECpDzlpvZF56aeaNOz1qRQxaI7Y-3-MkPT76YZmRyEcJWyCaD2IRfpK9BtDsP45oHHhjMvIIpp4y-2SLfl_ceRmkf/s1600/quadro.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="170" n4="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg24xkG4EtMihU_y3IlA_lPdM-8v_Vq0dqmc5gQzpe-eYn0PKy75kmECpDzlpvZF56aeaNOz1qRQxaI7Y-3-MkPT76YZmRyEcJWyCaD2IRfpK9BtDsP45oHHhjMvIIpp4y-2SLfl_ceRmkf/s200/quadro.jpg" width="200" /></a></div><div align="center"><span style="color: red; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;"><strong>Senda para a Sociologia</strong></span></div></blockquote><blockquote><div align="right"><span style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;"><strong>Maria Angélica Peixoto*</strong></span><br />
<div align="justify"><span style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;">O livro recém-lançado de Nildo Viana, Introdução à Sociologia (Belo Horizonte, Autêntica, 2006, 144 páginas) oferece uma trilha para os iniciantes descobrirem o que é a sociologia, pois é uma obra introdutória à esta ciência.. Não é nada fácil produzir uma obra introdutória, já que os riscos são os mais variados, desde a excessiva simplificacao até a elaboração de um texto complexo e, portanto, nada introdutório. Porém, não é este o caso do livro em questão. O autor consegue, ao mesmo tempo, produzir uma obra introdutória e bem estruturada, simples e complexa.<br />
Sem dúvida, o livro possui algumas passagens mais difíceis, mas outras são bem acessíveis. O primeiro capítulo, O Que é Sociologia? apresenta uma definição de sociologia que revela a essência desta ciência, e discute os elementos básicos para compreender o conceito de sociologia e o seu objeto de estudo. O segundo capítulo discute a formação da sociologia, apresentando o contexto social e histórico que promoveram a sua emergência, tal como a revolução industrial inglesa e a revolução francesa, bem como o processo de racionalização e burocratização da sociedade moderna. Isto tudo, aliado com as mudanças culturais, tal como a expansão da ciência e do cientificismo, bem como o surgimento das universidades, possibilitaram o clima social e cultural necessário para o aparecimento da ciência da sociedade e dos primeiros pensadores precursores dela: Saint-Simon, Proudhon, Comte, Spencer. No capítulo terceiro, o autor faz um breve e profundo resumo das teorias dos clássicos da sociologia, Marx, Durkheim e Weber, apresentando as críticas endereçadas a estes autores e colocando seu posicionamento, o que deixa claro seu pertencimento à tradicao da corrente crítica no interior da sociologia. O quarto capítulo apresenta, de forma mais resumida e descritiva, o desenvolvimento da sociologia em vários países, principalmente França, Alemanha, Estados Unidos. O quinto e último capítulo aborda os temas fundamentais da sociologia, tal como o processo de socialização, a divisão social do trabalho e as classes sociais, cultura e ideologia e transformação social.<br />
Um dos grandes méritos do livro Introdução à Sociologia está em sua abordagem crítica da sociologia. Não se trata de uma apologia a esta ciência mas sim uma abordagem que mostra que a sociologia, como qualquer outro produto cultural, é constituída socialmente. Isto é o que muitos chamariam de abordagem sociológica da sociologia. Isto se revela em sua visão das sociologias durkheimiana e weberiana, contextualizadas historicamente, e na sua explicação do desenvolvimento da sociologia, no qual o empiricismo crescente é explicado pelo próprio desenvolvimento social. Da mesma forma, as características da sociologia inglesa e alemã são apresentadas como estando intimamente relacionadas às peculiaridades destes países.<br />
Outro aspecto positivo é a síntese do pensamento dos clássicos da sociologia, de forma clara e apresentando uma visão global das obras de Marx, Durkheim e Weber, como dificilmente se vê em manuais e livros introdutórios. Nildo Viana consegue perceber os elementos constituintes do pensamento destes autores e reatar o fio da meada, apresentando uma visão coerente e global de cada um deles. Merece destaque a análise do pensamento de Karl Marx, na qual as interpretações equivocadas são criticadas e uma visão mais ampla aparece no lugar.<br />
Por estas e outras razões, o livro Introdução à Sociologia, de Nildo Viana, não é apenas mais um livro de introdução ou apenas mais um manual. É uma obra introdutória e ao mesmo tempo profunda, o que lhe reserva um espaço especial na história da sociologia brasileira.</span></div></div></blockquote></span>Transformaçãohttp://www.blogger.com/profile/02804020169328221189noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-640190035942476866.post-25209312981877596882011-01-02T08:59:00.000-08:002011-01-03T04:26:32.170-08:00Resenha do livro "A Filosofia e sua sombra"<span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 0px; -webkit-border-vertical-spacing: 0px; -webkit-text-decorations-in-effect: none; -webkit-text-size-adjust: auto; -webkit-text-stroke-width: 0px; border-collapse: separate; color: black; font: normal normal normal small/normal 'Times New Roman'; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"> </span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 0px; -webkit-border-vertical-spacing: 0px; -webkit-text-decorations-in-effect: none; -webkit-text-size-adjust: auto; -webkit-text-stroke-width: 0px; border-collapse: separate; color: black; font: normal normal normal small/normal 'Times New Roman'; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKU4znzDSqFc2SclgQWDIyHFKGwHaITfr_GdmkfbX8YJHlCDcFa4NTH5khF8aQNWAdNN8tiQq0_xfQcJQzym3sbCTuEEE4AbJfnlY32fa1ZjWPDpxuKcGYoJepNWKAxl-8xjHkN8RBzV19/s1600/foto+nildo+2006.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" n4="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKU4znzDSqFc2SclgQWDIyHFKGwHaITfr_GdmkfbX8YJHlCDcFa4NTH5khF8aQNWAdNN8tiQq0_xfQcJQzym3sbCTuEEE4AbJfnlY32fa1ZjWPDpxuKcGYoJepNWKAxl-8xjHkN8RBzV19/s200/foto+nildo+2006.jpg" width="179" /></a></span></div><div align="center"><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 0px; -webkit-border-vertical-spacing: 0px; -webkit-text-decorations-in-effect: none; -webkit-text-size-adjust: auto; -webkit-text-stroke-width: 0px; border-collapse: separate; color: black; font: normal normal normal small/normal 'Times New Roman'; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"><br />
</span></div><div align="center"><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 0px; -webkit-border-vertical-spacing: 0px; -webkit-text-decorations-in-effect: none; -webkit-text-size-adjust: auto; -webkit-text-stroke-width: 0px; border-collapse: separate; color: black; font: normal normal normal small/normal 'Times New Roman'; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;"><strong><span style="color: red; font-size: small;">A Filosofia e Sua Sombra</span></strong><br />
<strong>Resenha do livro de Nildo Viana "A Filosofia e Sua Sombra"</strong></span></span></div><div align="right"><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 0px; -webkit-border-vertical-spacing: 0px; -webkit-text-decorations-in-effect: none; -webkit-text-size-adjust: auto; -webkit-text-stroke-width: 0px; border-collapse: separate; color: black; font: normal normal normal small/normal 'Times New Roman'; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"><br />
</span></div><div align="right"><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 0px; -webkit-border-vertical-spacing: 0px; -webkit-text-decorations-in-effect: none; -webkit-text-size-adjust: auto; -webkit-text-stroke-width: 0px; border-collapse: separate; color: black; font: normal normal normal small/normal 'Times New Roman'; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;">Jacqueline Santana</span></span></div><div align="right"><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 0px; -webkit-border-vertical-spacing: 0px; -webkit-text-decorations-in-effect: none; -webkit-text-size-adjust: auto; -webkit-text-stroke-width: 0px; border-collapse: separate; color: black; font: normal normal normal small/normal 'Times New Roman'; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"><br />
</span></div><div align="justify"><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 0px; -webkit-border-vertical-spacing: 0px; -webkit-text-decorations-in-effect: none; -webkit-text-size-adjust: auto; -webkit-text-stroke-width: 0px; border-collapse: separate; color: black; font: normal normal normal small/normal 'Times New Roman'; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;">Lançado pela editora "Edições Germinal", na cidade de Goiânia em 2000, o livro "Filosofia e Sua Sombra", escrito por Nildo Viana, apresenta uma introdução crítica à filosofia e discute até que ponto os estudos filosóficos têm sentido na sociedade contemporânea.<span class="Apple-converted-space"> </span><br />
Viana é filósofo, cientista social por profissão e marxista por opção.</span></span></div><div align="justify"><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 0px; -webkit-border-vertical-spacing: 0px; -webkit-text-decorations-in-effect: none; -webkit-text-size-adjust: auto; -webkit-text-stroke-width: 0px; border-collapse: separate; color: black; font: normal normal normal small/normal 'Times New Roman'; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"><br />
</span></div><div align="justify"><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 0px; -webkit-border-vertical-spacing: 0px; -webkit-text-decorations-in-effect: none; -webkit-text-size-adjust: auto; -webkit-text-stroke-width: 0px; border-collapse: separate; color: black; font: normal normal normal small/normal 'Times New Roman'; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;">Para o autor, a filosofia possui um lado sombrio e reflete friamente sobre a realidade em que se vive. Desta forma, ele deixa claro que existem dois lados da filosofia e da explicação que ela faz da realidade. O autor tem a preocupação de apresentá-los na obra.<span class="Apple-converted-space"> </span></span></span></div><div align="justify"><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 0px; -webkit-border-vertical-spacing: 0px; -webkit-text-decorations-in-effect: none; -webkit-text-size-adjust: auto; -webkit-text-stroke-width: 0px; border-collapse: separate; color: black; font: normal normal normal small/normal 'Times New Roman'; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;"><span class="Apple-converted-space"></span><br />
Além de uma definição precisa de filosofia, encontra-se uma reflexão sobre a origem e desenvolvimento do estudo filosófico.</span></span></div><div align="justify"><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 0px; -webkit-border-vertical-spacing: 0px; -webkit-text-decorations-in-effect: none; -webkit-text-size-adjust: auto; -webkit-text-stroke-width: 0px; border-collapse: separate; color: black; font: normal normal normal small/normal 'Times New Roman'; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"><br />
</span></div><div align="justify"><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 0px; -webkit-border-vertical-spacing: 0px; -webkit-text-decorations-in-effect: none; -webkit-text-size-adjust: auto; -webkit-text-stroke-width: 0px; border-collapse: separate; color: black; font: normal normal normal small/normal 'Times New Roman'; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;">Alguns dos principais temas filosóficos também são apresentados sinteticamente e de forma introdutória: natureza humana, ética, conhecimento e história. O livro é enriquecido com alguns textos que tratam de temas atuais, importantes e de grande interesse para a compreensão dos debates contemporâneos: Reflexões Sobre Ética; </span><span style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;">Da Impossibilidade do Relativismo; Os Limites do "Marxismo" Fenomenológico de Karel Kosik; Mao Tse-Tung: Dialética ou Estratégia do PCC?; Práxis, Alienação e Consciência; Foucault: Filosofia ou Fetichismo? Todos, com exceção dos dois últimos, são inéditos.</span></span></div><div align="justify"><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 0px; -webkit-border-vertical-spacing: 0px; -webkit-text-decorations-in-effect: none; -webkit-text-size-adjust: auto; -webkit-text-stroke-width: 0px; border-collapse: separate; color: black; font: normal normal normal small/normal 'Times New Roman'; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"><br />
</span></div><div align="justify"><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 0px; -webkit-border-vertical-spacing: 0px; -webkit-text-decorations-in-effect: none; -webkit-text-size-adjust: auto; -webkit-text-stroke-width: 0px; border-collapse: separate; color: black; font: normal normal normal small/normal 'Times New Roman'; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;">Nada contra discutir esse tema, mas o fim da filosofia já foi anunciado tantas vezes que a questão já pode ser considerada repetitiva. Além do mais, não deixa de ser curioso o fato do autor ter usado apenas argumentos dos pensadores políticos Marx e Marcuse.</span></span></div><div align="justify"><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 0px; -webkit-border-vertical-spacing: 0px; -webkit-text-decorations-in-effect: none; -webkit-text-size-adjust: auto; -webkit-text-stroke-width: 0px; border-collapse: separate; color: black; font: normal normal normal small/normal 'Times New Roman'; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"><br />
</span></div><div align="justify"><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 0px; -webkit-border-vertical-spacing: 0px; -webkit-text-decorations-in-effect: none; -webkit-text-size-adjust: auto; -webkit-text-stroke-width: 0px; border-collapse: separate; color: black; font: normal normal normal small/normal 'Times New Roman'; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;">Richard Rorty, o filósofo norte-americano, em Filosofia e o Espelho da Natureza (1979) também tentou "matar" a filosofia. O que esses autores ainda não perceberam, é que os estudos filosóficos não são hipóteses específicas reunidas numa doutrina teórica, mas sim um modo argumentativo de pensar o mundo e as ações humanas. A filosofia caracteriza-se como uma postura crítica frente às coisas percebidas pelo indivíduo e anunciadas por outras teorias.</span></span></div><div align="justify"><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 0px; -webkit-border-vertical-spacing: 0px; -webkit-text-decorations-in-effect: none; -webkit-text-size-adjust: auto; -webkit-text-stroke-width: 0px; border-collapse: separate; color: black; font: normal normal normal small/normal 'Times New Roman'; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"><br />
</span></div><div align="justify"><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 0px; -webkit-border-vertical-spacing: 0px; -webkit-text-decorations-in-effect: none; -webkit-text-size-adjust: auto; -webkit-text-stroke-width: 0px; border-collapse: separate; color: black; font: normal normal normal small/normal 'Times New Roman'; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;">Assim, ao pregarem o "fim da filosofia" esses outros divulgam um crime falso, porque eles mesmos a mantêm viva, ao defenderem suas idéias com discurso que visa o entendimento das pessoas.</span></span></div><div align="justify"><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 0px; -webkit-border-vertical-spacing: 0px; -webkit-text-decorations-in-effect: none; -webkit-text-size-adjust: auto; -webkit-text-stroke-width: 0px; border-collapse: separate; color: black; font: normal normal normal small/normal 'Times New Roman'; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;">Apesar de contraditória, trata-se de uma obra que deve ser lida e se tornar objeto de reflexão para todos os que querem fugir do senso comum e adquirir conhecimentos mais completos a respeito de questões fundamentais. O autor tem coragem de ser crítico, engajado, ativo, libertário em dias de conservadorismo extremo e de "espírito de rebanho" (Nietzsche). Já diziam os antigos filósofos: "O homem de bem exige tudo de si próprio; o homem medíocre espera tudo dos outros".</span></span></div>Transformaçãohttp://www.blogger.com/profile/02804020169328221189noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-640190035942476866.post-6883447237543796922011-01-02T08:56:00.000-08:002011-01-02T08:56:32.584-08:00Resenha do livro "Estado, democracia e cidadania"<span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 0px; -webkit-border-vertical-spacing: 0px; -webkit-text-decorations-in-effect: none; -webkit-text-size-adjust: auto; -webkit-text-stroke-width: 0px; border-collapse: separate; color: black; font: small "Times New Roman"; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"> <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg86NvSYwi6PR8g_aB7zRKf15odu0X4Y-DBgOFPloak7VHl1kFYTiJzq-O5QTtb6ROnUYc5xb13di_YW_mZc1vbI2AhjTH19pVWH_T9SehY_TAZTfP7Y1mibphrgsPsrpbFI7KPtREXnbOn/s1600/foto+nildo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="166" n4="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg86NvSYwi6PR8g_aB7zRKf15odu0X4Y-DBgOFPloak7VHl1kFYTiJzq-O5QTtb6ROnUYc5xb13di_YW_mZc1vbI2AhjTH19pVWH_T9SehY_TAZTfP7Y1mibphrgsPsrpbFI7KPtREXnbOn/s200/foto+nildo.jpg" width="200" /></a></div><div align="center"><br />
</div><div align="center"><span style="color: red; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;"><strong><span class="Apple-converted-space"> </span>CRÍTICA RADICAL DO ESTADO, DA DEMOCRACIA E DA CIDADANIA</strong></span></div><div align="right"><br />
</div><div align="right"><span style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;">Renato Gomes Vieira</span></div><div align="right"><br />
</div><div align="justify"><span style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;">Estado, Democracia e Cidadania – a dinâmica da política institucional no capitalismo, de Nildo Viana é a um só tempo um livro radical-crítico, necessário e polêmico, para os tempos atuais de degradação dos ideais socialistas e onde grande parte da esquerda quer ser o espelho (ou a consciência) da direita, cumprindo o papel de continuador das políticas neoliberais.</span></div><span style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;"><div align="justify"><br />
É radical-crítico na medida em que segue as trilhas abertas pelo pensamento de Marx em sua profunda e atual análise do capitalismo, desvendando os segredos da mercadoria, do valor-trabalho e da exploração, mas igualmente revelando os possíveis caminhos rumo à liberdade, à autogestão, ao socialismo, enfim à superação das misérias da sociedade burguesa.</div><div align="justify"><br />
É necessário, porque em tempos de glorificação do mercado, da livre iniciativa, da universalidade da democracia, das virtudes da cidadania, se torna preciso o surgimento de livros que desmistifiquem as ilusões de nossa época, onde muitos “esqueceram” da necessidade de superação do domínio do capital.</div><span style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;"><div align="justify"><br />
É polêmico, como deve ser toda obra inspirada em Marx. Pode-se não concordar com todas as suas teses provocadoras (o caráter capitalista do absolutismo, o positivismo de Gramsci, a visão sobre o partido revolucionário, entre outras), mas seu conjunto representa uma tentativa atual no enfrentamento das novas (e antigas) formas de dominação do capitalismo neste início século e no descortinamento das especificidades deste poderoso modo de produção.</div><div align="justify"><br />
“A cada época de crise o modo de produção capitalista busca alterar o regime de acumulação no sentido de permitir a reprodução ampliada do capital, o que só se torna visível com o desenvolvimento histórico do capitalismo” e dos seus mecanismos culturais e institucionais de exploração, opressão, conformismo e passividade cada vez mais sofisticados, como mostrados neste livro.</div><div align="justify"><span style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;"><br />
Contra a imoralidade intelectual e política reinante, que teima em manter/reciclar/adoçicar/humanizar o capitalismo, uma obra de combate e para combates.</span></div></span></span></span>Transformaçãohttp://www.blogger.com/profile/02804020169328221189noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-640190035942476866.post-68847012847144639462011-01-02T08:53:00.001-08:002011-01-11T04:42:51.547-08:00Resenha do livro "Senso comum, representações sociais e representações cotidianas"<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWJcXy8cdj7THYGPWwtrnyyYuRgMneyWYe2JnwLMp9HuTK-VtTOVWy82WQc5DaPmcHTwOUCxOBcPKdijlCKJd2mGvEh8D1XoLiAAuS7H0tWALumn3URFJqcRRy-iVIdbJDQyw-6b0e0N20/s1600/nildo-verde.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="265" n4="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWJcXy8cdj7THYGPWwtrnyyYuRgMneyWYe2JnwLMp9HuTK-VtTOVWy82WQc5DaPmcHTwOUCxOBcPKdijlCKJd2mGvEh8D1XoLiAAuS7H0tWALumn3URFJqcRRy-iVIdbJDQyw-6b0e0N20/s320/nildo-verde.jpg" width="320" /></a></div><span style="font-family: TimesNewRomanPSMT; font-size: xx-small;"><span style="font-family: TimesNewRomanPSMT; font-size: xx-small;"></span></span><i><span style="font-family: TimesNewRomanPS-ItalicMT; font-size: xx-small;"><span style="font-family: TimesNewRomanPS-ItalicMT; font-size: xx-small;"></span></span></i> <br />
<i><span style="font-family: TimesNewRomanPS-ItalicMT;"><span style="font-family: TimesNewRomanPS-ItalicMT;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Representações Cotidianas: Para além do senso comum e das representações sociais</span></span></span><span style="font-family: TimesNewRomanPSMT;"><span style="font-family: TimesNewRomanPSMT;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">.</span></span></span><span style="color: #000081; font-family: TimesNewRomanPSMT; font-size: xx-small;"><span style="color: #000081; font-family: TimesNewRomanPSMT; font-size: xx-small;"><span style="color: #000081; font-family: TimesNewRomanPSMT; font-size: xx-small;"> </span></span></span></i><br />
<div align="left"><br />
Resenha: CARDINALE, Paulo. </div><br />
<div align="left">www.psicossocial.com.br </div><div align="left"><span style="font-family: TimesNewRomanPSMT; font-size: xx-small;"><span style="font-family: TimesNewRomanPSMT; font-size: xx-small;"><br />
</span></span><br />
Representações Cotidianas: Para além do senso comum e das representações sociais<br />
<br />
<div align="left"><br />
</div><div align="left"><div style="text-align: right;">Paulo Cardinale</div></div><div align="left"><br />
</div><div style="text-align: left;"><div style="text-align: justify;">O livro de Nildo Viana, <i>S</i><span style="font-family: TimesNewRomanPS-ItalicMT;"><i>enso comum, representações sociais e representações</i></span><span style="font-family: TimesNewRomanPSMT;"><i> </i></span><i>cotidianas</i><span style="font-family: TimesNewRomanPSMT;">**, recém-lançado, é uma obra que merece uma atenção especial de</span> psicólogos (especialmente os psicólogos sociais), sociólogos, epistemólogos, historiadores e outros profissionais da área de ciências humanas. A razão disso está no caráter amplo da obra, que abarca a temática do “saber cotidiano” de forma simultaneamente psicológica, histórica, sociológica, epistemológica. Torna-se, assim, referência obrigatória para todos os estudiosos da ciência e do saber cotidiano.</div></div><div style="text-align: left;"><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O livro pode ser dividido em duas partes, uma de análise crítica e outra propositiva. Na primeira parte, o autor realiza uma crítica da idéia de senso comum e representações sociais; na segunda parte, apresenta a teoria das representações cotidianas. A crítica da idéia de senso comum é realizada tendo por base em uma análise histórica do surgimento e desenvolvimento deste termo, cuja origem se encontra na luta da burguesia contra a nobreza e tendo um sentido positivo. O senso comum era o bom senso. Porém, com a emergência do proletariado e da cultura socialista o termo passa a ter um sentido negativo, tal como nas obras do sociólogo Durkheim e do psicólogo Gustave Le Bon. Le Bon buscou mostrar a irracionalidade do senso comum e Durkheim buscou separar senso comum e ciência, mais exatamente propor a ruptura entre estas duas formas de saber. A ruptura epistemológica proposta por Durkheim vai ser defendida por Bachelard e outros. Novas mudanças históricas promovem uma revisão na análise do senso comum, que com a estabilidade capitalista passa a ser visto como “verdadeiro” ao invés de “falso”, como anteriormente. Isto se esboça com a fenomenologia e se concretiza também na obra de Durkheim e também de Jung, ambos abordando a religião numa época de estabilização relativa do capitalismo. Além de mostrar as raízes históricas e sociais da noção de senso comum e mostrar os interesses de classe por detrás de sua emergência e mutação, o autor também critica as concepções sobre senso comum, mostrando que este é geralmente visto como um bloco monolítico, verdadeiro ou falso, de acordo com o contexto histórico. Viana afirma que as representações cotidianas, ou “senso comum”, não é um bloco monolítico, possuindo um conteúdo verdadeiro ou falso. Ele possui uma multiplicidade de manifestações, algumas verdadeiras, outras falsas. A justificativa de Durkheim e Jung, ao afirmaram que uma idéia é verdadeira por existir, é criticada por Viana magistralmente. Ele demonstra que uma coisa é a idéia existir, outra é se seu conteúdo é verdadeiro ou falso. Partindo de um exemplo de Jung, ele demonstra isso. Para Jung, o elefante é verdadeiro porque existe. Viana diz que o elefante existe e não é nem verdadeiro nem falso, pois estes termos são categorias da consciência e não da realidade. Da mesma forma, uma determinada idéia existe, mas seu conteúdo pode ser verdadeiro ou falso, tal como a idéia de que o ser humano pode voar, que, se alguém manifestar, existe, mas nem por isso será verdadeira.</div></div><div style="text-align: left;"><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: TimesNewRomanPSMT;">A abordagem das representações sociais, inaugurada por Moscovici, também recebe </span>forte crítica. <span style="font-family: TimesNewRomanPSMT;"> </span><span style="font-family: TimesNewRomanPSMT;">pensamento complexo, pois vem antes dele. O pensamento complexo sistematiza as</span>Ele mostra as raízes históricas e sociais desta nova “escola”, cuja origem ele mostra estar na competição da esfera científica, ou do “campo científico”, retomando expressão do sociólogo Pierre Bourdieu. Ele mostra que a inovação e competição no campo científico promovem a formação de escolas e teses, incluindo a das representações sociais. Ele retoma a obra de Moscovici e afirma que a maior parte de suas idéias são provenientes de Durkheim e Marx. Moscovici, inclusive, apresenta diferenças entre suas teses e de Durkheim atribuindo elementos a este autor que Viana contesta, mostrando que as “representações coletivas”, para Durkheim, não são estáticas e nem são da coletividade como um todo. Moscovici, conhecedor do marxismo, também desconsidera várias teses de Marx que ele retoma e não apresenta o criador. Nildo Viana denomina isso “escotoma”, que é uma forma de esquecimento, bastante comum na história da ciência, tal como ele mostra no caso de Darwin, que escotomizou a base de sua teoria da evolução já presente em Lamarck, e daí suas críticas a este, para que ele caísse no esquecimento. Foi o que Moscovici fez com Durkheim e, no caso de Marx, simplesmente não fez nenhuma referência. Isto está ligado ao contexto histórico da estabilidade do capitalismo nos anos 1960, quando emerge as concepções de Moscovici, e se ampliam a partir dos anos 1980, época do pensamento único neoliberal, cuja dissidência se enfraqueceu, principalmente após a queda do muro de Berlim.</div></div><div style="text-align: left;"><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Mas Viana não se limita a demonstrar as bases sociais e históricas da abordagem das representações sociais, pois ele também mostra suas limitações próprias, enquanto ideologia. Ele apresenta o caráter descritivo e não explicativo da abordagem das representações sociais, inclusive criticando aqueles que tentaram mostrar o papel explicativo desta abordagem. Viana também critica a idéia de que as representações sociais são verdadeiras e a ideologia da neutralidade que se esconde por detrás da abordagem das representações sociais, bem como vários outros detalhes, tal como a base em grupos taxionômicos ao invés de grupos sociais concretos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div></div><div style="text-align: left;"><div style="text-align: justify;">Por fim, temos a parte propositiva. Após criticar as demais concepções, Viana busca esboçar uma teoria das representações cotidianas. Para isso usa a contribuição de Marx, Korsch, Gramsci, Bloch, Sorel, Bertrand e mais alguns. Ele inicia apresentando a contribuição marxista para a elaboração de uma teoria das representações cotidianas. Marx e sua teoria das concepções cotidianas, expressão das relações sociais e não produtos fantasmagóricos existentes por si mesmos é o ponto de partida. Viana mostra, a partir de Marx, Reich e Gramsci, entre outros, que as representações cotidianas podem ser verdadeiras ou falsas, e que as representações cotidianas do proletariado e classes exploradas em geral tendem a ser contraditórias, possuindo elementos verdadeiros e falsos simultaneamente.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ele retoma alguns pensadores marxistas para resgatar suas contribuições. O caráter ativo das representações e idéias presentes em Karl Korsch, Ernst Bloch, Antônio Gramsci. Em Sorel, o caráter mobilizador das idéias se expressa na concepção de mito enquanto que em Bloch é a idéia de utopia que revela isso. Korsch já critica e supera o economicismo do pseudomarxismo e mostra que as idéias fazem parte da totalidade <span class="Apple-style-span" style="font-family: TimesNewRomanPSMT;">histórica e agem sobre ela. Michele Bertrand contribui com a análise sobre as diversas</span> formas pelas quais as representações cotidianas atuam sobre a sociedade. Após este apanhado sobre a contribuição do marxismo para a elaboração de uma teoria das representações cotidianas, Viana passa a discutir as bases sociais das representações cotidianas de forma mais aprofundada. Para tanto, ele trabalha com os conceitos de modo de produção, modo de vida e cotidianidade. O modo de produção é a base material e constituinte das classes sociais e da divisão social do trabalho, que faz emergir um determinado modo de vida e cotidianidade. O modo de vida é mais amplo do que o conceito de modo de produção. O modo de produção é uma parte da sociedade, a parte que revela a forma de produção e reprodução dos bens materiais necessários para a sobrevivência da humanidade. O modo de produção é um modo de vida, mas o modo de vida não é um modo de produção, pois vai além dele, sendo também forma de vida nas formas de regularização, ou superestrutura social, instaurando uma cotidianidade que é a base das representações dos indivíduos.</div></div><div style="text-align: left;"><div style="text-align: justify;"><br />
</div></div><div style="text-align: left;"><div style="text-align: justify;">Viana discute o que é o cotidiano e a cotidianidade a partir das contribuições de Agnes Heller, Georg Lukács, Karel Kosik e outros, para delimitar o cotidiano e mostrar suas características. As características da cotidianidade são a naturalização, a simplificação e a regularidade. Estes processos são apenas os seus aspectos formais e isto significa que possuem um conteúdo concreto, expresso no conceito de sociabilidade. Este conteúdo concreto manifesto na sociabilidade revela a base da produção de valores, sentimentos, representações, interesses, costumes. A vida cotidiana é a base real das representações cotidianas e estas, por sua vez, reproduzem as características formais da cotidianidade, a saber: a naturalização, a simplificação e a regularidade.</div></div><div style="text-align: left;"><div style="text-align: justify;"><br />
</div></div><div style="text-align: left;"><div style="text-align: justify;">Contudo, Viana vai além disso e discute a relação entre representações cotidianas e consciência de classe. Ele distingue entre representações cotidianas e pensamento complexo (ciência, teologia, filosofia), demonstrando que com a divisão entre trabalho manual e intelectual, há também uma divisão entre os que produzem idéias sistemáticas e os que produzem idéias simples, não sistemáticas. Esse pensamento complexo assume várias formas e pode ser resumido ao conceito de ideologia. As representações cotidianas ilusórias são produtos das relações sociais limitadas dos indivíduos, da divisão social do trabalho e da especialização que geram uma percepção limitada da realidade (que não é totalizante) e devido aos interesses, valores, concepções, sentimentos, produzidos devido a posição social do indivíduo, sua situação de classe, irá ser um estímulo para a elaboração da falsa consciência, das representações ilusórias. O cotidiano das classes sociais é diferente e por isso as suas representações também são diferentes. A consciência do proletariado tende a ser uma consciência contraditória, mas que, com o desenvolvimento de suas lutas, supera sua contradição se tornando consciência correta da realidade, consciência revolucionária. Já a consciência burguesa possui limites intransponíveis e não pode ascender a uma consciência correta da realidade, é falsa consciência. As representações cotidianas são formas de consciência de classe, mas nem toda consciência de classe é representação cotidiana, pois também pode se manifestar como pensamento complexo. As representações cotidianas podem assimilar o pensamento complexo com sua popularização, mas ela é a base do representações cotidianas, produzindo uma falsa consciência sistemática ou uma consciência correta da realidade, ou seja, se tornando ideologia ou teoria. As representações reais geram teorias e as representações ilusórias proporcionam ideologias. Assim, a assimilação do pensamento complexo pelas representações cotidianas significa sua simplificação, e a assimilação das representações cotidianas pelo pensamento complexo significa sua complexificação.</div></div><div style="text-align: left;"><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Por fim, Viana aborda outras características formais das representações cotidianas, discutindo os conceitos de mentalidade e sociabilidade, entre outros. Para tanto, ele retoma a teoria de Festinger sobre a dissonância cognitiva e a tendência para sua redução para explicar as contradições e incoerências geralmente atribuídas às representações cotidianas. Ele demonstra que o núcleo das representações cotidianas é não-contraditório apesar de em sua totalidade ela possuir contradições e incoerências. Ele usa a distinção apresentada por Erich Fromm e Michael Maccoby entre convicção e opinião para explicar este processo. A determinação das convicções reside na mentalidade dos indivíduos, ou “caráter social”, conceito semelhante proposto por Fromm. A mentalidade expressa valores, desejos, sentimentos, e é a fonte de representações, idéias. Ela se manifesta sob a forma de tradição, valores, crenças, que fazem os indivíduos agir. Nesta esfera, não existe contradição. No reino das opiniões, ao contrário, pode haver as mais variadas contradições e elas inclusive podem contradizer as convicções do indivíduo.</div></div><div style="text-align: left;"><div style="text-align: justify;"><br />
</div></div><div style="text-align: left;"><div style="text-align: justify;">Enfim, qual é a importância desta obra? Podemos dizer que é uma obra indispensável para quem trabalha com psicologia social ou sociologia da cultura, entre outras áreas do saber. A análise crítica do termo senso comum e da abordagem das representações sociais é muito boa e ajuda a refletir sobre os usos acríticos de determinados termos e concepções. A parte propositiva é excelente, pois abre um espaço para novas pesquisas, superando o caráter descritivo dos estudos sobre representações sociais e dando um passo adiante no sentido de fornecer uma explicação e um instrumento de análise para o pesquisador. Trata-se, portanto, de uma importante contribuição para pensar a produção das representações cotidianas e que permite sua compreensão e explicação.</div></div><div align="left"><br />
* Paulo Cardinale é psicólogo e professor no ensino médio.</div><div align="left"><br />
** VIANA, Nildo. </div><div align="left"></div></div>Transformaçãohttp://www.blogger.com/profile/02804020169328221189noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-640190035942476866.post-68516770827050121362011-01-02T08:51:00.000-08:002011-01-02T08:51:31.703-08:00Resenha do livro "Manifesto autogestionário"<span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 0px; -webkit-border-vertical-spacing: 0px; -webkit-text-decorations-in-effect: none; -webkit-text-size-adjust: auto; -webkit-text-stroke-width: 0px; border-collapse: separate; color: black; font: small "Times New Roman"; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 3px; -webkit-border-vertical-spacing: 3px; border-collapse: collapse;"> <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglQid1wdmP2AOq-pCy7YASmPivxrUO-QTi5yaqHFIAceM1vwoWNS6IV8yezr3d15kkvElvRewYfW8Rexxmv5CYS7MSEfYT1Hud1ogvnWP1qAo0OPpmKr-g0oa1-FgxeOhTNrAFHCwz76iZ/s1600/manifestoautogestionario-capa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" n4="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglQid1wdmP2AOq-pCy7YASmPivxrUO-QTi5yaqHFIAceM1vwoWNS6IV8yezr3d15kkvElvRewYfW8Rexxmv5CYS7MSEfYT1Hud1ogvnWP1qAo0OPpmKr-g0oa1-FgxeOhTNrAFHCwz76iZ/s200/manifestoautogestionario-capa.jpg" width="139" /></a></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0px; margin-top: 0px;"><br />
</div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0px; margin-top: 0px;"><span style="color: grey; font-family: Verdana; font-size: x-small;">Resenha:</span></div><div style="border-bottom: windowtext 1pt solid; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; padding-bottom: 1pt; padding-left: 0cm; padding-right: 0cm; padding-top: 0cm;"><div align="center" class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0cm; padding-left: 0cm; padding-right: 0cm; padding-top: 0cm;"><span style="color: grey; font-family: Verdana; font-size: x-small;">VIANA, Nildo.<span class="Apple-converted-space"> </span><b><i>Manifesto Autogestionário</i></b>. Rio de Janeiro: Achiamé, 2008</span></div></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0px; margin-top: 0px;"><br />
</div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><br />
</div><h3 align="center" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px;"><span style="font-family: Verdana;"><b>Manifesto Autogestionário:</b></span></h3><h3 align="center" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px;"><span style="font-family: Verdana;"><b>um<span class="Apple-converted-space"> </span><i>plágio criativo</i><span class="Apple-converted-space"> </span>do Manifesto do Partido Comunista de Marx e Engels</b></span></h3><div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px;"><span style="font-family: Verdana; font-size: x-small;">Lucas Maia Dos Santos</span><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#_ftn1" name="_ftnref1" style="color: blue; text-decoration: underline;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><b><span style="font-family: Verdana; font-variant: small-caps;"><span style="font-size: x-small;">*</span></span></b></span></a></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana; font-size: x-small;">160 anos separam o<span class="Apple-converted-space"> </span><i>Manifesto do Partido Comunista</i><span class="Apple-converted-space"> </span>de Marx e Engels do<span class="Apple-converted-space"> </span><i>Manifesto Autogestionário</i><span class="Apple-converted-space"> </span>de Nildo Viana. O manifesto dos autores alemães é sem sombra de dúvidas um pequeno texto que vale por obras inteiras. O texto de Nildo Viana é um plágio do velho manifesto ou como o autor mesmo diz: “é um plágio de um plágio”, pois Marx e Engels são acusados de plagiarem o<span class="Apple-converted-space"> </span><i>Manifesto da Democracia</i><span class="Apple-converted-space"> </span>de Victor Considerant. Marx e Engels teriam plagiado Considerant? Nildo Viana afirma peremptoriamente que não, pois embora haja algumas semelhanças formais em ambos os textos, as teses defendidas no<span class="Apple-converted-space"> </span><i>Manifesto do Partido Comunista</i><span class="Apple-converted-space"> </span>não se encontram no<span class="Apple-converted-space"> </span><i>Manifesto da Democracia.</i></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana; font-size: x-small;">Os prefácios feitos por Marx e Engels às sucessivas edições do<span class="Apple-converted-space"> </span><i>Manifesto do Partido Comunista</i>demonstram uma preocupação dos autores em ressaltar que as teses ali expostas não são um catecismo que deva ser seguido<span class="Apple-converted-space"> </span><i>ad eternum</i>. O revolucionário que de fato queira compreender o processo histórico e de alguma maneira contribuir com a transformação social, deve cotidianamente preocupar-se em analisar concretamente as condições históricas dadas. Não basta apreender um conjunto de postulados e aplicá-los indefinidamente em qualquer situação e contexto histórico. Não há nada mais idealista que tal procedimento.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana; font-size: x-small;">O<span class="Apple-converted-space"> </span><i>Manifesto</i><span class="Apple-converted-space"> </span>da Liga dos Comunistas de 1848 é a expressão mais clara de uma nova concepção da história, que considera os processos reais analisados de uma maneira concreta, ou seja, que ambiciona encontrar as múltiplas determinações que explicam a realidade. Marx e Engels demonstraram que a alavanca da história é a luta de classes. A luta entre senhores de escravos e escravos no modo de produção escravista da antiguidade, a luta secular entre senhores feudais e servos no modo de produção feudal e por último, a dramática guerra civil, ora oculta ora declarada, entre burgueses e proletários trouxeram a humanidade aos nossos dias.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana; font-size: x-small;">O que o<span class="Apple-converted-space"> </span><i>Manifesto do Partido Comunista</i><span class="Apple-converted-space"> </span>representa é justamente um programa prático que expressa uma concepção revolucionária. Neste texto está contido a concepção do desenvolvimento histórico entendida de um ponto de vista materialista, a relação dos comunistas com a classe operária e a posição dos comunistas diante das demais tendências oposicionistas e da literatura socialista existente até aquele período. Para demonstrar como entendem o processo histórico, afirmam: “A história de toda sociedade até nossos dias tem sido a história das lutas de classes”. Isto coloca o proletariado na pauta das discussões, pois sendo ele produto genuíno desta sociedade, a ele também cabe o papel histórico de abolição das relações sociais existentes. É com base nisto que afirmam que o papel dos comunistas não é o de dirigir a classe operária rumo à revolução, pois segundo entendem, os comunistas não são um partido a parte, separado da classe operária, são simplesmente a fração mais resoluta do proletariado. Apresentam em relação a este a vantagem de terem consciência dos fins da luta ao passo que os proletários em geral só adquirem consciência destes fins durante o processo de luta e principalmente nos momentos mais radicais desta verdadeira guerra civil – a luta de classes. É por esta razão que terminam o texto com a célebre frase: “Proletários de todo o mundo, uni-vos”!</span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana; font-size: x-small;">Se em linhas gerais, o Manifesto de 1848 continua atualíssimo, pois a sociedade capitalista ainda merece ser destruída, pois o proletariado ainda é o verdadeiro sujeito da revolução, pois os comunistas continuam a existir etc., não é menos verdade que a sociedade transformou-se consideravelmente de lá para cá. Sendo, portanto, coerente com os princípios do materialismo histórico, nada mais adequado do que realizar uma atualização deste manifesto.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana; font-size: x-small;">O materialismo histórico-dialético é um método vivo, posto que expressão concreta do movimento do mundo. Aplicando-o ao estudo de realidades concretas, produzimos interpretações teóricas destas realidades. Uma teoria é um conjunto de conceitos e categorias articulados num processo coerente de explicação da realidade. A teoria visa explicar. Sendo expressão explicativa do mundo, ela ajuda a contribuir com o processo de transformação e também permite clarear melhor as nuances do processo revolucionário, sendo importante arma no combate à contra-revolução (seja ela burocrática ou burguesa). Esta teoria deve ser constantemente submetida à análise e reanálise, deve estar sempre com os olhos voltados para o mundo, deve sempre explicá-lo. Se assim não o for, torna-se ideologia, ou seja, uma visão invertida da realidade, uma falsa consciência.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana; font-size: x-small;">O marxismo, de teoria revolucionária, tornou-se durante o século 20 um conjunto de ideologias tão díspares e ao mesmo tempo tão distantes do marxismo que a utilização deste termo para qualificá-lo enquanto tal ficou bastante problemática. Foi o que o que ocorreu com a social democracia, com o leninismo e todas as suas variações (stalinismo, trotskismo, maoísmo etc.), com a fusão do “marxismo” com ideologias científicas (estruturalismo, fenomenologia etc.) dentre outras possibilidades de deformação. Por isto, a teoria revolucionária, ou seja, o marxismo, deve explicar o mundo e por causa disto deve ser a crítica radical de toda e qualquer ideologia já existente ou que venha a ser produzida.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana; font-size: x-small;">Por isto, Nildo Viana se coloca nesta difícil e ao mesmo tempo instigante tarefa de “atualizar” o<i>Manifesto do Partido Comunista</i><span class="Apple-converted-space"> </span>de Marx e Engels. O desafio já começa com a preocupação terminológica. O termo comunismo se prestou a tantas barbáries e tantas confusões na longa história das lutas operárias do século 20 que de um conceito que visava e expressava o processo revolucionário, tornou-se um grande monstro que justificava as mais gigantescas burocracias (União Soviética, China, Cuba etc.). Tornou-se um conceito que estava articulado a uma ideologia que utilizava uma fraseologia “marxista”, mas que na verdade era somente uma forma de dominação da burocracia. A disseminação da idéia de comunismo como vinculada aos partidos bolcheviques presta-se à edificação de grandes confusões: onde antes tinha-se revolução, agora tem-se contra-revolução burocrática, onde antes tinha-se um “sonhar para frente”, para utilizar expressão de Ernst Bloch, agora tem-se um eterno retorno das sombras do passado. Assim, o<span class="Apple-converted-space"> </span><i>Manifesto do Partido Comunista</i><span class="Apple-converted-space"> </span>torna-se no seu plágio contemporâneo o<i>Manifesto Autogestionário</i>. Mata-se dois coelhos com uma cajadada só: abandona-se o uso da confusa expressão “comunismo” e da palavra “partido”. Embora Marx e Engels desse um sentido diferente à palavra partido, ou seja, aqueles que tomam partido, que tomam parte, que se posicionam como comunistas, com o desenvolvimento das burocracias partidárias e da “democracia burguesa” torna-se um termo que presta-se à confusão e não à explicação.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana; font-size: x-small;">Formalmente, o<span class="Apple-converted-space"> </span><i>Manifesto Autogestionário</i><span class="Apple-converted-space"> </span>segue a mesma lógica do<span class="Apple-converted-space"> </span><i>Manifesto do Partido Comunista</i>. Apresenta, na<span class="Apple-converted-space"> </span><i>seção 1<span style="font-style: normal;">, a luta entre burgueses e proletários, denominando-a de “</span>A burguesia e o proletariado: a dinâmica da luta entre trabalho morto e trabalho vivo</i>”. Esta é a parte mais difícil de ser atualizada, pois trata da essência do modo de produção capitalista. Por esta razão, as modificações que sofreu são mais formais e conjunturais. A preocupação centra-se então em precisão terminológica. A burguesia, fulcro dominante da exploração capitalista representa o trabalho morto, fruto da exploração, merecendo, portanto, ser sumariamente abolida enquanto classe. O proletariado, por sua vez é o trabalho vivo, o centro da criação e da criatividade. Por este motivo, a ele cabe a difícil tarefa de destruir o capitalismo e construir a autogestão social.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana; font-size: x-small;">Na<span class="Apple-converted-space"> </span><i>seção 2</i>, “<i>A autogestão das lutas operárias</i>”, é apresentada a pré-condição sem a qual qualquer revolução proletária torna-se impossível: a autogestão das lutas. O que precisamente significa isto? Nada mais nada menos que “a emancipação dos trabalhadores é obra dos próprios trabalhadores” como disse Marx na introdução aos estatutos da Associação Internacional dos Trabalhadores, a primeira Internacional. No período em que o<span class="Apple-converted-space"> </span><i>Manifesto do Partido Comunista</i><span class="Apple-converted-space"> </span>foi redigido, a luta proletária era ainda inaugural, na Alemanha e em alguns países, a burguesia ainda lutava contra os senhores feudais, o proletariado ainda não tinha as ferramentas necessárias para derrubar a burguesia como um todo, mas mesmo assim, as jornadas de fevereiro de 1848 assustaram a classe burguesa que se consolidava. 23 anos depois, no ano de 1871, em Paris, o proletariado mostra sua verdadeira face à burguesia e a classe dominante treme diante daquela insurreição. A Comuna de Paris, como a primeira experiência histórica do proletariado enquanto classe<span class="Apple-converted-space"> </span><i>para si</i>, ou seja, que expressa seus interesses de classe, levam Marx e Engels a fazer uma pequena “correção” em seu Manifesto. No prefácio de 1872, afirmam que o proletariado não pode direcionar suas lutas para a conquista do poder de estado, como haviam afirmado em 1848, mas sim que deve aboli-lo imediatamente com a intenção de criar o autogoverno dos produtores. A Comuna de Paris seria a forma finalmente encontrada de uma associação verdadeiramente livre de produtores.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana; font-size: x-small;">Várias outras experiências se sucederam após a Comuna: as revoluções russas de 1905 e 1917, as tentativas de revolução na Alemanha, Itália, Hungria etc. no período de 1918 a 1923, a tentativa de revolução na Hungria e França em 1956, o maio de 1968 francês, as greves selvagens na Europa na década de 1970, a formação de Conselhos operários na Polônia em 1980 etc. Mais recentemente, algumas experiências limitadas na Argentina em 2001 com a criação das assembléias de bairros e o movimento piquetero, a experiência de Oaxaca no México etc. demonstram que as lutas operárias não acabaram, mas que pelo contrário, expandiram-se para o mundo inteiro, posto que o capitalismo estende hoje seus tentáculos a todos os lugares.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana; font-size: x-small;">Além destas experiências históricas aqui citadas e inúmeras outras que não foram destacadas, alia-se toda a produção cultural ligadas a elas. Destaco o<span class="Apple-converted-space"> </span><i>Comunismo de Conselhos</i>desenvolvido por entre outros: Karl Korsch, Otho Rhüle, Anton Pannekoek, Herman Gorter, etc. O C<i>omunismo de Conselhos</i>, que se consolida na segunda metade da década de 1920 é a expressão teórica mais desenvolvida da classe operária até então. Desenvolveu até as últimas conseqüências a idéia de classe operária<span class="Apple-converted-space"> </span><i>para si</i>, vendo nos conselhos operários a forma e o princípio geral de organização das lutas operárias na sociedade capitalista bem como a forma e o princípio de auto-organização da sociedade futura.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana; font-size: x-small;">É com base nestas experiências históricas e, entre outras concepções, mas principalmente o<i>Comunismo de Conselhos</i>, que Nildo Viana coloca no primeiro plano a necessidade de autogestão das lutas operárias, pois é através delas que se criam as condições materiais de se abolir as organizações burocráticas: partidos (todos), sindicatos (todos), estado (todos). Além disso, os conselhos operários são a organização necessária para auto-educação do proletariado, tanto no seu processo de luta contra a burguesia e a burocracia, mas principalmente na sua maior tarefa, ou seja, reorganizar e gerir a futura sociedade.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana; font-size: x-small;">A<span class="Apple-converted-space"> </span><i>seção 3</i>, “<i>As tarefas dos militantes autogestionários – estratégia revolucionária</i>”, é exclusivamente dedicada ao papel dos militantes revolucionários. Os grupos e os militantes revolucionários não são a “vanguarda” da classe operária. Aos grupos revolucionários não compete dirigir a classe, determinar os rumos e os ritmos das atividades da classe. Também não é uma ação revolucionária ficar nos limites das lutas reivindicativas do proletariado. Assim, uma grande contribuição dos militantes é a luta cultural, ou seja, produção de uma interpretação teórica profunda da realidade, crítica implacável de toda e qualquer ideologia, ou seja, tudo aquilo que contribua com o avanço da consciência revolucionária.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana; font-size: x-small;">A única estratégia verdadeiramente revolucionária dos militantes autogestionários é contribuir com a auto-emancipação do proletariado: “O papel dos militantes autogestionários é, envolvidos na dinâmica da luta operária,<span class="Apple-converted-space"> </span><i>acelerar</i><span class="Apple-converted-space"> </span>o processo revolucionário e<span class="Apple-converted-space"> </span><i>reforçar</i><span class="Apple-converted-space"> </span>as condições necessárias para a vitória do proletariado. É necessário desencadear uma intensa luta cultural e política com o objetivo de jogar as massas na luta direta pela sua emancipação e criar a ação revolucionária das classes exploradas” (Viana, 2008, p. 35). Assim, ao militante não cabe ficar sentado no sofá da sala assistindo TV, como também não é revolucionário ser “vanguarda”, da mesma forma que é contra-revolucionário ficar no nível das lutas espontâneas e autônomas. A única estratégia revolucionária é articular os fins da luta (a autogestão social) com os meios (a autogestão das lutas). Esta estratégia visa avançar sempre a luta dos estágios espontâneo e autônomo para uma<span class="Apple-converted-space"> </span><i>luta autogestionária</i>, o terceiro e o mais radical estágio da luta operária.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana; font-size: x-small;">Na<span class="Apple-converted-space"> </span><i>seção 4</i>, “<i>Posição diante das demais tendências oposicionistas</i>”, faz uma crítica às concepções ditas de esquerda. Define como tendência oposicionista os grupos e indivíduos que se opõem ao capitalismo ou a governos estabelecidos tanto no plano teórico quanto prático. Cada uma das tendências tem uma base social definida:<span class="Apple-converted-space"> </span><i>intelligentsia</i>, burocracia, jovens estudantes etc. podendo ter em uma tendência mais de uma destas. Critica-se o pseudomarxismo acadêmico, o pseudomarxismo reformista, o pseudomarxismo bolchevista, o sindicalismo, o “socialismo” individualista, o “socialismo” filosófico, o “socialismo” romântico e o anarquismo dogmático. Com relação ao anarquismo, é necessário destacar que existe o anarquismo revolucionário. Esta, contrariamente às suas variantes dogmáticas, aponta para uma perspectiva verdadeiramente revolucionária. É uma doutrina com princípios revolucionários, mas sem uma teoria da história e do capitalismo. Alguns anarquistas assumem por isto a interpretação marxista do capitalismo e da história, ou seja, o materialismo histórico-dialético.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana; font-size: x-small;">A posição dos militantes autogestionários diante das tendências oposicionistas é variável. Com relação às tendências academicistas, sindicalistas, reformistas e bolchevistas, a relação deve ser de crítica, excetuando em casos raros e em conjunturas específicas nas quais seja possível “uma ação conjunta por questões pontuais”. Com relação às individualistas, românticas, filosóficas e dogmáticas, a relação deve ser de debate franco com o intuito de demonstrar as conseqüências das posições e práticas destas concepções. Com relação ao anarquismo revolucionário, a relação deve ser de ação conjunta e ajuda mútua. É necessário que se diga que estamos falando de concepções e não de indivíduos ou organizações específicas. Um indivíduo pode aderir a uma concepção leninista, por exemplo, mas isto não o impede de em determinado contexto histórico mudar de posição. A falta de consciência da existência de determinadas concepções mais radicais faz com que alguns indivíduos façam a adesão a concepções reformistas ou ingênuas. Neste caso, a possibilidade de avançar para concepções mais radicais é mais factível. Entretanto, em alguns indivíduos isto já é mais problemático, pois a estrutura de personalidade de algumas pessoas que ao entrar numa dada organização burocrática vêem nela a maneira necessária, pois isto reflete a sua própria mentalidade burguesa e burocrática. Isto torna mais difícil sua mudança de concepção, pois reflete seus valores, sentimentos, enfim, o conjunto de sua mentalidade. A crítica deve ser direcionada às concepções e não a indivíduos considerados isoladamente. É claro que determinados indivíduos de organizações burocráticas, principalmente seus chefes, dificilmente mudarão de concepção. Neste caso, o combate deve ser franco e direto.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana; font-size: x-small;">Encerra-se o manifesto com a<span class="Apple-converted-space"> </span><i>seção 5</i>, “<i>A sociedade autogerida</i>”. Nesta última parte, Nildo Viana faz uma belíssima análise utópica. A utopia, no sentido em que Ernst Bloch no seu livro<span class="Apple-converted-space"> </span><i>O princípio Esperança</i><span class="Apple-converted-space"> </span>emprega o termo, trata-se de uma visualização da tendência, manifestando uma consciência antecipadora. Utopia, nestes temos, não é considerada como sendo uma imagem ilusória de um lugar que não existe. Esta é uma utopia<i><span class="Apple-converted-space"> </span>abstrata</i>. Para Bloch, a utopia deve ser<span class="Apple-converted-space"> </span><i>concreta</i>, ou seja, deve ser a visualização do futuro (consciência antecipadora), mas considerando os processos de tendência. Trata-se na verdade do rompimento com o saber meramente empírico; com esta cisão, a esperança entra como categoria analítica da realidade presente. A história até Marx considerou somente o passado. A partir do materialismo histórico-dialético, o futuro, a<span class="Apple-converted-space"> </span><i>utopia concreta</i><span class="Apple-converted-space"> </span>entra em cena na leitura do mundo. Deste modo, as antevisões da sociedade do futuro, a sociedade autogerida, não são abstrações sustentadas em castelos de carta, são na verdade a fuga do pensamento para o futuro, a colocação da realidade no<span class="Apple-converted-space"> </span><i>front</i><span class="Apple-converted-space"> </span>entre o hoje e o amanhã, sendo este a expressão de uma tendência profunda existente nesta sociedade.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana; font-size: x-small;">A análise que o autor faz da sociedade autogerida é realizada a partir da observação das experiências revolucionárias existentes até então e nas interpretações teóricas sobre estas experiências. O modo de produção capitalista tem como sua essência a produção de mais-valia. É a partir dela e para sua reprodução que tudo o mais se estrutura: mercado, estado, dinheiro, individualismo, burocracia, burguesia-proletariado etc. A essência do modo de produção comunista, pelo contrário, é a autogestão social. A partir da generalização da autogestão através dos conselhos operários, que na sociedade autogerida deverá mudar de nome, visto que não mais existirão operários, mas somente produtores livremente associados, tudo o mais será re-estruturado. O estado, o mercado, o dinheiro e as classes sociais sucumbirão. Um novo ser humano será construído, uma nova mentalidade, uma nova sociabilidade, uma nova forma de associação entre as pessoas se erguerá.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana; font-size: x-small;">O<span class="Apple-converted-space"> </span><i>Manifesto Autogestionário</i><span class="Apple-converted-space"> </span>é, portanto, uma leitura indispensável para os militantes revolucionários hoje. Quem quiser ter acesso a uma obra de indiscutível radicalidade, de nomeada coerência e inteira correspondência com o processo revolucionário deve ler este manifesto. E, a partir daí, como provoca o autor, cada um deve se sentir tentado a escrever seu próprio manifesto, pois isto é coerente com marxismo revolucionário, libertário. No final das contas, este pequeno plágio é uma das obras mais originais dos últimos tempos.</span></div></span></span>Transformaçãohttp://www.blogger.com/profile/02804020169328221189noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-640190035942476866.post-29719103658887541882011-01-02T05:41:00.000-08:002011-01-02T05:41:52.914-08:00Resenha do livro "O que são partidos políticos"<span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 0px; -webkit-border-vertical-spacing: 0px; -webkit-text-decorations-in-effect: none; -webkit-text-size-adjust: auto; -webkit-text-stroke-width: 0px; border-collapse: separate; color: black; font: small "Times New Roman"; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"> <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiygPZ7BLI1QT7Vxvc3WuIEtxKpPIVDvEmqIedpG2tqSaZlt1kcJFbXlrvXOPgt0ehnn24anczqOQJW2xC2p45qAiDL7bQXDuHLshIjYmA_rorLnsSzJ5GhHSSURSSRVztS1cjA3K4lNwvE/s1600/nildopb2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" n4="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiygPZ7BLI1QT7Vxvc3WuIEtxKpPIVDvEmqIedpG2tqSaZlt1kcJFbXlrvXOPgt0ehnn24anczqOQJW2xC2p45qAiDL7bQXDuHLshIjYmA_rorLnsSzJ5GhHSSURSSRVztS1cjA3K4lNwvE/s200/nildopb2.jpg" width="101" /></a></div><div align="center"><br />
</div><div align="center"><span style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;"><strong><span style="color: red; font-size: small;">Através do poder</span></strong><br />
<strong>Resenha do livro de Nildo Viana “O que são Partidos Políticos?”</strong></span></div><div align="right"><span style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;">Rafael Saddi Teixeira</span></div><div align="justify"><span style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;">O livro “O que são Partidos Políticos?” do sociólogo Nildo Viana é mais uma excelente obra deste autor. Para nós, a sua importância se faz devido, primeiramente, à relevância dos partidos políticos na sociedade moderna, e, em segundo lugar, ao estado atual e tradicional dos estudos sobre o tema.<br />
O partido político tal como surge e se desenvolve na sociedade moderna tem ocupado papel fundamental no âmbito político, econômico e cultural.<span class="Apple-converted-space"> </span><br />
Na definição da vida política humana, o partido se tornou o principal instrumento através do qual os homens lutam pelo poder político. Os fins últimos desta luta podem tanto ser de caráter pessoal (cargos, controle, dinheiro, glória, etc.) como ideal (defesa de uma causa, interesse nacional, socialismo, etc.). Os meios para ela podem ser parlamentares através do sufrágio na democracia burguesa (tais como os meios do partido burguês e social-democrata), como também insurrecionais (tais como os meios do partido bolchevique).<span class="Apple-converted-space"> </span><br />
Ao mesmo tempo que o partido se tornou o principal meio de acesso ao poder político, no âmbito cultural, as representações sobre o partido fazem dele o principal meio de participação política. Isto se deve a um conjunto de crenças que pretendem o monopólio da política pelo Estado, que passa a ser entendido como a instância política máxima, e o monopólio da participação política pelo partido, como o lugar principal para quem pretende interferir na política. Toda transformação se torna reduzida a quem detém o poder sobre a estrutura estatal. Toda dedicação à transformação da realidade se torna submissa à dedicação à vida partidária.<span class="Apple-converted-space"> </span><br />
O partido, dotado dessa importância política e cultural, não deixa de ser um instrumento formador de concepções. Ele faz análises, elabora programas, produz conceitos, estabelece visões de mundo. Neste sentido, o partido é também um instrumento cultural, que ao se apropriar do poder político, possui todo um aparato humano e material eficiente para impor a sua visão de mundo. Tendem, portanto, a reforçar a crença do monopólio da política pelo Estado e pelo partido e de uma visão pautada na existência necessária de dominantes e dominados.<span class="Apple-converted-space"> </span><br />
No âmbito econômico, o partido exerce um papel relevante: garantir o sustento dos seus próprios quadros. Em troca de dedicação e lealdade, o partido fornece cargos aos seus membros e propiciam, assim, uma renda fixa para quem se dedica à política. O militante se torna político profissional, vivendo para a política e da política partidária. Se estabelece a política como uma luta por controle de cargos, e o partido se torna um meio para ter a vida econômica estável.<span class="Apple-converted-space"> </span><br />
Apesar desta importância político, cultural e econômica do partido político na sociedade moderna, ainda não há um tratamento sistemático e adequado nas ciências políticas e na sociologia política sobre o objeto. As análises teóricas sobre o tema se limitaram, em grande parte, a trabalhos meramente descritivos e isentos de uma explicação sistemática.<br />
Viana consegue ultrapassar os procedimentos descritivos e fazer uma análise explicativa dos partidos políticos. Sua principal contribuição talvez seja a difícil tarefa de construir uma definição de partido político.<span class="Apple-converted-space"> </span><br />
Para o autor, os partidos políticos são “organizações burocráticas que visam à conquista do Estado e buscam legitimar esta luta pelo poder através da ideologia da representação e expressam os interesses de uma ou outra classe ou fração de classes existentes.” (VIANA, pg. 12: 2003).<br />
Viana percebe, assim, as relações de dominação que compõem os partidos políticos como organizações burocráticas na divisão orgânica entre aqueles que detém o poder de mando e aqueles que estão destinados a obediência. “Uma organização burocrática se caracteriza por funcionar através da relação dirigentes-dirigidos. Aqueles que dirigem, os burocratas, tomam as decisões e controlam os dirigidos.” (idem, pg. 13: 2003).<span class="Apple-converted-space"> </span><br />
O autor afirma também que existe em todo partido um processo de dissimulação-simulação, que se caracteriza pela apresentação de um objetivo declarado (falso) e um objetivo real. Os partidos “apresentam um interesse declarado que é falso (‘representar’ o ‘povo’) e omitem o seu verdadeiro interesse (conquistar o poder para distribuir cargos entre a burocracia partidária e reproduzir o modo de produção capitalista e alguns interesses específicos de frações da burguesia ligados a um ou a outro partido).” (idem, pg. 19: 2003).<span class="Apple-converted-space"> </span><br />
Existe para Viana uma relação inevitável entre partido e classe, de forma que “todo partido é expressão de uma ou outra classe social”. (idem, pg.22: 2003). Para o autor, os partidos não podem representar os interesses do proletariado, uma vez que estes interesses estão ligados à destruição do modo de produção capitalista e a instauração de novas relações sociais. Com a intenção de conquistar o poder estatal através de uma estrutura burocrática, o partido político está intimamente vinculado aos interesses das classes dominantes e sua função é a reprodução das relações sociais dominantes.<br />
Esta definição de partido político não pretende abarcar tudo aquilo que já foi chamado de partido. O partido anarquista, por exemplo, que teve sua expressão máxima nas concepções de Bakunin e de Malatesta não apresentava uma estrutura burocrática nem lutavam pela conquista do poder estatal. O Manifesto do Partido Comunista de Karl Marx se refere não a um partido político tal como aqui analisado, mas àqueles indivíduos que possuem a ideologia comunista. O conceito de partido político para Nildo Viana, neste sentido, apresenta uma definição capaz de compreender um fenômeno específico do final do século XIX e XX, percebendo a aproximação que existe entre os tipos de organização política diretamente burgueses, tais como os partidos tradicionalmente chamados de direita, e diversas organizações políticas conhecidas como esquerda, tais como a organização bolchevique e social-democrata. Da mesma forma como percebe a aproximação entre estes organismos, percebe a distância que delas se encontram as organizações autônomas, não burocráticas, pautadas na auto-organização e que visam uma ruptura com as relações de produção capitalistas.<span class="Apple-converted-space"> </span></span></div></span>Transformaçãohttp://www.blogger.com/profile/02804020169328221189noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-640190035942476866.post-9252768135350292192011-01-02T05:25:00.000-08:002011-01-11T04:46:40.456-08:00Resenha do livro "A consciência da história"<span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 0px; -webkit-border-vertical-spacing: 0px; -webkit-text-decorations-in-effect: none; -webkit-text-size-adjust: auto; -webkit-text-stroke-width: 0px; border-collapse: separate; color: black; font: normal normal normal small/normal 'Times New Roman'; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px;"></span></span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyUeXT9ULHt3GvfqvkQcljOanFJPb7euh3Y21XJw4Rr8gX9Bz-l0UQBUZhhyFl_gvoJQ0MGiPb-BFP36JcnFp3hripm6nvvllsvs1fyUhGjojYHxjFpr9cBMyMFgtzzloR-BwcuhbC78oW/s1600/Marx-Viana.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="296" n4="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyUeXT9ULHt3GvfqvkQcljOanFJPb7euh3Y21XJw4Rr8gX9Bz-l0UQBUZhhyFl_gvoJQ0MGiPb-BFP36JcnFp3hripm6nvvllsvs1fyUhGjojYHxjFpr9cBMyMFgtzzloR-BwcuhbC78oW/s320/Marx-Viana.jpg" width="320" /></a></div><div style="color: black; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px;"><br />
</div><div style="color: black; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px;"><span class="articletitle" style="color: black; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 20px; font-weight: bold;">A Consciência da História - A Volta da Perspectiva teórica do proletariado<span class="Apple-converted-space"> </span></span><br />
<span class="articletitle" style="color: black; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 20px; font-weight: bold;"><span class="Apple-converted-space"></span></span><span class="articleauthordate" style="color: #000099; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 9px;">Por Cláudio Bueno 04/05/2003 às 04:11</span></div><div style="color: black; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px;"></div><div class="articleabstract" style="color: black; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; font-weight: bold; width: 600px;"><br />
Uma breve resenha do livro A Consciência da História, de Nildo Viana.</div><div style="color: black; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px;"></div><div style="color: black; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px;"><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 0px; -webkit-border-vertical-spacing: 0px; -webkit-text-decorations-in-effect: none; -webkit-text-size-adjust: auto; -webkit-text-stroke-width: 0px; border-collapse: separate; color: black; font: normal normal normal small/normal 'Times New Roman'; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px;">Viana, Nildo. A Consciência da História. Goiânia, Edições Combate, 1997.<span class="Apple-converted-space"> </span><br />
<br />
A Consciência da História:<span class="Apple-converted-space"> </span>Uma Retroversão do Materialismo Histórico<span class="Apple-converted-space"> </span><br />
<br />
Cláudio Bueno<span class="Apple-converted-space"> </span><br />
</span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 0px; -webkit-border-vertical-spacing: 0px; -webkit-text-decorations-in-effect: none; -webkit-text-size-adjust: auto; -webkit-text-stroke-width: 0px; border-collapse: separate; color: black; font: normal normal normal small/normal 'Times New Roman'; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px;"><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: x-small;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">O</span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"> livro do sociólogo e filósofo Nildo Viana, A Consciência da História – Ensaios Sobre o Materialismo Histórico-Dialético, com diz o título, trata da concepção materialista da história. A primeira idéia que temos ao ver um livro sobre este tema é que se trata de mais daquelas simplificações que se vê na fórmulas do tipo “a infra-estrutura que determinas a superestrutura”, mas não é este o caso, como veremos a seguir.</span><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"> </span></span></span></div></span></span><br />
<br />
<div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><br />
</span></div><span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 0px; -webkit-border-vertical-spacing: 0px; -webkit-text-decorations-in-effect: none; -webkit-text-size-adjust: auto; -webkit-text-stroke-width: 0px; border-collapse: separate; color: black; font: normal normal normal small/normal 'Times New Roman'; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Podemos dizer que o autor segue a linha do marxismo ocidental dos anos 20, tal como se vê nas obras de Karl Korsch (Marxismo e Filosofia) e de Georg Lukács (História e Consciência de Classe) tanto na forma quanto no conteúdo. Na forma, pois, como se vê no subtítulo, trata-se de ensaios, tal como fizeram Korsch e Lukács; no conteúdo, pois aqui se vê um rompimento radical e uma denúncia implacável dos deformadores do marxismo (Lênin, Stálin, Gramsci, Althusser, etc.), tanto os de orientação social-democrata (reformistas) quanto os de orientação bolchevista ou leninista (jacobinos que querem conquistar o poder do estado). Sem dúvida, neste último ponto há uma discordância com Lukács, mas não com Korsch.</span><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"> </span></span></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif;"><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Neste sentido, podemos dizer que para Nildo Viana o marxismo foi deformado e por isso é preciso retomar o verdadeiro caráter do marxismo. Sem dúvida, A Consciência da História já é uma tentativa neste sentido de voltar ao conteúdo original do marxismo, sendo, portanto, uma retroversão do marxismo.</span><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"> </span></div><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Como o autor faz isto? Em um conjunto de ensaios, ele aborda questões clássicas do marxismo (a relação entre ser e consciência, a relação entre materialismo histórico e materialismo dialético, o caráter materialista da dialética, etc.) apresentando uma visão que se fundamenta principalmente nas obras de Marx e Korsch. Aborda temas colocados pelo “marxismo ocidental” de Korsch e Lukács (crítica à ciência e ao positivismo, rompimento com toda abstração metafísica, a questão da totalidade, etc.) e também novas questões postas pelo mundo contemporâneo (determinismo, relativismo, o lugar do conceito, pós-modernidade, etc.); tudo isto partindo de um ponto de vista ao mesmo tempo crítico e renovador.</span><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"> </span></span></div></span><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">O autor compreende o marxismo como sendo “expressão teórica do movimento operário”, tal como havia sido colocado por Karl Korsch, e este é o fio condutor do texto. Ele realiza todo um processo de trabalhar na consciência os conceitos do materialismo histórico. Tanto é verdade que sua definição de modo de produção se distingue radicalmente do que vemos nos diversos manuais sobre marxismo ou materialismo histórico. Para Nildo Viana, modo de produção não é a “base econômica” da sociedade composta pelas forças produtivas e pelas relações de produção e sim “um modo de relação e luta entre as classes sociais” (p. 64). Neste contexto, há a recusa de qualquer determinismo, seja “econômico” ou “tecnológico”.</span><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"> </span></span></div></span><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">O autor também questiona o que se chama de “superestrutura”, recolocando as questões postas por Althusser e Gramsci, mas dando-lhes uma resposta diferente. A distinção entre infra-estrutura e superestrutura é, como colocou Althusser, apenas uma metáfora que se refere ao conceito de modo de produção e, segundo a proposta inovadora de Nildo Viana, formas de regularização das relações sociais. A reificação da idéia de superestrutura (tomando-a como se fosse uma realidade e não uma metáfora) ofusca a compreensão de seu caráter e sua complexidade.</span><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"> </span></span></div></span><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Por fim, Nildo Viana, no bojo de sua crítica à ciência e à pós-modernidade, aprofunda de forma original questões muito pouco discutidas no interior do marxismo, tal como se vê nos ensaios A Dialética do Conceito e o Método Dialético e o Estudo do Particular. O primeiro retoma a definição de Marx a respeito do conceito (que é, para ele, uma “expressão da realidade”) e o distingue de construtos e noções e o segundo coloca em evidência como o método dialético estuda um aspecto particular da totalidade em contraposição aos que buscam autonomizar os “fragmentos” ou o “fragmentário” (pós-modernos), realizando uma separação anti-dialética entre o todo e as partes.</span><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"> </span></span></div></span><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Enfim, trata-se de um texto complexo, tanto pelo conteúdo quanto pela variedade de temas abordados. Os habituados com o “marxismo dos manuais” ou com a ortodoxia leninista certamente sentirão um estranhamento em relação ao texto. De qualquer forma, concorde-se ou não com o seu conteúdo, basta um pouco de percepção para reconhecer o seu valor intrínseco caracterizado pela ousadia, tão ausente nos meios intelectuais em nosso país, onde o costume é repetir os autores estrangeiros.</span><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"> </span></span></div></span></span></span></div>Transformaçãohttp://www.blogger.com/profile/02804020169328221189noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-640190035942476866.post-80242060388376539732011-01-02T05:12:00.000-08:002011-01-02T05:12:05.747-08:00Resenha do livro "Heróis e super-heróis no mundo dos quadrinhos"<span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 0px; -webkit-border-vertical-spacing: 0px; -webkit-text-decorations-in-effect: none; -webkit-text-size-adjust: auto; -webkit-text-stroke-width: 0px; border-collapse: separate; color: black; font: small "Times New Roman"; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Arial, Helvetica;"> <div style="border-bottom: windowtext 1.5pt solid; border-left-style: none; border-right-style: none; border-top-style: none; padding-bottom: 1pt; padding-left: 0cm; padding-right: 0cm; padding-top: 0cm;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgsKrwDQaLgAlBaNZI31gHF-MeRyK4zxaYfaceeVcFnV7IubiadDVNZurmdeV2RlGY39LMM2oCylWNt0sVuBKET8Xst1u8X22TFxw38-jz3-VsKIyO_x1lS4zIYYGcRDMl0IYKNBsA1HBy/s1600/nildopb.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" n4="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgsKrwDQaLgAlBaNZI31gHF-MeRyK4zxaYfaceeVcFnV7IubiadDVNZurmdeV2RlGY39LMM2oCylWNt0sVuBKET8Xst1u8X22TFxw38-jz3-VsKIyO_x1lS4zIYYGcRDMl0IYKNBsA1HBy/s200/nildopb.jpg" width="101" /></a></div><div align="center" class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0cm; padding-left: 0cm; padding-right: 0cm; padding-top: 0cm;"><br />
</div><div align="center" class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0cm; padding-left: 0cm; padding-right: 0cm; padding-top: 0cm;"><span style="font-size: x-small;">Viana, Nildo.<span class="Apple-converted-space"> </span><b><i>Heróis e Super-heróis no Mundo dos Quadrinhos</i>.</b><span class="Apple-converted-space"> </span>Rio de Janeiro, Achiamé, 2005.</span></div></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px;"><br />
</div><h3 align="center" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px;"><span style="color: #cc0000;"><b>Uma análise dialética dos heróis e super-heróis dos quadrinhos</b><span style="font-size: x-small;"><b></b></span></span></h3><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px;"><br />
</div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px;"><span style="font-size: x-small;">Esse texto tem como objetivo analisar algumas questões da obra “<i>Heróis e Super-heróis no Mundo dos Quadrinhos</i>” de Nildo Viana, publicado recentemente pela editora Achiamé do Rio de Janeiro. Um estudo que, acreditamos, ter sido sistematizado com maestria, evidenciando de forma clara e bem fundamentada as características essenciais dos heróis e super-heróis no mundo dos quadrinhos, os quais têm como determinação essencial o inconsciente coletivo. Um pequeno livro de setenta e sete páginas, porém, com uma análise profícua, organizado em quatro capítulos. Na primeira parte do livro trata da era da aventura no mundo dos quadrinhos; no segundo capítulo discorre sobre os super-heróis e axiologia; no terceiro tópico analisa os “super-heróis” e inconsciente coletivo e, finalmente, no quarto capítulo o autor discute a axiologia e inconsciente coletivo no mundo dos quadrinhos.</span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px;"><span style="font-size: x-small;">O que dizer deste gênero literário quando nos deparamos com uma infinidade de bibliografias produzidas com finalidades específicas, a exemplo das diversas ciências existentes no âmbito acadêmico? Bem, as histórias em quadrinhos receberam um tratamento diferente daquele dirigido à ciência evidenciando o caráter lúdico, o lazer, etc., e na atualidade vem ganhando espaço nas prateleiras escolares e mesmo como leitura indispensável em colos familiares. A partir destas histórias veio se sistematizando uma consciência de que desempenham um papel fundamental na constituição e formação do indivíduo. Os profissionais da pedagogia que o digam com mais afinidade, por estarem engajados nesta crença e, em grande maioria, utilizam das HQ como meio de estimular seus alunos à leitura. Com a mercantilização e burocratização das HQ ocorre uma distribuição em massa, e envolta da massificação das HQ, a idéia de que representam um poço de positividade foi se formando e, por sua massificada distribuição na sociedade, despertaram atenção, até mesmo de estudiosos, emergindo daí, inúmeras análises e discussões derivadas destas histórias.</span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px;"><span style="font-size: x-small;">Analisar as histórias em quadrinhos chega a desperta a atenção, num sentido de levar alguns a pensar que nada poderia ser falado de forma mais sistemática desta “coisa”, gibis, pelo simples fato de serem direcionados a crianças e jovens e não conter nenhum conteúdo que possa ser levado a sério, percebe que está contido aí uma idéia paternalista e coercitiva, a crença de que os adultos representam a seriedade. É esse, um valor propagado nas relações sociais de classe. Por outro lado, quando se fala em seriedade se refere a conteúdo que seja utilizado como material informativo ou mesmo de orientação sobre questões que envolvem o indivíduo na sociedade. Bom, aparentemente, as HQ podem ser interpretadas desta forma, e é no sentido de esclarecer essas questões e outras determinações das histórias em quadrinhos que vemos a grande contribuição deste estudo realizado por Nildo Viana. Até o presente momento não se tem conhecimento de interpretações que tenham atingido a profundidade alcançada por esta análise sobre as HQ, neste caso dos heróis e super-heróis. Assim, enquanto criações do homem e elemento presente na sociedade, as HQ representam um instrumento fundamental para a configuração e estruturação da sociedade no moldes desejados pelos capitalistas.</span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px;"><span style="font-size: x-small;">Além disso, não estranharia o leitor se disséssemos que a seriedade é uma das características, bem analisada por Viana, que está presente nas produções atuais do mundo dos quadrinhos, e ainda, que vem sendo leitura degustada por muitos adultos. As HQ que em seu alvor tinham como característica a comicidade passam a se distinguir pela seriedade. Bom, poderia se questionar onde está o caráter sério nessas histórias? Podemos citar a seriedade presente na mudança de conteúdo das próprias histórias, que não é uma mudança que ocorre por si só, de forma independente do contexto social, mas, uma mudança conseqüente do processo de desenvolvimento do regime de acumulação capitalista. Está aqui, em si tratando de sua relação com a sociedade, o caráter fundamentalmente sério dessas histórias, pois, sua existência tem finalidades bem definidas, para agirem politicamente na configuração e reprodução das relações sociais. Por outro lado, vê se a seriedade sendo expressa na própria mudança formal na apresentação de seus personagens. Essa mudança pode ser notada a partir do conhecimento das etapas históricas em que foi passando as HQ. No início, por exemplo, as histórias eram contadas em tiras de jornais e não permitia o seu desenrolar em períodos longos. Nesse primeiro período, final do século XIX e início do XX, as histórias eram curtas e tinham um caráter voltado para a comicidade, baseadas em figuras caricaturais. Portanto, a razão de ser das mudanças ocorridas nas HQ está no desenvolvimento do capitalismo o qual, segundo o autor, “provoca uma valoração cada vez maior do indivíduo” (Pág. 21). “E o individualismo é uma das idéias-força da ideologia dominante e das construções fictícias da classe dominante” (pág. 22).</span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px;"><span style="font-size: x-small;">Nesta variedade de leituras em quadrinhos podemos, então, encontrar uma variedade de histórias. Essa variedade é que vai trazer conseqüências para a ótica da sociedade em relação às HQ. Diante dessa vasta produção, Viana analisa apenas dois gêneros, isto é, os heróis e super-heróis, uma boa estratégia para não cair numa generalização interpretativa, no sentido de analisar “todo” gênero existente e não se chegar à essência das HQ. Além disso, é através desses gêneros que ocorre, de forma mais explícita, a expressão do inconsciente coletivo, questão que será analisada posteriormente.</span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px;"><span style="font-size: x-small;">O gênero aventura vem então para legitimar a característica individualista do capitalismo, e uma das peculiaridades fundamentais do gênero aventura é a transposição que realiza do individualismo para o mundo da ficção” (pág. 22), uma necessidade que a crise de 29 faz brotar, tendo a “necessidade de um indivíduo forte, resistente, um verdadeiro ‘herói’” (pág. 22), e, assim, a necessidade de reforçar a idéia individualista. Veja que as HQ têm um papel político importante a desempenhar em direção à reprodução do capitalismo. Várias questões poderiam ser citadas quando da sua existência. Uma delas está presente na produção e distribuição de tais histórias. Enquanto mercadoria são meios de enriquecimento dos proprietários de agências que estão em volta de sua produção. Por outro, a sua produção se dá envolta de determinações jurídicas e institucionais, o que delimita o conteúdo e a forma dos personagens. Conseqüentemente, aqueles artistas que as produzem, as fazem de acordo com determinadas leis.</span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px;"><span style="font-size: x-small;">Portanto, a principal característica do gênero aventura é o maniqueísmo, a oposição entre o bem e o mal. A necessidade do maniqueísmo pode ser explicada a partir da visão burguesa de não poder dizer tudo nem revelar tudo. Daí recorrem à oposição entre o bem e o mal ficando apenas na superficialidade das questões que envolvem a sociedade, ou seja, mostrando apenas a causa e não o causador, a luta de classe, o modo de produção capitalista. Essa idéia é reforçada pelo papel do herói no mundo dos quadrinhos. Existe ainda o herói conservador o qual busca manter a ordem em busca da justiça. Ele não contesta o capitalismo, daí seu caráter conservador, e se baseia na dualidade ordem e justiça.</span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px;"><span style="font-size: x-small;">Tarzan, criado em 1912 por Edgar Rice Burroughs, é o exemplo de herói que luta pela ordem. O mesmo ganha um novo perfil com a crise de 1929. Esse contexto histórico marcado por profundas contradições e fortes repressões vai dar às HQ um novo perfil aos seus personagens bem como inaugurar uma nova forma de produção. Com a crise do regime de acumulação intensivo surge uma necessidade de inspirar a ação humana para se adequar às novas relações sociais que emergiam. É com essa necessidade de se criar um herói para compensar a imaginação que o novo gênero vai se caracterizar. Com o fim da Primeira Guerra os EUA iniciam uma política de expansão política e econômica e cria estratégias para fortalecer e legitimar essa sua ação. Tarzan, então, é o herói que vai ter como missão a colonização. Ao se deparar com a civilização antiga e exótica vai promover a justiça e a ordem. Muitos outros heróis são criados com essa finalidade política, os quais vêm para dar força ao novo regime de acumulação que surgia, como o príncipe valente, Dick Tracy, Flash Gordon, Zorro entre outros.</span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px;"><span style="font-size: x-small;">No capítulo que trata da<span class="Apple-converted-space"> </span><i>Guerra e a Visibilidade do Significado Social dos Heróis</i>, Viana coloca como determinação fundamental dos heróis, a sua ligação com os interesses dominantes e esta concepção é questionada pela maioria dos estudiosos do mundo dos quadrinhos. Essa discordância está intimamente ligada aos valores de tais pensadores. Discordam que as HQ têm uma proximidade com interesses dominantes por defenderam os valores da classe minoritária da sociedade, e é por isso que se faz de extrema importância essa análise de Nildo Viana, do nosso ponto de vista, por defender os interesses da classe que representa a parte majoritária da sociedade. É engajado numa perspectiva de ruptura que Viana retrata a mudança formal e de conteúdo das HQ que seguia o ritmo das mudanças do regime de acumulação. Com o advento da segunda guerra mundial a aventura dá lugar à superaventura. Os Heróis, com suas características terrenas, destarte, com habilidades fantásticas, são substituídos pelos super-heróis com poderes sobre humanos.</span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px;"><span style="font-size: x-small;">Heróis e super heróis, portanto, são utilizados como estratégias políticas pelos países mais desenvolvidos economicamente envolvidos em conflitos e disputas políticas e econômicas, e isso pode ser facilmente notado no envolvimento dos personagens com a guerra é o que marca esse seu caráter político. Essa relação das HQ com o contexto social em que foram criadas, retratada por Viana, é fundamental para entender a configuração de tais histórias. A maioria dos teóricos dos quadrinhos toma as histórias com fins em si mesmo, isto é, que as histórias mudam a si próprias como se elas fossem dotadas de vida e pudessem escolher o caminho a seguir. Não interpretam as histórias em quadrinhos como sendo essas, produtos e criações do próprio homem. Apesar do gênero aventura e superaventura, analisados por Nildo Viana, serem produzidos dentro de parâmetros institucionais, são expressões de necessidades-potencialidades reprimidas em todos os indivíduos da coletividade, naturalmente, expressão daquele que lhe produziu.</span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px;"><span style="font-size: x-small;">O mundo dos quadrinhos, portanto, são “expressões das mudanças sociais” (pág 37). O processo de burocratização e mercantilização das relações sociais, uma determinação do capitalismo, cria a necessidade, através da fantasia, de superar a prisão que se tornou a vida social e conquistar uma liberdade imaginária para compensar a falta de liberdade real (pág. 41). Os heróis e super-heróis, nesse contexto, mantêm uma relação íntima com os valores dominantes. Nesse sentido, acreditamos, uma das principais contribuições oferecida por Nildo Viana é quando trata do sentido axiológico e do inconsciente coletivo presente nas histórias em quadrinhos.</span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px;"><span style="font-size: x-small;">“Axiologia” é um conceito por ele desenvolvido para substituir o de “ideologia” utilizado pela maioria dos estudiosos das HQ. Numa visão dialética, esse conceito, axiologia, contribui profundamente para o esclarecimento de algumas dúvidas, provenientes de confusões que os positivistas, especificamente, criaram na utilização do conceito de ideologia. Marx ao tratar a “ideologia” se referia à falsa consciência sistematizada a partir da ação da classe dominante sobre as classes dominadas. Porém, com o tempo esse conceito foi deixando de corresponder à realidade e foi justamente isso que fizeram os estudiosos dos quadrinhos utilizarem o conceito de “ideologia” para expressar os valores culturais que as HQ reproduziam. O termo “valor cultural”, por sua vez, não consegue explicar as determinações intrínsecas nessas produções, pois, deve-se especificar qual valor estão tratando. Daí a contribuição de Viana com a criação do conceito “axiologia”. Com esse conceito os valores podem ser expressos de forma correspondente à sua especificidade, ou seja, como valor proveniente da cultura dominante, portanto, como padrão dominante. Conseqüentemente, abre-se espaço e instiga os estudiosos a voltarem sua atenção para o que representa de fato o termo “ideologia”.</span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px;"><span style="font-size: x-small;">Agora podemos falar da relação dos super-heróis com o inconsciente coletivo, sendo esse de fundamental importância para explicar a existência e o gosto pelos super-heróis. Um conceito já citado por Freud e Jung mas que não foi tratado em sua devida concretude. Segundo Viana o inconsciente coletivo é “o conjunto de necessidades/potencialidades, reprimidas em todos os indivíduos que formam uma coletividade (grupo, classe, etc)” (pág. 59). Essa é a principal contribuição deste autor, pois, até o presente momento nenhum pensador conseguiu retratar com tamanha precisão essa característica das HQ. E qual seria então a relação das HQ com o inconsciente coletivo? Bom. No inconsciente coletivo estão contidas as necessidades/potencialidades reprimidas, as quais criam o desejo efetivo de liberdade, isto é, a sua busca na realidade concreta.</span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px;"><span style="font-size: x-small;">Aí o sentido de ser dos heróis e super-heróis no mundo dos quadrinhos, mais especificamente da superaventura, pois, expressam de forma fictícia os desejos reais, porém reprimidos, que o indivíduo almeja que se efetivem. Um exemplo disso é o desejo de liberdade. Na sociedade capitalista o indivíduo não vive a liberdade plena e sim uma repressão convertida formalmente em liberdade. Mesmo criando estratégias para ocultar a repressão que os indivíduos sofrem na sociedade, o capitalismo não consegue banir por completo o desejo de liberdade e, além disso, o desejo da transformação que pode ser percebido na luta brutal existentes entre proletários e capitalistas. Esse é um exemplo de que mais cedo ou mais tarde, as relações sociais do capitalismo serão superadas. No mundo dos quadrinhos essa liberdade se manifesta, por exemplo, no super-herói que voa. O voar, “é um símbolo de liberdade, de superação de limites” (pág. 61). E o modo que os heróis e super-heróis do mundo dos quadrinhos contribuem na reprodução das relações sociais capitalistas é a transposição que realizam, do desejo real de transformação, para o mundo da ficção. A necessidade de efetivação do inconsciente coletivo é real, e efetivando-se coloca abaixo toda a estrutura baseada na repressão e na exploração, e, junto, os privilégios daqueles que dominam. Os heróis e super-heróis no mundo dos quadrinhos, por sua vez, alimenta esse desejo de superação da exploração de forma ficcional. Assim, sendo a aventura e a superaventura a expressão do inconsciente coletivo, essas produções satisfazem parte do desejo de efetivação do inconsciente coletivo, daí, ocorrer a reprodução do capitalismo, pois, não contribuem para que o inconsciente coletivo transponha-se para a realidade e sim para o mundo da ficção.</span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px;"><span style="font-size: x-small;">Nesse sentido, “a superaventura é, em parte, manifestação do inconsciente coletivo e é por isso que ela (e não só ela como também os heróis comuns) tem um público tão grande” (pág. 61). Nesse contexto paradoxal das HQ, vivem aqueles indivíduos que produzem tais histórias. Apesar de produzirem de forma consciente, o conteúdo que elaboram é a expressão do inconsciente coletivo. Além disso, o produto de suas habilidades não é produto de uma produção baseada na liberdade de produção. As HQ são produzidas dentro de parâmetros institucionais e devem corresponder às exigências daqueles que lhes financia. O artista estando sob o controle institucional, se torna impotente frente à burocracia que lhe impossibilita agir da forma que desejar, mas se transforma no todo poderoso nas HQ, o mundo da ficção, vencendo barreiras, expressando sua vontade na ação de seus personagens, vontade essa que na realidade recebe suas limitações. Um exemplo disso é o de Clark Kent que mesmo disfarçado de um executivo, que trabalha, é reprimido, e respeita as imposições do trabalho burocrático, em determinado momento se transforma no super homem, aquele que luta pela justiça, o indivíduo salvador da pátria e a quem cabe a missão de restituir a ordem abalada ou colocada em risco por um determinado vilão. Nesse sentido que Nildo Viana afirma que “a superaventura significa a carta de alforria imaginária do ser humano escravizado no mundo da burocracia e da mercadoria” (pág. 63).</span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px;"><span style="font-size: x-small;">Pode-se perceber, portanto, que assim como o artista torna consciente ficcionalmente o inconsciente coletivo, ou seja, expressa seus desejos nas HQ, o inconsciente coletivo pode se tornar consciente coletivo de forma prática. E o estudo do inconsciente coletivo através do mundo dos quadrinhos se faz necessário para levá-lo á consciência, contribuindo, conseqüentemente, para a transformação social. Essa é uma necessidade fundamental para a libertação da humanidade, e do nosso ponto de vista, a principal contribuição de Nildo Viana nesta obra.</span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px;"><span style="font-size: x-small;">É, portanto, na última parte do texto que o autor analisa a axiologia e o inconsciente coletivo no mundo dos super-heróis. A axiologia, portanto, expressa o lado conservador enquanto o inconsciente coletivo o contestador. Isso é um paradoxo em si tratando dos valores almejados pela classe dominante, no sentido de que os criadores destas histórias ao produzi-la é submetido ao controle institucional, de reprodução da ordem, porém, ao projetar a história ele expressa seu lado contestador, de superação da ordem, na ação dos super-heróis.</span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px;"><span style="font-size: x-small;">Uma outra questão analisada é que “essas histórias exercem um grau de influência ao leitor muito menor do que se pensa, pois, ao fazer a leitura de tais produções o leitor não se prende aos detalhes da narrativa que expressam seu caráter ideológico e sim nos aspectos fantásticos da história (os combates, a luta pelo poder, os tipos de poderes, os mundos estranhos e maravilhosos etc)” (pág. 65). Isso demonstra o quão desejosos estão os leitores dessas produções, e a maior parte da sociedade, da busca efetiva da liberdade, bem como da superação das relações sociais baseadas no capitalismo, que tem como determinação fundamental a exploração. Além disso, um dos fundamentos desta sociedade em relação à sua sociabilidade é a competição. Essa competição pode ser encontrada em várias HQ assim como em alguns desenhos de televisão. Um exemplo dado pelo autor de programa televisivo, cuja origem deve-se ao mundo dos quadrinhos, que enfatiza essa competição é Dragon Ball onde seus personagens (Goku, Vendita etc) “vivem numa luta eterna e infinita por possuir mais força, em ficar com mais poderes do que os outros. O objetivo é ganhar a competição... (pág. 66)”.</span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px;"><span style="font-size: x-small;">Nesse sentido, a maioria dos super-heróis criados são conservadores, conseqüência dos valores que aqueles que os produzem possuem, e são poucos que expressam a contestação. A ação estatal com a criação de leis, proibindo ou mesmo determinando valores a serem respeitados e não contestados nas produções, reforça esse conservadorismo. Namor, o Príncipe Submarino, é um exemplo de herói contestador. Namor, no entanto, com o tempo foi sofrendo alterações formais e de conteúdo, tornando-se “calmo e controlado como qualquer outro super-herói conservador” (pág. 67). O mundo da superaventura é, no entanto, o gênero dos quadrinhos que se manifesta de forma mais clara o inconsciente coletivo, mas é também aquele em que a axiologia se faz presente e exerce certo controle em sua produção.</span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px;"><span style="font-size: x-small;">Na conclusão desta obra o autor retoma algumas questões analisadas nos quatro tópicos do livro, tais como: o surgimento do herói em 1929, o herói como figura axiológica, o herói na guerra, e isso demonstra sua ligação ao poder, o surgimento dos super-heróis em 1938 através do super-homem, o super-herói como reprodutor dos valores dominantes e do inconsciente coletivo na ação dos heróis. Por fim, ressalta a importância deste estudo tirando dele “uma lição da percepção dos limites da divisão do trabalho intelectual, que pode deixar de lado aspectos importantes da realidade que não corresponde à lente produzida por determinada disciplina científica” (pág. 73). Finaliza ressaltando o seu propósito que é o de perceber “tanto o sofrimento quanto sua negação, e ao fazê-lo contribuir com a luta pela superação do sofrimento” (pág. 74).</span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px;"><span style="font-size: x-small;">Como já dissemos em momentos anteriores, esta obra representa um instrumento de fundamental importância para a compreensão dos aspectos axiológicas presentes nas histórias em quadrinhos, bem como, oferece uma importante contribuição para a efetivação prática do inconsciente coletivo. É claro que sua leitura pode receber diferentes interpretações, porém, podemos ressaltar que uma das principais contribuições deste autor, ao escrever esta obra, foi a tamanha habilidade em evidenciar com precisão, segundo suas próprias palavras, o caráter axiológico, já tratado por outros pensadores, porém de forma superficial, e, fundamentalmente, o inconsciente coletivo presente nas histórias em quadrinhos. O prazer estimulado por este gênero literário tem sua lógica de ser cuja essência está estampada na dinâmica mercantil do capitalismo e esta análise demonstra de forma idílica essa determinação das HQ. Por fim, ressaltamos que nosso objetivo aqui foi de oferecer ao leitor uma análise dialética dos pormenores que compõe essa obra, analisando os pontos principais da análise traçada por Nildo Viana. E para que o leitor possa rejubilar com suas próprias interpretações o conteúdo desta obra, faz-se necessário que faça sua própria interpretação na fonte direta que representa esta obra.</span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px;"><br />
</div><div align="right" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px;"><span style="font-size: x-small;">por<b><span class="Apple-converted-space"> </span></b></span><span style="font-family: arial,helvetica,sans-serif; font-size: x-small;"><b><a href="mailto:edmilsonmarx@yahoo.com.br">EDMILSON MARQUES</a></b></span></div></span></span>Transformaçãohttp://www.blogger.com/profile/02804020169328221189noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-640190035942476866.post-5679204270833159942011-01-02T04:44:00.000-08:002011-01-02T05:07:39.884-08:00Breve apresentação de Nildo Viana (Wikipedia)<span class="Apple-style-span" style="-webkit-border-horizontal-spacing: 0px; -webkit-border-vertical-spacing: 0px; -webkit-text-decorations-in-effect: none; -webkit-text-size-adjust: auto; -webkit-text-stroke-width: 0px; border-collapse: separate; color: black; font-family: sans-serif; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 13px; line-height: 19px;"></span></span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcggfra35lPraOsJxscAooXN1jkOFKPGkNo4ZbKXlJ22koyoXbFl4VhoziAGi5SAjLytnEgLhc6YNPi8DnD_4y35mxqYjqwxf4CC6WYjXN8mG5aonFl4mEufmZsA1HRtA8d7jUkVLP2LJO/s1600/nildolabirintovermelho.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" n4="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcggfra35lPraOsJxscAooXN1jkOFKPGkNo4ZbKXlJ22koyoXbFl4VhoziAGi5SAjLytnEgLhc6YNPi8DnD_4y35mxqYjqwxf4CC6WYjXN8mG5aonFl4mEufmZsA1HRtA8d7jUkVLP2LJO/s320/nildolabirintovermelho.jpg" width="161" /></a></div><div style="line-height: 1.5em; margin: 0.4em 0px 0.5em;"><b>Nildo Silva Viana</b><span class="Apple-converted-space"> </span>(<a href="http://www.blogger.com/wiki/Goi%C3%A2nia" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;" title="Goiânia">Goiânia</a>,<span class="Apple-converted-space"> </span><a href="http://www.blogger.com/wiki/6_de_maio" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;" title="6 de maio">6 de maio</a><span class="Apple-converted-space"> </span>de<span class="Apple-converted-space"> </span><a href="http://www.blogger.com/wiki/1965" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;" title="1965">1965</a>) é um<span class="Apple-converted-space"> </span><a class="mw-redirect" href="http://www.blogger.com/wiki/Soci%C3%B3logo" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;" title="Sociólogo">sociólogo</a><span class="Apple-converted-space"> </span>e<span class="Apple-converted-space"> </span><a class="mw-redirect" href="http://www.blogger.com/wiki/Fil%C3%B3sofo" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;" title="Filósofo">filósofo</a><span class="Apple-converted-space"> </span><a href="http://www.blogger.com/wiki/Brasil" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;" title="Brasil">brasileiro</a>.</div><div style="line-height: 1.5em; margin: 0.4em 0px 0.5em;">Graduado em<span class="Apple-converted-space"> </span><a class="mw-redirect" href="http://www.blogger.com/wiki/Ci%C3%AAncias_Sociais" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;" title="Ciências Sociais">Ciências Sociais</a><span class="Apple-converted-space"> </span>pela<span class="Apple-converted-space"> </span><a href="http://www.blogger.com/wiki/Universidade_Federal_de_Goi%C3%A1s" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;" title="Universidade Federal de Goiás">Universidade Federal de Goiás</a><span class="Apple-converted-space"> </span>(<a href="http://www.blogger.com/wiki/1992" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;" title="1992">1992</a>), é<span class="Apple-converted-space"> </span><a href="http://www.blogger.com/wiki/Mestre" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;" title="Mestre">mestre</a><span class="Apple-converted-space"> </span>em<span class="Apple-converted-space"> </span><a href="http://www.blogger.com/wiki/Filosofia" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;" title="Filosofia">Filosofia</a><span class="Apple-converted-space"> </span>pela<span class="Apple-converted-space"> </span><a href="http://www.blogger.com/wiki/Universidade_Federal_de_Goi%C3%A1s" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;" title="Universidade Federal de Goiás">Universidade Federal de Goiás</a>(<a href="http://www.blogger.com/wiki/1995" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;" title="1995">1995</a>) e em<span class="Apple-converted-space"> </span><a href="http://www.blogger.com/wiki/Sociologia" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;" title="Sociologia">Sociologia</a><span class="Apple-converted-space"> </span>pela<span class="Apple-converted-space"> </span><a href="http://www.blogger.com/wiki/Universidade_de_Bras%C3%ADlia" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;" title="Universidade de Brasília">Universidade de Brasília</a><span class="Apple-converted-space"> </span>(<a href="http://www.blogger.com/wiki/1999" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;" title="1999">1999</a>) e<span class="Apple-converted-space"> </span><a href="http://www.blogger.com/wiki/Doutor" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;" title="Doutor">doutor</a><span class="Apple-converted-space"> </span>em Sociologia pela Universidade de Brasília (<a href="http://www.blogger.com/wiki/2003" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;" title="2003">2003</a>). Realizou<span class="Apple-converted-space"> </span><a href="http://www.blogger.com/wiki/P%C3%B3s-doutorado" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;" title="Pós-doutorado">estágio pós-doutoral</a><span class="Apple-converted-space"> </span>em<span class="Apple-converted-space"> </span><a class="mw-redirect" href="http://www.blogger.com/wiki/Psicologia_da_Educa%C3%A7%C3%A3o" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;" title="Psicologia da Educação">Psicologia da Educação</a><span class="Apple-converted-space"> </span>na<span class="Apple-converted-space"> </span><a class="mw-redirect" href="http://www.blogger.com/wiki/PUC-SP" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;" title="PUC-SP">PUC-SP</a>. Atualmente é professor da Universidade Federal de Goiás e coordenador do Núcleo de Estudos Sobre o Trabalho da mesma universidade.</div><div style="line-height: 1.5em; margin: 0.4em 0px 0.5em;">Sua obra abrange alguns temas básicos, tal como a sociologia, filosofia, marxismo, sociedade contemporânea, epistemologia, violência, neoliberalismo, valores, arte, psicologia, representações cotidianas, psicanálise, autogestão social. Representante de uma corrente crítica da<span class="Apple-converted-space"> </span><a href="http://www.blogger.com/wiki/Sociologia" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;" title="Sociologia">sociologia</a>, das<span class="Apple-converted-space"> </span><a href="http://www.blogger.com/wiki/Ci%C3%AAncias_humanas" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;" title="Ciências humanas">ciências humanas</a>,<span class="Apple-converted-space"> </span><a href="http://www.blogger.com/wiki/Filosofia" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;" title="Filosofia">filosofia</a><span class="Apple-converted-space"> </span>e pensamento político contemporâneo, de orientação marxista, numa versão libertária de<a href="http://www.blogger.com/wiki/Marxismo" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;" title="Marxismo">marxismo</a>.<span class="Apple-converted-space"> </span><a href="http://www.blogger.com/wiki/Karl_Marx" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;" title="Karl Marx">Karl Marx</a><span class="Apple-converted-space"> </span>e<span class="Apple-converted-space"> </span><a href="http://www.blogger.com/wiki/Karl_Korsch" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;" title="Karl Korsch">Karl Korsch</a><span class="Apple-converted-space"> </span>são as principais influências em seu pensamento. Seus textos partem de uma análise marxista da sociedade, enfatizando a categoria de<span class="Apple-converted-space"> </span><a class="new" href="http://www.blogger.com/w/index.php?title=Totalidade&action=edit&redlink=1" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #cc2200; text-decoration: none;" title="Totalidade (página não existe)">totalidade</a><span class="Apple-converted-space"> </span>e a<span class="Apple-converted-space"> </span><a href="http://www.blogger.com/wiki/Luta_de_classes" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;" title="Luta de classes">luta de classes</a><span class="Apple-converted-space"> </span>como principais recursos heurísticos para a pesquisa engajada no processo de transformação social.</div><br />
<table class="toc" id="toc" style="background-color: #f9f9f9; border-bottom: rgb(170,170,170) 1px solid; border-left: rgb(170,170,170) 1px solid; border-right: rgb(170,170,170) 1px solid; border-top: rgb(170,170,170) 1px solid; color: black; font-size: 12px; padding-bottom: 5px; padding-left: 5px; padding-right: 5px; padding-top: 5px;"><tbody>
<tr><td><div id="toctitle" style="text-align: center;"><h2 style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; border-bottom-style: none; border-left-style: none; border-right-style: none; border-top-style: none; color: black; display: inline; font-size: 12px; font-weight: bold; margin: 0px 0px 0.6em; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; width: auto;">Índice</h2><span class="Apple-converted-space"> </span><span class="toctoggle" style="font-size: 11px;">[<a class="internal" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#" id="togglelink" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">esconder</a>]</span></div><ul style="line-height: 1.5em; list-style-image: none; list-style-type: none; margin: 0.3em 0px 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: left;"><li class="toclevel-1 tocsection-1" style="margin-bottom: 0.1em;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#Breve_biografia" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;"><span class="tocnumber">1</span><span class="Apple-converted-space"> </span><span class="toctext">Breve biografia</span></a></li>
<li class="toclevel-1 tocsection-2" style="margin-bottom: 0.1em;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#Principais_obras" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;"><span class="tocnumber">2</span><span class="Apple-converted-space"> </span><span class="toctext">Principais obras</span></a></li>
<li class="toclevel-1 tocsection-3" style="margin-bottom: 0.1em;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#Outras_publica.C3.A7.C3.B5es" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;"><span class="tocnumber">3</span><span class="Apple-converted-space"> </span><span class="toctext">Outras publicações</span></a></li>
<li class="toclevel-1 tocsection-4" style="margin-bottom: 0.1em;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#Principais_teses" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;"><span class="tocnumber">4</span><span class="Apple-converted-space"> </span><span class="toctext">Principais teses</span></a></li>
<li class="toclevel-1 tocsection-5" style="margin-bottom: 0.1em;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#Principais_influ.C3.AAncias" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;"><span class="tocnumber">5</span><span class="Apple-converted-space"> </span><span class="toctext">Principais influências</span></a></li>
<li class="toclevel-1 tocsection-6" style="margin-bottom: 0.1em;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#Livros_publicados" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;"><span class="tocnumber">6</span><span class="Apple-converted-space"> </span><span class="toctext">Livros publicados</span></a></li>
<li class="toclevel-1" style="margin-bottom: 0.1em;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#Refer.C3.AAncias" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;"><span class="tocnumber">7</span><span class="Apple-converted-space"> </span><span class="toctext">Referências</span></a></li>
<li class="toclevel-1 tocsection-7" style="margin-bottom: 0.1em;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#Liga.C3.A7.C3.B5es_externas" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;"><span class="tocnumber">8</span><span class="Apple-converted-space"> </span><span class="toctext">Ligações externas</span></a></li>
</ul></td></tr>
</tbody></table><br />
<h2 style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; border-bottom: rgb(170,170,170) 1px solid; color: black; font-size: 19px; font-weight: normal; margin: 0px 0px 0.6em; padding-bottom: 0.17em; padding-top: 0.5em; width: auto;"><span class="editsection" style="float: right; font-size: 13px; margin-left: 5px;">[<a href="http://www.blogger.com/w/index.php?title=Nildo_Viana&action=edit&section=1" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;" title="Editar seção: Breve biografia">editar</a>]</span><span class="mw-headline" id="Breve_biografia">Breve biografia</span></h2><div style="line-height: 1.5em; margin: 0.4em 0px 0.5em;">Ao ingressar na universidade, Nildo Viana aderiu à militância no movimento estudantil e em grupo político de tendência autogestionária. Foi membro da Executiva Nacional de Ciências Sociais, atuou em entidades de base do Movimento Estudantil".<sup class="reference" id="cite_ref-0" style="bottom: 1ex; height: 0px; line-height: 1; position: relative; vertical-align: baseline;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_note-0" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">[1]</a></sup></div><div style="line-height: 1.5em; margin: 0.4em 0px 0.5em;">Desde o final da década de 80 até final dos anos 90 obteve formação acadêmica em ciências sociais, sociologia, filosofia, além de ter realizado estudos e pesquisas em àreas como psicologia, psicanálise. Neste período, escreveu vários artigos para revistas políticas e acadêmicas, bem como passou, no final dos anos 90, a exercer a prática docente. A partir do final dos anos 1990 começa a publicar seus primeiros livros, sendo que hoje estão sendo reeditados, especialmente A Consciência da História, de 1997 e Escritos Metodológicos de Marx, de 1998.</div><div style="line-height: 1.5em; margin: 0.4em 0px 0.5em;">Com mais de vinte obras publicadas e tendo como elemento diferencial o fato de resgatar o pensamento de Marx<sup class="reference" id="cite_ref-1" style="bottom: 1ex; height: 0px; line-height: 1; position: relative; vertical-align: baseline;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_note-1" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">[2]</a></sup>, numa perspectiva korschiana e conselhista<span class="Apple-converted-space"> </span><sup class="reference" id="cite_ref-2" style="bottom: 1ex; height: 0px; line-height: 1; position: relative; vertical-align: baseline;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_note-2" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">[3]</a></sup><span class="Apple-converted-space"> </span>- além de forte influência da psicanálise e psicologia<span class="Apple-converted-space"> </span><sup class="reference" id="cite_ref-3" style="bottom: 1ex; height: 0px; line-height: 1; position: relative; vertical-align: baseline;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_note-3" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">[4]</a></sup><span class="Apple-converted-space"> </span><sup class="reference" id="cite_ref-4" style="bottom: 1ex; height: 0px; line-height: 1; position: relative; vertical-align: baseline;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_note-4" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">[5]</a></sup>- e elaborar teses e conceitos originais<span class="Apple-converted-space"> </span><sup class="reference" id="cite_ref-5" style="bottom: 1ex; height: 0px; line-height: 1; position: relative; vertical-align: baseline;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_note-5" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">[6]</a></sup><span class="Apple-converted-space"> </span><sup class="reference" id="cite_ref-6" style="bottom: 1ex; height: 0px; line-height: 1; position: relative; vertical-align: baseline;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_note-6" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">[7]</a></sup>. Publicou mais de 80 artigos em revistas acadêmicas e políticas e é autor de vários livros, alguns esgotados (alguns estão sendo reeditados)<sup class="reference" id="cite_ref-7" style="bottom: 1ex; height: 0px; line-height: 1; position: relative; vertical-align: baseline;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_note-7" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">[8]</a></sup>.</div><h2 style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; border-bottom: rgb(170,170,170) 1px solid; color: black; font-size: 19px; font-weight: normal; margin: 0px 0px 0.6em; padding-bottom: 0.17em; padding-top: 0.5em; width: auto;"><span class="editsection" style="float: right; font-size: 13px; margin-left: 5px;">[<a href="http://www.blogger.com/w/index.php?title=Nildo_Viana&action=edit&section=2" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;" title="Editar seção: Principais obras">editar</a>]</span><span class="mw-headline" id="Principais_obras">Principais obras</span></h2><ul style="line-height: 1.5em; list-style-image: url(http://bits.wikimedia.org/skins-1.5/vector/images/bullet-icon.png?1); list-style-type: square; margin: 0.3em 0px 0px 1.5em; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><li style="margin-bottom: 0.1em;"><i>Estado, democracia e cidadania</i>;</li>
<li style="margin-bottom: 0.1em;"><i><a class="new" href="http://www.blogger.com/w/index.php?title=A_consci%C3%AAncia_da_Hist%C3%B3ria&action=edit&redlink=1" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #cc2200; text-decoration: none;" title="A consciência da História (página não existe)">A consciência da História</a></i>;</li>
<li style="margin-bottom: 0.1em;"><i>Escritos metodológicos de Marx</i>;</li>
<li style="margin-bottom: 0.1em;"><i>Inconsciente coletivo e materialismo histórico</i>;</li>
<li style="margin-bottom: 0.1em;"><i>Heróis e super-heróis no mundo dos quadrinhos</i>;</li>
<li style="margin-bottom: 0.1em;"><i>A Esfera Artística: Marx, Weber, Bourdieu e a Sociologia da Arte</i></li>
<li style="margin-bottom: 0.1em;"><i><a class="new" href="http://www.blogger.com/w/index.php?title=Os_valores_na_sociedade_moderna&action=edit&redlink=1" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #cc2200; text-decoration: none;" title="Os valores na sociedade moderna (página não existe)">Os valores na sociedade moderna</a></i></li>
<li style="margin-bottom: 0.1em;"><i><a href="http://www.blogger.com/wiki/Manifesto_Autogestion%C3%A1rio" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;" title="Manifesto Autogestionário">Manifesto Autogestionário</a></i></li>
<li style="margin-bottom: 0.1em;"><i>Senso comum, representações sociais e representações cotidianas</i></li>
<li style="margin-bottom: 0.1em;"><i>Universo psíquico e reprodução do capital - Ensaios freudo-marxistas</i></li>
<li style="margin-bottom: 0.1em;"><i><a href="http://www.blogger.com/wiki/O_Capitalismo_na_Era_da_Acumula%C3%A7%C3%A3o_Integral" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;" title="O Capitalismo na Era da Acumulação Integral">O Capitalismo na Era da Acumulação Integral</a></i></li>
</ul><h2 style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; border-bottom: rgb(170,170,170) 1px solid; color: black; font-size: 19px; font-weight: normal; margin: 0px 0px 0.6em; padding-bottom: 0.17em; padding-top: 0.5em; width: auto;"><span class="editsection" style="float: right; font-size: 13px; margin-left: 5px;">[<a href="http://www.blogger.com/w/index.php?title=Nildo_Viana&action=edit&section=3" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;" title="Editar seção: Outras publicações">editar</a>]</span><span class="mw-headline" id="Outras_publica.C3.A7.C3.B5es">Outras publicações</span></h2><ul style="line-height: 1.5em; list-style-image: url(http://bits.wikimedia.org/skins-1.5/vector/images/bullet-icon.png?1); list-style-type: square; margin: 0.3em 0px 0px 1.5em; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><li style="margin-bottom: 0.1em;"><i>A filosofia e sua sombra</i>;</li>
<li style="margin-bottom: 0.1em;"><i>A dinâmica da violência juvenil</i>;</li>
<li style="margin-bottom: 0.1em;"><i>Violência urbana: a cidade como espaço gerador de violência</i>;</li>
<li style="margin-bottom: 0.1em;"><i>A elaboração do projeto de pesquisa</i>;</li>
<li style="margin-bottom: 0.1em;"><i>O Que são partidos políticos</i>?</li>
<li style="margin-bottom: 0.1em;"><i>Introdução à sociologia</i></li>
<li style="margin-bottom: 0.1em;"><i>A questão da causalidade nas ciências sociais</i>;</li>
<li style="margin-bottom: 0.1em;"><i>A questão da mulher</i><span class="Apple-converted-space"> </span>(org.);</li>
<li style="margin-bottom: 0.1em;"><i>Educação, Cultura e Sociedade</i><span class="Apple-converted-space"> </span>(org.);</li>
<li style="margin-bottom: 0.1em;"><i>Psicanálise, Capitalismo e Cotidiano</i>;</li>
<li style="margin-bottom: 0.1em;"><i>O Doutor e outros contos incorretos</i>;</li>
<li style="margin-bottom: 0.1em;"><i>Tropicalismo - A ambivalência de um movimento artístico</i>;</li>
<li style="margin-bottom: 0.1em;"><i>O Fim do Marxismo e outros ensaios</i></li>
<li style="margin-bottom: 0.1em;"><i>Indústria Cultural e cultura mercantil</i>(org).</li>
<li style="margin-bottom: 0.1em;"><i>O Que é marxismo?</i></li>
<li style="margin-bottom: 0.1em;"><i>Capitalismo e questão racial</i><span class="Apple-converted-space"> </span>(org.);</li>
<li style="margin-bottom: 0.1em;"><i>Como assistir um filme?</i>:</li>
<li style="margin-bottom: 0.1em;"><i>A Concepção materialista da história do cinema</i>:</li>
<li style="margin-bottom: 0.1em;"><i>Temas de sociologia rural</i>(org);</li>
<li style="margin-bottom: 0.1em;"><i>Linguagem, discurso e poder"</i></li>
</ul><h2 style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; border-bottom: rgb(170,170,170) 1px solid; color: black; font-size: 19px; font-weight: normal; margin: 0px 0px 0.6em; padding-bottom: 0.17em; padding-top: 0.5em; width: auto;"><span class="editsection" style="float: right; font-size: 13px; margin-left: 5px;">[<a href="http://www.blogger.com/w/index.php?title=Nildo_Viana&action=edit&section=4" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;" title="Editar seção: Principais teses">editar</a>]</span><span class="mw-headline" id="Principais_teses">Principais teses</span></h2><div style="line-height: 1.5em; margin: 0.4em 0px 0.5em;">Este pensador parte da discussão sobre<span class="Apple-converted-space"> </span><a href="http://www.blogger.com/wiki/Materialismo_hist%C3%B3rico" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;" title="Materialismo histórico">materialismo histórico</a><span class="Apple-converted-space"> </span>para desenvolver suas teses. Sua orientação intelectual pode ser considerada como "multidisciplinar", mas, no entanto, ele mesmo a qualifica de "adisciplinar", neologismo que quer dizer fora do espaço da divisão do trabalho intelectual e da especialização, tal como expresso em seu artigo: Universidade e Especialização: O Ovo da Serpente. É por isso que ele aborda as mais variadas temáticas, objetos de estudo de variadas disciplinas, e trabalha a categoria de totalidade como fundamental.<sup class="reference" id="cite_ref-8" style="bottom: 1ex; height: 0px; line-height: 1; position: relative; vertical-align: baseline;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_note-8" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">[9]</a></sup>.</div><div style="line-height: 1.5em; margin: 0.4em 0px 0.5em;">Em<span class="Apple-converted-space"> </span><b>A Consciência da História</b>, ele segue a linha de Lukács e Korsch, tanto na forma (são "ensaios") quanto no conteúdo (a visão crítica do marxismo ocidental e uma forte influência hegeliana). Ele discute questões como a relação entre base e superestrutura, entre materialismo histórico e dialético e realiza a crítica das interpretações leninista e social-democracia da dialética marxista<sup class="reference" id="cite_ref-9" style="bottom: 1ex; height: 0px; line-height: 1; position: relative; vertical-align: baseline;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_note-9" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">[10]</a></sup>. Esta obra se insere na tradição chamada "historicista", "hegeliana" e "esquerdista" do marxismo, o que demarca sua diferença em relação a outras posições consideradas marxistas, tal como o<span class="Apple-converted-space"> </span><a class="mw-redirect" href="http://www.blogger.com/wiki/Marxismo-leninismo" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;" title="Marxismo-leninismo">marxismo-leninismo</a>, a<span class="Apple-converted-space"> </span><a href="http://www.blogger.com/wiki/Social-democracia" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;" title="Social-democracia">social-democracia</a><span class="Apple-converted-space"> </span>e se filia à tradição das tendências críticas e esquerdistas do marxismo (especialmente o chamado<span class="Apple-converted-space"> </span><a href="http://www.blogger.com/wiki/Comunismo_de_conselhos" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;" title="Comunismo de conselhos">comunismo de conselhos</a>)<sup class="reference" id="cite_ref-10" style="bottom: 1ex; height: 0px; line-height: 1; position: relative; vertical-align: baseline;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_note-10" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">[11]</a></sup>.</div><div style="line-height: 1.5em; margin: 0.4em 0px 0.5em;">Ele parte do pensamento de Marx para reconsiderar a questão do capitalismo e da exploração, realizando uma análise crítica da democracia, da cidadania e do Estado, para apresentar as possibilidades de transformação social, baseando-se no princípio da autogestão social<sup class="reference" id="cite_ref-11" style="bottom: 1ex; height: 0px; line-height: 1; position: relative; vertical-align: baseline;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_note-11" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">[12]</a></sup><sup class="reference" id="cite_ref-autogenerated1_12-0" style="bottom: 1ex; height: 0px; line-height: 1; position: relative; vertical-align: baseline;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_note-autogenerated1-12" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">[13]</a></sup>. Ele aborda em sua obra<span class="Apple-converted-space"> </span><b>Estado, Democracia e Cidadania</b>, todos estes aspectos do desenvolvimento da política institucional no capitalismo de forma polêmica<sup class="reference" id="cite_ref-13" style="bottom: 1ex; height: 0px; line-height: 1; position: relative; vertical-align: baseline;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_note-13" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">[14]</a></sup>.</div><div style="line-height: 1.5em; margin: 0.4em 0px 0.5em;">Na continuidade de suas teses, ele apresenta uma teoria dos<span class="Apple-converted-space"> </span><a class="mw-redirect" href="http://www.blogger.com/wiki/Partidos_Pol%C3%ADticos" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;" title="Partidos Políticos">Partidos Políticos</a>, mostrando o caráter burocrático destas instituições, em seu livro<span class="Apple-converted-space"> </span><b>O Que são partidos políticos</b><sup class="reference" id="cite_ref-14" style="bottom: 1ex; height: 0px; line-height: 1; position: relative; vertical-align: baseline;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_note-14" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">[15]</a></sup><span class="Apple-converted-space"> </span><sup class="reference" id="cite_ref-15" style="bottom: 1ex; height: 0px; line-height: 1; position: relative; vertical-align: baseline;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_note-15" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">[16]</a></sup>. Ele apresenta uma definição rigorosa de partido político, e ultrapassa as costumeiras obras descritivas sobre este fenômeno, abordando-o de forma explicativa. Este texto é um complemento de<span class="Apple-converted-space"> </span><b>Estado, Democracia e Cidadania</b>, e como os demais, é uma obra polêmica e crítica.</div><div style="line-height: 1.5em; margin: 0.4em 0px 0.5em;">Uma de suas teses principais reside na concepção de que a história do capitalismo pode ser analisado em termos da sucessão de "regimes de acumulação". Desenvolvendo as teses da "Escola da Regulação" e de Rabah Benakouche, ele discute exaustivamente a noção de regime de acumulação e embora faça uma análise dos regimes de acumulação que se sucederam na história, ele focaliza e desenvolve uma análise mais pormenorizada do regime de acumulação integral, o atual regime de acumulação do capitalismo contemporâneo. Em sua abordagem, o regime de acumulação é fundada na luta de classes, de acordo com sua visão marxista<sup class="reference" id="cite_ref-16" style="bottom: 1ex; height: 0px; line-height: 1; position: relative; vertical-align: baseline;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_note-16" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">[17]</a></sup>. Ele desenvolve, numa séries de artigos, uma análise da sociedade moderna, tal como a violência nas escolas<sup class="reference" id="cite_ref-17" style="bottom: 1ex; height: 0px; line-height: 1; position: relative; vertical-align: baseline;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_note-17" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">[18]</a></sup>, reforma universitária no Brasil<sup class="reference" id="cite_ref-18" style="bottom: 1ex; height: 0px; line-height: 1; position: relative; vertical-align: baseline;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_note-18" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">[19]</a></sup>, proposta de redução da idade penal no Brasil<sup class="reference" id="cite_ref-19" style="bottom: 1ex; height: 0px; line-height: 1; position: relative; vertical-align: baseline;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_note-19" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">[20]</a></sup>, partindo de sua concepção de acumulação integral<sup class="reference" id="cite_ref-20" style="bottom: 1ex; height: 0px; line-height: 1; position: relative; vertical-align: baseline;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_note-20" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">[21]</a></sup>>. O que foi desenvolvido de forma mais sistemática em seu livro "O Capitalismo na era da acumulação integral"</div><div style="line-height: 1.5em; margin: 0.4em 0px 0.5em;">A sua concepção política aponta para um "marxismo libertário", inspirado, fundamentalmente, em<span class="Apple-converted-space"> </span><a href="http://www.blogger.com/wiki/Anton_Pannekoek" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;" title="Anton Pannekoek">Anton Pannekoek</a><span class="Apple-converted-space"> </span>e<span class="Apple-converted-space"> </span><a href="http://www.blogger.com/wiki/Karl_Korsch" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;" title="Karl Korsch">Karl Korsch</a>, realizando uma crítica da social-democracia e do bolchevismo, e apontando a autogestão social via<span class="Apple-converted-space"> </span><a href="http://www.blogger.com/wiki/Conselhos_oper%C3%A1rios" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;" title="Conselhos operários">conselhos operários</a><span class="Apple-converted-space"> </span>como o meio de libertação humana. Para ele, o marxismo não está em crise, mas tão-somente o pseudomarxismo expresso na social-democracia e no bolchevismo, pois o verdadeiro marxismo, libertário, radical, sempre foi marginal. Ele compartilha com Pannekoek e outros pensadores, a tese de que a Rússia não instituiu um socialismo e sim um "<a href="http://www.blogger.com/wiki/Capitalismo_de_Estado" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;" title="Capitalismo de Estado">capitalismo de Estado</a>". Em textos como<span class="Apple-converted-space"> </span><b>A Crise do Pseudomarxismo</b><span class="Apple-converted-space"> </span>e<span class="Apple-converted-space"> </span><sup class="reference" id="cite_ref-21" style="bottom: 1ex; height: 0px; line-height: 1; position: relative; vertical-align: baseline;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_note-21" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">[22]</a></sup><b>O Capitalismo de Estado da URSS</b><sup class="reference" id="cite_ref-22" style="bottom: 1ex; height: 0px; line-height: 1; position: relative; vertical-align: baseline;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_note-22" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">[23]</a></sup>, ele desenvolve tais teses e no artigo<span class="Apple-converted-space"> </span><b>O Marxismo Libertário de Anton Pannekoek</b><span class="Apple-converted-space"> </span><sup class="reference" id="cite_ref-23" style="bottom: 1ex; height: 0px; line-height: 1; position: relative; vertical-align: baseline;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_note-23" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">[24]</a></sup><span class="Apple-converted-space"> </span>e em<span class="Apple-converted-space"> </span><b>O que é Autogestão</b><sup class="reference" id="cite_ref-24" style="bottom: 1ex; height: 0px; line-height: 1; position: relative; vertical-align: baseline;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_note-24" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">[25]</a></sup>, entre outros textos, apresenta sua concepção de emancipação humana. A sua tese é a de que a emancipação da classe operária é obra da própria classe operária e é assim que se descobre o movimento real de transformação social e o processo de constituição da sociedade autogerida. A tese exposta neste artigo ganha sistematicidade e aprofundamento em seu livro<span class="Apple-converted-space"> </span><a href="http://www.blogger.com/wiki/Manifesto_Autogestion%C3%A1rio" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;" title="Manifesto Autogestionário">Manifesto Autogestionário</a><sup class="reference" id="cite_ref-autogenerated1_12-1" style="bottom: 1ex; height: 0px; line-height: 1; position: relative; vertical-align: baseline;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_note-autogenerated1-12" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">[13]</a></sup><sup class="reference" id="cite_ref-25" style="bottom: 1ex; height: 0px; line-height: 1; position: relative; vertical-align: baseline;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_note-25" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">[26]</a></sup>, publicado em 2008.</div><div style="line-height: 1.5em; margin: 0.4em 0px 0.5em;">Partindo desta perspectiva, ele desenvolve uma análise sobre as mais variadas temáticas, abordando a filosofia, a sociologia<sup class="reference" id="cite_ref-26" style="bottom: 1ex; height: 0px; line-height: 1; position: relative; vertical-align: baseline;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_note-26" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">[27]</a></sup>, os super-heróis dos quadrinhos, a violência, o marxismo<sup class="reference" id="cite_ref-27" style="bottom: 1ex; height: 0px; line-height: 1; position: relative; vertical-align: baseline;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_note-27" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">[28]</a></sup>os valores, entre vários outros, sendo fiel a sua crítica da divisão do trabalho intelectual e da especialização. Ele apresenta, em<span class="Apple-converted-space"> </span><b>A Filosofia e Sua Sombra</b>, uma definição precisa de filosofia e discute seus temas fundamentais, apresenta a tese polêmica do "fim da filosofia", fundamentando-se em Marx e Marcuse, após apontar o "lado sombrio da filosofia"<sup class="reference" id="cite_ref-28" style="bottom: 1ex; height: 0px; line-height: 1; position: relative; vertical-align: baseline;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_note-28" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">[29]</a></sup>. Em seu livro sobre<span class="Apple-converted-space"> </span><b>Heróis e Super-Heróis no mundo dos quadrinhos</b><span class="Apple-converted-space"> </span>apresenta uma análise sociológica-psicanalítica destes personagens, relacionando-os com a<span class="Apple-converted-space"> </span><a href="http://www.blogger.com/wiki/Axiologia" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;" title="Axiologia">axiologia</a><span class="Apple-converted-space"> </span>e o<span class="Apple-converted-space"> </span><a href="http://www.blogger.com/wiki/Inconsciente_coletivo" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;" title="Inconsciente coletivo">inconsciente coletivo</a>, bem como analisando o processo histórico de sua formação, contribuindo, assim, com a<span class="Apple-converted-space"> </span><a href="http://www.blogger.com/wiki/Sociologia_das_hist%C3%B3rias_em_quadrinhos" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;" title="Sociologia das histórias em quadrinhos">sociologia das histórias em quadrinhos</a><sup class="reference" id="cite_ref-29" style="bottom: 1ex; height: 0px; line-height: 1; position: relative; vertical-align: baseline;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_note-29" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">[30]</a></sup><sup class="reference" id="cite_ref-30" style="bottom: 1ex; height: 0px; line-height: 1; position: relative; vertical-align: baseline;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_note-30" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">[31]</a></sup><sup class="reference" id="cite_ref-31" style="bottom: 1ex; height: 0px; line-height: 1; position: relative; vertical-align: baseline;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_note-31" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">[32]</a></sup>. No livro<span class="Apple-converted-space"> </span><b>Os valores na sociedade moderna</b>, aborda teoricamente o conceito de<span class="Apple-converted-space"> </span><a href="http://www.blogger.com/wiki/Valor_(pessoal_e_cultural)" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;" title="Valor (pessoal e cultural)">valores</a><span class="Apple-converted-space"> </span>e busca distinguir entre os<span class="Apple-converted-space"> </span><a class="new" href="http://www.blogger.com/w/index.php?title=Valores_axiol%C3%B3gicos&action=edit&redlink=1" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #cc2200; text-decoration: none;" title="Valores axiológicos (página não existe)">valores axiológicos</a>" e os "<a class="new" href="http://www.blogger.com/w/index.php?title=Valores_axion%C3%B4micos&action=edit&redlink=1" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #cc2200; text-decoration: none;" title="Valores axionômicos (página não existe)">valores axionômicos</a>"<sup class="reference" id="cite_ref-32" style="bottom: 1ex; height: 0px; line-height: 1; position: relative; vertical-align: baseline;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_note-32" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">[33]</a></sup>. Uma de suas últimas teses é a polêmica idéia do<span class="Apple-converted-space"> </span><b>fim do marxismo</b>, segundo a qual o marxismo não estaria em crise e sim aproximando-se do seu fim. Para ele, o que está em crise é o<span class="Apple-converted-space"> </span><a class="new" href="http://www.blogger.com/w/index.php?title=Pseudomarxismo&action=edit&redlink=1" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #cc2200; text-decoration: none;" title="Pseudomarxismo (página não existe)">pseudomarxismo</a><span class="Apple-converted-space"> </span>expresso no bolchevismo, na social-democracia e no "marxismo acadêmico" e não o<span class="Apple-converted-space"> </span><a class="new" href="http://www.blogger.com/w/index.php?title=Marxismo_aut%C3%AAntico&action=edit&redlink=1" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #cc2200; text-decoration: none;" title="Marxismo autêntico (página não existe)">marxismo autêntico</a>. Este sempre teria sido marginal na sociedade capitalista e, portanto, o abandono desta concepção na contemporaneidade nada mais é que o abandono de suas deformações. O marxismo autêntico, ao contrário, tende a se fortalecer com a ascensão das lutas operárias e se realizar, chegando, portanto, ao seu fim<sup class="reference" id="cite_ref-33" style="bottom: 1ex; height: 0px; line-height: 1; position: relative; vertical-align: baseline;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_note-33" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">[34]</a></sup>.</div><div style="line-height: 1.5em; margin: 0.4em 0px 0.5em;">Toda sua obra está voltada para a teoria da autogestão social, buscando analisar criticamente a sociedade capitalista e seu processo de reprodução e as lutas de classes, inclusive as lutas culturais, no seu interior e apontando para a necessidade de uma nova sociedade, fundada na autogestão social.</div><h2 style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; border-bottom: rgb(170,170,170) 1px solid; color: black; font-size: 19px; font-weight: normal; margin: 0px 0px 0.6em; padding-bottom: 0.17em; padding-top: 0.5em; width: auto;"><span class="editsection" style="float: right; font-size: 13px; margin-left: 5px;">[<a href="http://www.blogger.com/w/index.php?title=Nildo_Viana&action=edit&section=5" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;" title="Editar seção: Principais influências">editar</a>]</span><span class="mw-headline" id="Principais_influ.C3.AAncias">Principais influências</span></h2><div style="line-height: 1.5em; margin: 0.4em 0px 0.5em;">Este pensador demonstra, em seus escritos, algumas influências fundamentais e outras menos relevantes. Em matéria de concepção política, além da obra de Marx, é possível notar em seu pensamento a influência de Anton Pannekoek, Karl Korsch, Otto Rühle, entre outros representantes do comunismo de conselhos. No aspecto metodológico, as maiores influências são Marx e Korsch, bem como na discussão sobre marxismo, pois é baseado em Korsch e sua definição de marxismo como "expressão teórica do movimento operário" que ele irá distinguir entre marxismo autêntico e pseudomarxismo. Também as obras de Erich Fromm, Jean Barrot, Maurício Tragtenberg, Freud, Marcuse, Robert Michels, entre outros, também são importantes em suas formulações, tal como o anarquismo, principalmente Daniel Guérin e Mikhail Bakunin<sup class="reference" id="cite_ref-34" style="bottom: 1ex; height: 0px; line-height: 1; position: relative; vertical-align: baseline;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_note-34" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">[35]</a></sup>. A psicanálise também exerce grande influência sobre seu pensamento, e ele produziu algumas obras tentando estabelecer uma síntese entre marxismo e psicanálise<sup class="reference" id="cite_ref-35" style="bottom: 1ex; height: 0px; line-height: 1; position: relative; vertical-align: baseline;"><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_note-35" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">[36]</a></sup>. As obras de Freud e Fromm são as mais citadas por ele em sua produção voltada para questões psicanalíticas. Mas outros psicanalistas estão presentes em sua análise, tal como Reich, Jung e outros. Assim, as influências mais importantes no seu pensamento são o marxismo (de Marx e alguns outros que ele denomina "marxismo autêntico"), psicanálise e anarquismo.</div><h2 style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; border-bottom: rgb(170,170,170) 1px solid; color: black; font-size: 19px; font-weight: normal; margin: 0px 0px 0.6em; padding-bottom: 0.17em; padding-top: 0.5em; width: auto;"><span class="editsection" style="float: right; font-size: 13px; margin-left: 5px;">[<a href="http://www.blogger.com/w/index.php?title=Nildo_Viana&action=edit&section=6" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;" title="Editar seção: Livros publicados">editar</a>]</span><span class="mw-headline" id="Livros_publicados">Livros publicados</span></h2><ul style="line-height: 1.5em; list-style-image: url(http://bits.wikimedia.org/skins-1.5/vector/images/bullet-icon.png?1); list-style-type: square; margin: 0.3em 0px 0px 1.5em; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><li style="margin-bottom: 0.1em;"><i>A Esfera Artística: Marx, Weber, Bourdieu e a Sociologia da Arte</i><span class="Apple-converted-space"> </span>(Porto Alegre: Zouk, 2007);</li>
<li style="margin-bottom: 0.1em;"><i>A consciência da História</i><span class="Apple-converted-space"> </span>(Goiânia: Edições Combate, 1997; 2a edição, revista e ampliada, Rio de Janeiro: Achiamé, 2007);</li>
<li style="margin-bottom: 0.1em;"><i>Escritos metodológicos de Marx</i>(Goiânia: Edições Germinal (1998, 2001), reeditado: Goiânia: Alternativa, 2007);</li>
<li style="margin-bottom: 0.1em;"><i>Tropicalismo - A ambivalência de um movimento artístico</i><span class="Apple-converted-space"> </span>(Rio de Janeiro: Corifeu, 2007);</li>
<li style="margin-bottom: 0.1em;"><i>O Fim do Marxismo e outros ensaios</i><span class="Apple-converted-space"> </span>(São Paulo: Giz Editorial, 2007).</li>
<li style="margin-bottom: 0.1em;"><i>Indústria Cultural e cultura mercantil</i><span class="Apple-converted-space"> </span>(org.) (Rio de Janeiro: Corifeu, 2007).</li>
<li style="margin-bottom: 0.1em;"><i>O Doutor e outros contos incorretos</i><span class="Apple-converted-space"> </span>(Rio de Janeiro: Booklink, 2007);</li>
<li style="margin-bottom: 0.1em;"><i>Introdução à sociologia</i><span class="Apple-converted-space"> </span>(Belo Horizonte: Autêntica, 2006).</li>
<li style="margin-bottom: 0.1em;"><i>A questão da mulher</i><span class="Apple-converted-space"> </span>(org.) (Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2006);</li>
<li style="margin-bottom: 0.1em;"><i>Heróis e super-heróis no mundo dos quadrinhos</i><span class="Apple-converted-space"> </span>(Rio de Janeiro: Achiamé, 2005);</li>
<li style="margin-bottom: 0.1em;"><i>Inconsciente coletivo e materialismo histórico</i><span class="Apple-converted-space"> </span>(Goiânia: Edições Germinal, 2002);</li>
<li style="margin-bottom: 0.1em;"><i>A dinâmica da violência juvenil</i><span class="Apple-converted-space"> </span>(Rio de Janeiro: Booklink, 2004);</li>
<li style="margin-bottom: 0.1em;"><i>O Que são partidos políticos?</i><span class="Apple-converted-space"> </span>(Goiânia: Edições Germinal, 2003).</li>
<li style="margin-bottom: 0.1em;"><i>Estado, democracia e cidadania</i><span class="Apple-converted-space"> </span>(Rio de Janeiro: Achiamé, 2003);</li>
<li style="margin-bottom: 0.1em;"><i>Violência urbana: a cidade como espaço gerador de violência</i><span class="Apple-converted-space"> </span>(Goiânia: Edições Germinal, 2002);</li>
<li style="margin-bottom: 0.1em;"><i>Educação, Cultura e Sociedade</i><span class="Apple-converted-space"> </span>(org.) (Goiânia: Edições Germinal, 2002);</li>
<li style="margin-bottom: 0.1em;"><i>Psicanálise, Capitalismo e Cotidiano</i><span class="Apple-converted-space"> </span>(Goiânia: Edições Germinal, 2002);</li>
<li style="margin-bottom: 0.1em;"><i>A questão da causalidade nas ciências sociais</i><span class="Apple-converted-space"> </span>(Goiânia: Edições Germinal, 2000);</li>
<li style="margin-bottom: 0.1em;"><i>A filosofia e sua sombra</i><span class="Apple-converted-space"> </span>(Goiânia: Edições Germinal, 2000);</li>
<li style="margin-bottom: 0.1em;"><i>A elaboração do projeto de pesquisa</i><span class="Apple-converted-space"> </span>(Goiânia: Edições Germinal: 1998-2001);</li>
<li style="margin-bottom: 0.1em;"><i>Os Valores na sociedade moderna</i><span class="Apple-converted-space"> </span>(Brasília: Thesaurus, 2007).</li>
<li style="margin-bottom: 0.1em;"><i>O que é marxismo?</i><span class="Apple-converted-space"> </span>(Rio de Janeiro: Elo, 2008).</li>
<li style="margin-bottom: 0.1em;"><i><a href="http://www.blogger.com/wiki/Manifesto_Autogestion%C3%A1rio" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;" title="Manifesto Autogestionário">Manifesto Autogestionário</a></i><span class="Apple-converted-space"> </span>(Rio de Janeiro: Achiamé, 2008).</li>
<li style="margin-bottom: 0.1em;"><i>Senso comum, representações sociais e representações cotidianas</i><span class="Apple-converted-space"> </span>(Bauru: SP, Edusc, 2008).</li>
<li style="margin-bottom: 0.1em;"><i>Universo psíquico e reprodução do capital - Ensaios freudomarxistas</i><span class="Apple-converted-space"> </span>(São Paulo, Escuta, 2008).</li>
<li style="margin-bottom: 0.1em;"><i>Capitalismo e questão racial</i><span class="Apple-converted-space"> </span>(org.) (Rio de Janeiro: Corifeu, 2009);</li>
<li style="margin-bottom: 0.1em;"><i>Como assistir um filme?</i><span class="Apple-converted-space"> </span>(Rio de Janeiro: Corifeu, 2009).</li>
<li style="margin-bottom: 0.1em;"><i><a href="http://www.blogger.com/wiki/O_Capitalismo_na_Era_da_Acumula%C3%A7%C3%A3o_Integral" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;" title="O Capitalismo na Era da Acumulação Integral">O Capitalismo na Era da Acumulação Integral</a></i><span class="Apple-converted-space"> </span>(São Paulo: Idéias e Letras, 2009).</li>
<li style="margin-bottom: 0.1em;"><i>Temas de sociologia rural</i><span class="Apple-converted-space"> </span>(Pará de Minas: Virtualbooks, 2009).</li>
<li style="margin-bottom: 0.1em;"><i>A Concepção materialista da história do cinema</i><span class="Apple-converted-space"> </span>(Porto Alegre: Asterisco, 2009).</li>
<li style="margin-bottom: 0.1em;"><i>Linguagem, discurso e poder" (Pará de Minas: Virtualbooks, 2009).</i></li>
</ul><h2 style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; border-bottom: rgb(170,170,170) 1px solid; color: black; cursor: help; font-size: 19px; font-weight: normal; margin: 0px 0px 0.6em; padding-bottom: 0.17em; padding-top: 0.5em; width: auto;" title="Esta seção não é editável por razões técnicas. Edite a página toda em vez disso."><small><span class="mw-headline" id="Refer.C3.AAncias">Referências</span></small></h2><div class="references-small" style="font-size: 12px;"><ol class="references" style="font-size: 12px; line-height: 1.5em; list-style-image: none; margin: 0.3em 0px 0px 3.2em; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><li id="cite_note-0" style="margin-bottom: 0.1em;"><small><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_ref-0" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">↑</a><span class="Apple-converted-space"> </span>Revista Brasil Revolucionário. Ano III, num. 09, Abril de 1990.</small></li>
<li id="cite_note-1" style="margin-bottom: 0.1em;"><small><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_ref-1" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">↑</a><span class="Apple-converted-space"> </span>VIANA, Nildo. Escritos metodológicos de Marx. Goiânia: Alternativa, 2007.</small></li>
<li id="cite_note-2" style="margin-bottom: 0.1em;"><small><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_ref-2" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">↑</a><span class="Apple-converted-space"> </span>PINTO, J. A. Um Vigoroso estudo sobre o método em Marx. in: VIANA, Nildo. Escritos metodológicos de Marx. Goiânia: Alternativa, 2007.</small></li>
<li id="cite_note-3" style="margin-bottom: 0.1em;"><small><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_ref-3" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">↑</a><span class="Apple-converted-space"> </span>VIANA, Nildo. Universo psíquico e reprodução do capital. Ensaios freudo-marxistas. São Paulo: Escuta, 2008</small></li>
<li id="cite_note-4" style="margin-bottom: 0.1em;"><small><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_ref-4" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">↑</a><span class="Apple-converted-space"> </span>VIANA, Nildo. Inconsciente coletivo e materialismo histórico. Goiânia: Edições Germinal, 2002.</small></li>
<li id="cite_note-5" style="margin-bottom: 0.1em;"><small><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_ref-5" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">↑</a><span class="Apple-converted-space"> </span>BUENO, Cláudio. A Consciência da História – Uma retroversão do materialismo histórico.<span class="Apple-converted-space"> </span><a class="external free" href="http://www.scribd.com/doc/24497055/A-Consciencia-da-Historia-Uma-Retroversao-do-Materialismo-Historico-Claudio-Bueno" rel="nofollow" style="background-clip: initial; background-image: url(http://bits.wikimedia.org/skins-1.5/vector/images/external-link-ltr-icon.png?2); background-origin: initial; background-position: 100% 50%; color: #3366bb; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 13px; padding-top: 0px; text-decoration: none;">http://www.scribd.com/doc/24497055/A-Consciencia-da-Historia-Uma-Retroversao-do-Materialismo-Historico-Claudio-Bueno</a><span class="Apple-converted-space"> </span>acessado em 02 de Fevereiro de 2010.</small></li>
<li id="cite_note-6" style="margin-bottom: 0.1em;"><small><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_ref-6" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">↑</a><span class="Apple-converted-space"> </span>PINTO, J. A. C. Prefácio: Um Vigoroso estudo sobre o método em Marx. In: VIANA, Nildo. Escritos metodológicos de Marx. Goiânia: Alternativa, 2007.</small></li>
<li id="cite_note-7" style="margin-bottom: 0.1em;"><small><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_ref-7" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">↑</a><span class="Apple-converted-space"> </span>VIANA, Nildo. Currículo Lattes.<span class="Apple-converted-space"> </span><a class="external free" href="http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.jsp?id=K4721163D8" rel="nofollow" style="background-clip: initial; background-image: url(http://bits.wikimedia.org/skins-1.5/vector/images/external-link-ltr-icon.png?2); background-origin: initial; background-position: 100% 50%; color: #3366bb; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 13px; padding-top: 0px; text-decoration: none;">http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.jsp?id=K4721163D8</a></small></li>
<li id="cite_note-8" style="margin-bottom: 0.1em;"><small><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_ref-8" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">↑</a><span class="Apple-converted-space"> </span>VIANA, Nildo. Universidade e Especialização. O Ovo da Serpente.<span class="Apple-converted-space"> </span><a class="external free" href="http://www.espacoacademico.com.br/018/18cviana.htm" rel="nofollow" style="background-clip: initial; background-image: url(http://bits.wikimedia.org/skins-1.5/vector/images/external-link-ltr-icon.png?2); background-origin: initial; background-position: 100% 50%; color: #3366bb; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 13px; padding-top: 0px; text-decoration: none;">http://www.espacoacademico.com.br/018/18cviana.htm</a><span class="Apple-converted-space"> </span>acessado em<span class="Apple-converted-space"> </span><a href="http://www.blogger.com/wiki/10_de_maio" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;" title="10 de maio">10 de maio</a><span class="Apple-converted-space"> </span>de<span class="Apple-converted-space"> </span><a href="http://www.blogger.com/wiki/2006" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;" title="2006">2006</a></small></li>
<li id="cite_note-9" style="margin-bottom: 0.1em;"><small><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_ref-9" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">↑</a><span class="Apple-converted-space"> </span>VIANA, Nildo. A Consciência da História. 2a edição, Rio de Janeiro:Achiamé, 2007.</small></li>
<li id="cite_note-10" style="margin-bottom: 0.1em;"><small><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_ref-10" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">↑</a><span class="Apple-converted-space"> </span>Cláudio. A Consciência da História – Uma retroversão do materialismo histórico.<span class="Apple-converted-space"> </span><a class="external free" href="http://www.scribd.com/doc/24497055/A-Consciencia-da-Historia-Uma-Retroversao-do-Materialismo-Historico-Claudio-Bueno" rel="nofollow" style="background-clip: initial; background-image: url(http://bits.wikimedia.org/skins-1.5/vector/images/external-link-ltr-icon.png?2); background-origin: initial; background-position: 100% 50%; color: #3366bb; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 13px; padding-top: 0px; text-decoration: none;">http://www.scribd.com/doc/24497055/A-Consciencia-da-Historia-Uma-Retroversao-do-Materialismo-Historico-Claudio-Bueno</a><span class="Apple-converted-space"> </span>acessado em 02 de Fevereiro de 2010</small></li>
<li id="cite_note-11" style="margin-bottom: 0.1em;"><small><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_ref-11" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">↑</a><span class="Apple-converted-space"> </span>VIANA, Nildo. Estado, Democracia e Cidadania. Rio de Janeiro: Achiamé, 2003</small></li>
<li id="cite_note-autogenerated1-12" style="margin-bottom: 0.1em;"><small>↑<span class="Apple-converted-space"> </span><sup style="bottom: 1ex; height: 0px; line-height: 1; position: relative; vertical-align: baseline;"><i><b><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_ref-autogenerated1_12-0" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">a</a></b></i></sup><span class="Apple-converted-space"> </span><sup style="bottom: 1ex; height: 0px; line-height: 1; position: relative; vertical-align: baseline;"><i><b><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_ref-autogenerated1_12-1" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">b</a></b></i></sup><span class="Apple-converted-space"> </span>VIANA, Nildo. Manifesto autogestionário. Rio de Janeiro: Achiamé, 2008</small></li>
<li id="cite_note-13" style="margin-bottom: 0.1em;"><small><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_ref-13" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">↑</a><span class="Apple-converted-space"> </span>VIANA, Nildo. Estado, democracia e cidadania. Rio de Janeiro: Achiamé, 2003</small></li>
<li id="cite_note-14" style="margin-bottom: 0.1em;"><small><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_ref-14" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">↑</a><span class="Apple-converted-space"> </span>VIANA, Nildo. O Que são partidos políticos. Goiânia: Germinal, 2003</small></li>
<li id="cite_note-15" style="margin-bottom: 0.1em;"><small><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_ref-15" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">↑</a><span class="Apple-converted-space"> </span>TEIXEIRA, R. Através do Poder. Resenha do livro O que são partidos políticos?<a class="external free" href="http://terra.cefetgo.br/cienciashumanas/humanidades_foco/anteriores/humanidades_2/html/resenhas_partidospoliticos.htm" rel="nofollow" style="background-clip: initial; background-image: url(http://bits.wikimedia.org/skins-1.5/vector/images/external-link-ltr-icon.png?2); background-origin: initial; background-position: 100% 50%; color: #3366bb; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 13px; padding-top: 0px; text-decoration: none;">http://terra.cefetgo.br/cienciashumanas/humanidades_foco/anteriores/humanidades_2/html/resenhas_partidospoliticos.htm</a></small></li>
<li id="cite_note-16" style="margin-bottom: 0.1em;"><small><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_ref-16" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">↑</a><span class="Apple-converted-space"> </span>VIANA, Nildo. O Capitalismo na era da acumulação integral. Aparecida-SP: Ideias e Letras, 2009</small></li>
<li id="cite_note-17" style="margin-bottom: 0.1em;"><small><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_ref-17" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">↑</a><span class="Apple-converted-space"> </span>VIANA, Nildo. O Novo regime de acumulação e a violência nas escolas. Jornal A Página.<span class="Apple-converted-space"> </span><a class="external free" href="http://www.apagina.pt/arquivo/Artigo.asp?ID=3536" rel="nofollow" style="background-clip: initial; background-image: url(http://bits.wikimedia.org/skins-1.5/vector/images/external-link-ltr-icon.png?2); background-origin: initial; background-position: 100% 50%; color: #3366bb; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 13px; padding-top: 0px; text-decoration: none;">http://www.apagina.pt/arquivo/Artigo.asp?ID=3536</a><span class="Apple-converted-space"> </span>Acessado em 04 de Fevereiro de 2010</small></li>
<li id="cite_note-18" style="margin-bottom: 0.1em;"><small><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_ref-18" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">↑</a><span class="Apple-converted-space"> </span>VIANA, Nildo. Reforma Universitária: quem ganha, quem perde?<span class="Apple-converted-space"> </span><a class="external free" href="http://www.espacoacademico.com.br/043/43cviana.htm" rel="nofollow" style="background-clip: initial; background-image: url(http://bits.wikimedia.org/skins-1.5/vector/images/external-link-ltr-icon.png?2); background-origin: initial; background-position: 100% 50%; color: #3366bb; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 13px; padding-top: 0px; text-decoration: none;">http://www.espacoacademico.com.br/043/43cviana.htm</a><span class="Apple-converted-space"> </span>Acessado em 04 de fevereiro de 2010</small></li>
<li id="cite_note-19" style="margin-bottom: 0.1em;"><small><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_ref-19" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">↑</a><span class="Apple-converted-space"> </span><a class="external free" href="http://www.buscalegis.ufsc.br/revistas/index.php/buscalegis/article/viewArticle/28352" rel="nofollow" style="background-clip: initial; background-image: url(http://bits.wikimedia.org/skins-1.5/vector/images/external-link-ltr-icon.png?2); background-origin: initial; background-position: 100% 50%; color: #3366bb; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 13px; padding-top: 0px; text-decoration: none;">http://www.buscalegis.ufsc.br/revistas/index.php/buscalegis/article/viewArticle/28352</a><span class="Apple-converted-space"> </span>acessado em 04 de fevereiro de 2010</small></li>
<li id="cite_note-20" style="margin-bottom: 0.1em;"><small><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_ref-20" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">↑</a><span class="Apple-converted-space"> </span>SANTANA, H. Para que serve a noção de regime de acumulação?<span class="Apple-converted-space"> </span><a class="external free" href="http://www.midiaindependente.org/es/blue/2005/06/319319.shtml" rel="nofollow" style="background-clip: initial; background-image: url(http://bits.wikimedia.org/skins-1.5/vector/images/external-link-ltr-icon.png?2); background-origin: initial; background-position: 100% 50%; color: #3366bb; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 13px; padding-top: 0px; text-decoration: none;">http://www.midiaindependente.org/es/blue/2005/06/319319.shtml</a></ref acessado em 04 de fevereiro de 2010</small></li>
<li id="cite_note-21" style="margin-bottom: 0.1em;"><small><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_ref-21" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">↑</a><span class="Apple-converted-space"> </span><a class="external free" href="http://www.scribd.com/doc/21763464/A-Crise-Do-Pseudomarxismo-Nildo-Viana" rel="nofollow" style="background-clip: initial; background-image: url(http://bits.wikimedia.org/skins-1.5/vector/images/external-link-ltr-icon.png?2); background-origin: initial; background-position: 100% 50%; color: #3366bb; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 13px; padding-top: 0px; text-decoration: none;">http://www.scribd.com/doc/21763464/A-Crise-Do-Pseudomarxismo-Nildo-Viana</a><span class="Apple-converted-space"> </span>acessado em 02 de Fevereiro de 2010</small></li>
<li id="cite_note-22" style="margin-bottom: 0.1em;"><small><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_ref-22" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">↑</a><span class="Apple-converted-space"> </span><a class="external free" href="http://www.scribd.com/doc/21760221/O-Capitalismo-de-Estado-da-URSS-Nildo-Viana" rel="nofollow" style="background-clip: initial; background-image: url(http://bits.wikimedia.org/skins-1.5/vector/images/external-link-ltr-icon.png?2); background-origin: initial; background-position: 100% 50%; color: #3366bb; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 13px; padding-top: 0px; text-decoration: none;">http://www.scribd.com/doc/21760221/O-Capitalismo-de-Estado-da-URSS-Nildo-Viana</a><span class="Apple-converted-space"> </span>Acessado em 02 de Fevereiro de 2010</small></li>
<li id="cite_note-23" style="margin-bottom: 0.1em;"><small><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_ref-23" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">↑</a><span class="Apple-converted-space"> </span><a class="external free" href="http://www.espacoacademico.com.br/048/48cviana.htm" rel="nofollow" style="background-clip: initial; background-image: url(http://bits.wikimedia.org/skins-1.5/vector/images/external-link-ltr-icon.png?2); background-origin: initial; background-position: 100% 50%; color: #3366bb; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 13px; padding-top: 0px; text-decoration: none;">http://www.espacoacademico.com.br/048/48cviana.htm</a><span class="Apple-converted-space"> </span>acessado em 02 de Fevereiro de 2010</small></li>
<li id="cite_note-24" style="margin-bottom: 0.1em;"><small><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_ref-24" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">↑</a><span class="Apple-converted-space"> </span><a class="external free" href="http://www.achegas.net/numero/37/nildo_37.pdf" rel="nofollow" style="background-clip: initial; background-image: url(http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/23/Icons-mini-file_acrobat.gif); background-origin: initial; background-position: 100% 50%; color: #3366bb; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 16px; padding-top: 0px; text-decoration: none;">http://www.achegas.net/numero/37/nildo_37.pdf</a><span class="Apple-converted-space"> </span>acessado em 03 de fevereiro de 2010</small></li>
<li id="cite_note-25" style="margin-bottom: 0.1em;"><small><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_ref-25" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">↑</a><span class="Apple-converted-space"> </span>SANTOS, Lucas Maia. Manifesto autogestionário: um plágio criativo do Manifesto Comunista de Marx e Engels<a class="external free" href="http://www.espacoacademico.com.br/092/92res_santos.htm" rel="nofollow" style="background-clip: initial; background-image: url(http://bits.wikimedia.org/skins-1.5/vector/images/external-link-ltr-icon.png?2); background-origin: initial; background-position: 100% 50%; color: #3366bb; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 13px; padding-top: 0px; text-decoration: none;">http://www.espacoacademico.com.br/092/92res_santos.htm</a><span class="Apple-converted-space"> </span>acessado em 04 de fevereiro de 2010</small></li>
<li id="cite_note-26" style="margin-bottom: 0.1em;"><small><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_ref-26" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">↑</a><span class="Apple-converted-space"> </span>PINTO, J. A. C. Uma Introdução à Sociologia em grande estilo.<span class="Apple-converted-space"> </span><a class="external free" href="http://www.espacoacademico.com.br/062/62res_pinto.htm" rel="nofollow" style="background-clip: initial; background-image: url(http://bits.wikimedia.org/skins-1.5/vector/images/external-link-ltr-icon.png?2); background-origin: initial; background-position: 100% 50%; color: #3366bb; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 13px; padding-top: 0px; text-decoration: none;">http://www.espacoacademico.com.br/062/62res_pinto.htm</a></small></li>
<li id="cite_note-27" style="margin-bottom: 0.1em;"><small><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_ref-27" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">↑</a><span class="Apple-converted-space"> </span>SANTANA, José da Silva. Prefácio. in: VIANA, N, O Que é marxismo? Rio de Janeiro: Elo, 2007</small></li>
<li id="cite_note-28" style="margin-bottom: 0.1em;"><small><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_ref-28" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">↑</a><span class="Apple-converted-space"> </span>VIANA, Nildo. A Filosofia e sua sombra. Goiânia: Germinal, 2000</small></li>
<li id="cite_note-29" style="margin-bottom: 0.1em;"><small><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_ref-29" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">↑</a><span class="Apple-converted-space"> </span>VIANA, Nildo. Heróis e super-heróis no mundo dos quadrinhos. Rio de Janeiro: Achiamé, 2005</small></li>
<li id="cite_note-30" style="margin-bottom: 0.1em;"><small><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_ref-30" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">↑</a><span class="Apple-converted-space"> </span>MARQUES, E. Uma análise dialética dos heróis e super-heróis dos quadrinhos.<span class="Apple-converted-space"> </span><a class="external free" href="http://www.espacoacademico.com.br/065/65res_marques.htm" rel="nofollow" style="background-clip: initial; background-image: url(http://bits.wikimedia.org/skins-1.5/vector/images/external-link-ltr-icon.png?2); background-origin: initial; background-position: 100% 50%; color: #3366bb; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 13px; padding-top: 0px; text-decoration: none;">http://www.espacoacademico.com.br/065/65res_marques.htm</a></small></li>
<li id="cite_note-31" style="margin-bottom: 0.1em;"><small><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_ref-31" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">↑</a><span class="Apple-converted-space"> </span>OZAI, Antonio. Prefácio. in: VIANA, Nildo. Heróis e super-heróis no mundo dos quadrinhos. Rio de Janeiro: Achiamé, 2005.</small></li>
<li id="cite_note-32" style="margin-bottom: 0.1em;"><small><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_ref-32" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">↑</a><span class="Apple-converted-space"> </span>VIANA, Nildo. Os Valores na sociedade moderna. Brasília: Thesaurus, 2007</small></li>
<li id="cite_note-33" style="margin-bottom: 0.1em;"><small><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_ref-33" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">↑</a><span class="Apple-converted-space"> </span>VIANA, Nildo. O Fim do marxismo e outros ensaios. São Paulo: Giz Editorial, 2007</small></li>
<li id="cite_note-34" style="margin-bottom: 0.1em;"><small><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_ref-34" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">↑</a><span class="Apple-converted-space"> </span>COMUNISTAS DE CONSELHOS DA GALIZA. Nildo Viana: Um marxismo vivo. Igneo Boletim. Suplemento.<a class="external free" href="http://www.geocities.com/comunistasdeconselhos/Nildo.htm" rel="nofollow" style="background-clip: initial; background-image: url(http://bits.wikimedia.org/skins-1.5/vector/images/external-link-ltr-icon.png?2); background-origin: initial; background-position: 100% 50%; color: #3366bb; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 13px; padding-top: 0px; text-decoration: none;">http://www.geocities.com/comunistasdeconselhos/Nildo.htm</a></small></li>
<li id="cite_note-35" style="margin-bottom: 0.1em;"><small><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=640190035942476866#cite_ref-35" style="background-clip: initial; background-image: none; background-origin: initial; color: #0645ad; text-decoration: none;">↑</a><span class="Apple-converted-space"> </span>VIANA, Nildo. Universo psíquico e reprodução do capital. São Paulo: Escuta, 2008</small></li>
</ol></div>Transformaçãohttp://www.blogger.com/profile/02804020169328221189noreply@blogger.com0